Minhas mãos ainda sangram.
O corpo ainda pulsa.Mas a alma... a alma já se foi.Olho em volta.Cadáveres. Fumaça. Silêncio.E penso: que tipo de coisa estou me tornando?Mas não agora.Não aqui.Agora... é hora da próxima caçada.A estrada cortava as montanhas como uma cicatriz antiga.O jato particular me deixou em um ponto remoto - seco, abafado, onde o céu cinzento pesava como chumbo. Agora eu caminhava sozinha até a velha estrutura de concreto cravada entre rochas e silêncio.Um dos esconderijos de Dante. Um daqueles que nem o diabo conhece.O portão de aço se abriu antes mesmo que eu batesse.Reconhecimento silencioso.Eles sempre sabem quando a sombra se aproxima.Entro.Lá dentro, o frio do ar-condicionado morde os ossos.Luzes amareladas pendem do teto, lançando reflexos pálidos nas paredes de metal e vidro. O cheiro é de óleo, sangue seco, silêncio.Ele está ali.Dante Vescari. Encostado à mesa de v