05 – HOSTILIDADE LUPINA

POV: KEENAN

— É mesmo? — perguntei em voz baixa e provocativa, mantendo as mãos nos bolsos enquanto o encarava. A presença do meu lobo dominava o ambiente. — O que te dá o direito de exigir algo dentro da minha alcateia, Constantine?

— Estamos fartos da sua proteção a essa traidora! — rosnou o Alfa da alcateia convergente, os olhos faiscando de raiva. — O Alfa Supremo pode ser complacente por sua amizade, mas nós...

— Nós? — cortei sua fala com frieza, arqueando uma sobrancelha. Avancei devagar, cada passo uma ameaça silenciosa. — Quem mais ousa me desafiar?

— Você sabe que o Conselho não a deixará escapar do que fez. — Ele também avançou, mostrando os caninos com um sorriso debochado. — O feitiço dessa bruxa te cegou, Alfa do Norte. Talvez um confronto te faça enxergar.

Um sorriso frio se formou em meus lábios.

— Eu adoraria ver você tentar.

Liberei a força do meu lobo, tornando o ar denso e pesado. Meus músculos se retesaram, prontos para o ataque. Cada movimento meu emanava uma ameaça clara de morte. Minha respiração estava controlada, mas meu coração batia com a promessa de violência.

— Mas, Constantine, grave bem minhas palavras... — rosnei, meus olhos brilhando com a ferocidade da fera. — Se fizer uma ameaça, certifique-se de cumpri-la. Eu não deixo inimigos vivos.

— Inimigo? Você está mirando no alvo errado, Lycan. — Sua voz carregava ódio, os punhos cerrados enquanto a fúria emanava de cada poro. Ele ergueu o braço, pronto para atacar, mas o sorriso que surgia nos meus lábios apenas o provocava ainda mais. Eu esperava pela sua estupidez, pela desculpa perfeita para eliminá-lo sem que o Conselho pudesse interferir com suas leis exaustivas.

— O que foi? Magoei seus sentimentos? — Minha voz saiu carregada de sarcasmo, enquanto meus olhos brilhavam com uma intenção letal. Passei a língua pelas presas afiadas, um gesto que sabia que o irritaria ainda mais. — É só isso que sabe fazer? Latir?

— Desgraçado! — rugiu ele, tremendo de raiva. — Você deveria ter sido condenado à morte junto com essa bruxa amaldiçoada!

Seu ataque foi rápido, mas previsível. Desviei do soco e me posicionei atrás dele em um movimento preciso. Constantine girou, cego de ódio.

— Vou fazer o que o Conselho não teve coragem! — gritou ele.

Quando Constantine mudou seu foco para Yulli, algo dentro de mim se incendiou. Meu sangue fervia com uma ira incontrolável, e em um piscar de olhos eu estava entre eles. Minhas garras cravaram-se em seu abdômen com força brutal, torcendo profundamente enquanto sentia a textura das vísceras cederem sob meus dedos. Seu grito de dor ecoou, mas não o suficiente para silenciar o rosnado que saiu do fundo do meu peito.

— Ninguém toca no que é meu. Entendeu? — rugi, sacudindo o chão com minha presença. Fixei meus olhos nos dele, que alternavam entre dor e fúria. — O que te incomoda tanto no julgamento da feiticeira, Constantine? Fale, antes que eu termine o que comecei.

— Maldito Lycan traidor! — Ele cuspiu, o sangue manchando os dentes enquanto tossia violentamente. Apesar da dor evidente, agarrou meu braço com força, suas garras perfurando minha carne, arrancando mais sangue. — Aquela miserável ceifou a vida do meu filho!

— O quê? — Yulli interveio, saindo de trás do beta que a mantinha protegida. Sua voz carregava incredulidade enquanto avançava alguns passos, a expressão em seu rosto tensa e confusa. — Quem é seu filho?

— Já matou tantos lobos que não consegue se lembrar, bruxa? — Constantine cuspiu as palavras com o maxilar contorcido, sua respiração pesada e cheia de ódio. — Quem você acha que estava atrás de você naquele beco?

— Aquela aura Lycan... — murmurou Yulli, visivelmente abalada, seus olhos se fixando em mim por um instante antes de voltarem ao Alfa que eu mantinha preso em minhas garras. Sua voz baixou, quase como um sussurro. — Foi legítima defesa. Eu mal sabia que ele não sobreviveria.

Meu olhar se endureceu, e a posse que Yulli havia despertado em mim inflamou-se ainda mais. Minha mão afundou ainda mais no ferimento de Constantine, arrancando um grito de agonia que ecoou pelo espaço.

— Por que ordenou que a atacassem? — minha voz era carregada de uma raiva implacável enquanto puxava minha mão da ferida ensanguentada. Antes que ele pudesse reagir, agarrei seu pescoço com brutalidade, ignorando seus esforços para resistir. Sua mão tentou me conter, mas a minha outra garra o alcançou, segurando seu braço com força desumana, quase o arrancando do ombro. Seus grunhidos se transformaram em gritos, o som de sua carne se separando era um deleite. — Você mandou matá-la, mesmo sabendo que a sacerdotisa me pertencia?

— Keenan, solte Constantine. Agora! — O rugido que explodiu foi ensurdecedor, reverberando como um trovão pelo espaço ao nosso redor. A pressão do poder que encheu o ambiente era esmagadora, impossibilitando qualquer ignorância sobre a fonte. Meu lobo grunhiu em resposta à presença, mas a intensidade era inegável.

Virei lentamente a cabeça, meus olhos encontrando o Alfa Supremo que avançava com passos carregado de ameaça. Cada movimento fazia o solo ceder sob seus pés, rachando com o peso de sua dominância.

— Eu não vou repetir. — Sua voz tinha o peso de uma sentença inescapável.

Meu corpo reagiu, um tremor involuntário percorrendo-me enquanto o patético lobo que eu segurava tremia ainda mais, incapaz de esconder o efeito esmagador da subjugação. Sem tirar os olhos do Alfa Supremo, joguei Constantine de lado com um movimento seco, seu corpo atingindo o carro com força suficiente para amassar a lataria.

— Escapou! — Sorri com presunção.

Um rosnado de advertência veio de Aaron, mas eu mantive minha postura firme, apesar da intensidade de sua presença.

— Precisa do Alfa Supremo para protegê-lo? — questionei com desprezo, sustentando o olhar de Constantine. A pressão de Aaron não abalou minha postura. — Não deveria provocar outros Lycans se é tão patético assim.

Constantine se ergueu devagar, cambaleante, mas seus olhos queimavam de raiva.

— Um Alfa renegado que se julga invencível? — vociferou. — Escolhe defender uma traidora ao invés do seu povo?

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