Lívia Narrando
Percebi que o dia tinha amanhecido por ouvir um barulho de portão abrindo lá em baixo, então me levantei com pressa e fui pro banheiro, lá dona Lúcia já tinha deixado tudo que eu precisaria e a agradeci mentalmente por tamanha bondade.
Coloquei de volta o meu vestido, fiz um coque no meu cabelo e sai do quarto com os saltos nas mãos. Nas pontas dos dedos porque não sabia quem tinha aberto o portão e quem estaria dormindo ainda.
Descendo as escadas percebi que tinha alguém na mesa de café, e sim, era ele. Parecia aqueles senhores mais calmos do mundo. Ele me mediu dos pés à cabeça mas não fez nenhum gesto.
— Chamei o Gb pra te levar, mas se quiser tomar café antes senta ai. — Ele avisou.
Era o mínimo que ele podia fazer depois de ontem.
— A sua mãe está? — Perguntei sem nem olhá-lo.
— Foi na feira do morro.
Olhei pra mesa, aliás uma das mesas mais bonitas que já vi. Então resolvi sentar com ele, mas de quebra sempre sentia o peso do olhar dele em cima de