Mundo de ficçãoIniciar sessãoA pergunta parte dele, que passa por mim e pega uma toalha cobrindo a delícia monumental entre suas pernas. Mas ele não me engana, vi direitinho sua secada no meu corpo.
Seria traição convidar o loiro para minha despedida de solteira?
Estevan que me perdoe, mas o pau dele passaria vergonha na frente do desse loirão.
Limpo a garganta. E ele mexe na toalha novamente. Sim, eu sempre volto a olhar nessa direção.
— Eu é que pergunto, quem é você e o que faz na minha casa? É algum amigo folgado do Estevan?
— Querida, fugiu de alguma clínica?
Mas que ousadia! Estevan nunca trouxe amigos, e quando começa é por um ignorante. Tão lindo, pena que não tem educação.
— Seu rabo! Coloca seus trapos e sai da minha casa antes que eu chame a polícia. Não quero nem saber se é amigo do Estevan. Essa casa é minha.
— Escuta aqui... — O brutamonte loiro vem em minha direção, mas trava. Tudo por uma voz melodiosa dizendo:
— Papai? Cadê você?
Papai?
Mas que porra é essa? Estou em algum universo paralelo? Estevan nem amigo tinha direito por aqui e agora aparece esse maluco e com uma criança. A última criança que essa casa viu fui eu, e já faz muito tempo.
Se ele pensa que vou abrir meu lar para uma família inteira de desconhecidos está muito enganado. Essa casa é grande, mas não para virar abrigo.
O brutamonte loiro me ignora. Chega a esbarrar em mim quando passa rápido saindo do quarto.
Pego o vestido caído no chão do banheiro — pois é, ainda estava nua — e visto rapidamente, para seguir o loiro. Vou encontrá-lo com uma boneca no corredor. Só pode ser uma boneca. Essa menina é fofa demais para ser de verdade. Esses cabelos enroladinhos e da cor de macarrão instantâneo moldando um rostinho de anjo. Vontade de colocar no meu quarto de bonecas.
— O que foi, meu sol? — ele se ajoelha. E ainda fica grande demais para a pequena.
E eu nem quero pensar que está só de toalha.
— A Cris pegou minha boneca. E disse que a bruxa gritou pra me pegar. — Ela fala e limpa os olhinhos. Detalhe: não tem lágrimas neles.
Que vontade de apertar essas bochechas rosadas... Espera... a única pessoa que gritou fui eu. Essa princesa está me chamando de bruxa.
— Papai já vai...
O olhar da menina me percebe.
— Quem é você?
— Eu me pergunto a mesma coisa. — Ele resmunga.
— Sou a dona da casa, querida. Muito prazer, me chamo Samantha. E nessa casa não tem bruxas, eu gritei porque me assustei com um rato invasor. — Faço questão de olhar para o loiro.
Ela me analisa enquanto fala:
— Eu me chamo Jade. E a minha irmã é Cristal. E esse é o meu papai. Pede ele pra matar o rato.
Sorrio pelo excesso de informações e por ele ter entendido quem é o rato.
— Nomes lindos. Jade, você poderia voltar para sua irmã enquanto eu converso rapidinho com seu pai? Prometo que ele logo vai resolver a questão da boneca.
— Claro.
A menina sai correndo. Simples assim. Achei que fosse mais difícil lidar com crianças.
Parece que é mais difícil lidar com pais, porque o olhar desse homem é mortal.
— Nunca mais dê ordens a minha filha.
— Não terei motivos para dar ordens, assim que me explicar por que está se sentindo o dono da minha casa e, eventualmente, dar o fora daqui.
Sou ignorada pelo cara, que volta para o quarto e pega o celular.
— É melhor você não estar aqui quando a polícia chegar — diz e começa a ligar.
Ele está chamando a polícia?
Cruzo os braços. Minha casa foi invadida por loucos.
— Bom dia. Meu nome é David Grant. Recentemente adquiri um imóvel e ele foi invadido por uma meliante que se diz dona da casa. Ela parece louca, está toda descabelada, roupas bagunçadas e com unhas quebradas. Tenho duas filhas e temo pela segurança delas. Pode mandar alguém retirar essa louca? — Enquanto fala, ele olha para mim, de cima a baixo, como se me analisasse. Como a filha dele fez.
— Seu... — Vou para cima dele e consigo puxar o telefone. — Aqui é Samantha Hartman. Herdeira dos Hartman e única proprietária dessa propriedade. Estive fora por alguns dias e encontrei meu lar invadido. Por favor, mandem alguém. Esse cara é estranho, pode ter sequestrado crianças.
— Sua...
É a vez dele tomar o telefone.
O problema é que eu estava perto da cama e, ao tentar fugir, acabei caindo. O brutamonte aproveitou e subiu em mim. Seu corpo imenso me cobre toda.
Nem tenho tempo para pensar em safadezas.
— Me solta — reclamo quando ele segura meu braço acima da cabeça.
— Você é mesmo Samantha Hartman?
— Claro. Está nos meus documentos, imbecil.
— E Estevan...
— É meu noivo. Ou ex. Tudo vai depender de como ele vai explicar a bagunça que fez aqui.
Ele sorri de lado, mas nada feliz.
— Sinto dizer que seu ex-noivo vendeu a sua casa. Ela agora é minha.
Arregalo os olhos.
O que?







