● Alexander Blake ●
O time de advogados da empresa permanece sentado à minha frente, alinhados demais, atentos demais. Olhos fixos em mim, canetas prontas, tablets abertos. Eles não estão aqui para debater se algo será feito. Estão aqui para ouvir o quê e como.
O caos que estourou naquela manhã ainda pulsa na sala como uma ferida aberta.
Uma foto ocupa a tela à minha frente. Aneliese e eu, ontem à noite, em uma barraca de rua qualquer. Luz ruim, sorriso espontâneo, o tipo de imagem que a mídia chama de "flagra íntimo". Isso, por si só, não me incomoda. Nunca incomodou. Estou acostumado a câmeras, a manchetes, ao alvoroço incessante de quem vive de observar vidas alheias.
O problema é outro.
Algum desgraçado vazou o endereço dela.
Agora há jornalistas plantados em frente ao prédio onde Aneliese mora, como abutres pacientes, circulando a presa ferida, esperando que ela coloque o pé para fora. Esperando um erro. Uma reação. Um colapso.
E isso... isso eu não tolero.
Eu não me importo de e