Capítulo 02

Continuando...

Eu conhecia um pouco do morro, mais ir lá sempre me dá um pouco de calafrio.

Subi na caçamba do camburão com mais uns colegas que e a Luísa antes de entrar no banco do carona diz:

__Tome isso!

Eu pego da mão dela um colete a prova de balas, uma arma e touca ninja.

Jenny: Precisa de tudo isso?

__ Sim, é só para garantir vá que não sejamos recebidos bem.

Ela me dá uma piscada de olho e entra no carro e eu coloco a touca ninja e me seguro na caçamba para não cair quando saímos da delegacia em altas velocidades.

Chegando no morro logo depois, quando entramos as pessoas que pareciam estar felizes, já nós olham com uma cara de assustado.

Enquanto mais subimos o morro, eu vejo uns "Vapores" passando o rádio para os outros para avisar nossa chegada sem disfarçar.

O clima fica tenso, moradores que estavam na rua fecharam as portas e janelas.

Meus colegas de trabalho começam cochichar alguns sinal é que sorte que eu tenho por não ter faltado essa aula, e eles falam que logo vamos se aproximar na barreira.

Todo morro existe uma barreira, que só sobe quem o dono do morro deixa, e isso e claro! Os Policiais não são permitidos.

Quando chegamos na barreira o camburão para e eu vejo de longe uma multidão descendo com armas nas mãos.

__Nossa!

Acabo deixando escapar e todos da caçamba se preparam apontando suas armas e os que estavam dentro do carro eles saem e fazem as portas de escudo.

Nessa multidão conheço apenas um.

Carlos, meu compadre.. Ele realmente é igual das fotos. Moreno, alto, com olhos castanhos claros e cabelos escuros, mais no seu lado um homem me chama atenção.

Quem ele seria?

Alto, quase a mesma altura de Carlos só um pouco maior.. Cabelos pretos com correntes no pescoço e um fuzil nas mãos.

Então ele é o primeiro a se manifestar.

__ Ei! Seus pela saco! O que estavam fazendo no meu morro?

Ele tem uma voz grossa e quando termina a frase ele solta uma risada irônica.

Nosso capitão responde mais não se mexendo do lugar.

__Grego, viemos em paz! Só recebemos um chamado de denuncia contra mulher.

Grego: Filha da puta! Oh senhor capitão HAHAHAHAHAH! Passa a denuncia para mim que eu mesmo resolvo com a minha lei.

Nesse momento eu vejo ele andar alguns passos em direção a nós e eu engatilho a arma.

Com a adrenalina subindo sinto meu coração sair pela boca.

Mais ele vem tranquilo, armado até os dentes ele passa na barreira e vem na direção do carro e o capitão passa o papel para ele e antes dele e troca algumas palavras e eu fico encarando não entendo por que e ele me olha e eu vejo seus olhos verdes intensos e cada detalhe do seu rosto e quando ele percebe ele apenas me dá um sorriso de convencido que quando acontece ele amostra seus dentes de ouro e da as costas para nós mais seus capangas todos engatilham as armas fazendo sua segurança.

Eles eram muitos e a gente não tinha chance, caso tivesse um confronto... Eles poderiam acertar como se fosse um alvo de papel.

Dentro da barreira ele grita de lá:

__Capitão não se faça de inocente, na próxima só puxa o rádio. Leve seus ratos do meu morro e proteja eles para não se perder por que aqui eles morrem.

Assim ele vai embora com o Carlos e o pessoal abre espaço para ele passar e ficam fazendo segurança na barreira.

Capitão: Vamos embora!

Assim fizemos e eu me sento na carroceria e fico pensando:

__Então o capitão tem ligação com ele? Então ele seria corrupto? Mais quem seria Grego? Chefe? Ou Gerente também?

Isso não posso negar... Ele tem uma beleza fora do comum, que faz faltar o ar!

Meu deus o que estou pensando?

Quando estamos indo embora perto da pracinha do morro vejo de longe a Vera brincando com a minha afilhada no carrinho e está muito calor que estou quase brotando sarampo com essa roupa e essa touca que está coçando e o camburão para bruscamente.

Eu olho para o lado e vejo o capitão reclamar de uma criança que tinha se metido na frente para pegar a bola e quase foi atropelada,mais como estamos andando em uma velocidade lenta deu tempo de parar.

Capitão: MERDA!! Guri tu não sabe que não se mete na frente dos carros? Caralho!!

A criança está chorando e isso chama bastante atenção e principalmente vera olha para nossa direção.

Agora vera não está mais sozinha, está com o Carlos e aquele rapaz grego. Eu não sei como chegaram tão rápido aqui sendo que foram em direção opostas.

Enquanto o capitão gritava com a criança eu desço da caçamba e vou até ela.

Recebo ordem de voltar mais assim não faço, a criança estava em pânico e o capitão gritando não ajudava em nada.

__Soldada Mena! Volta para caçamba!

Eu me agacho para ficar na altura da criança e digo:

__Você tá bem? Precisa ir no médico?

Capitão: Filha da puta! Mais quando chegar vou lhe dar uma advertência.

O capitão estava bufando parecia que seu rosto ia virar um tomate gritando ao meu lado.

A criança apenas confirma com a cabeça e vai com passos devagar embora e o capitão fica em cima de mim gritando nos meus ouvidos até subir na caçamba.

_Soldada Mena, não lavou os ouvidos hoje!

_Soldada Mena, não lavou os ouvidos hoje!

Eu não respondi por que se eu respondesse eu iria para aonde? Ele poderia me expulsar da delegacia mais estava consciente que meu castigo estava próximo.

Fomos embora, e está na hora do almoço alguns foram almoçar e eu fui conhecer a minha sala que eu não tive oportunidade de conhecer e quase a perdi.

A sala não era muito grande só cabia uma escrivaninha, um armário e uma cadeira, e tinha uma janela bem atrás com uma cortina que tapava a vista.

Procuro nas gavetas o controle do ar condicionado e quando eu achei eu ligo no máximo, está muito calor no Rio.

Tiro a touca e o colete e deixo no cabide que tem atrás da porta e me atiro na cadeira e vejo as notificações no meu celular e adivinha quem era?

Vera e Hernandez.

Vera: Jenny, você estava aqui no morro né? A sua silhueta eu conheço de longe, o que ouve para vocês estarem aqui?

Eu só visualizei e vejo a mensagem de Hernandez.

Hernandez: Jenny Vamos sair, me desculpe pelo meu comportamento e que quando eu descobri a notícia eu também queria fugir mais eu precisava te contar para ter forças para lutar.

Hernandez era bom em se fazer de coitado,mais eu também tô me sentindo mal por que não o escutei antes de dar um fora nele.

Então eu digito.

__Ok, se encontramos no hotel.

Assim eu envio e mando uma mensagem para Vera.

__Vera que dia vai voltar mesmo? Tenho monte de coisas para te perguntar e te contar também! Beijos.

E deixo meu celular na mesa e me permiti não sei por quanto tempo ficar ali "relaxando"

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