Kalil
Eu sentia a tensão no ar. Luiza estava trêmula, suas mãos geladas entre as minhas. Ela respirava fundo, tentando organizar os pensamentos antes de me explicar o que estava acontecendo. Eu me sentei ao lado dela na pequena sala de estar do apartamento, esperando que ela encontrasse as palavras certas.
— O que ele quer, Luiza? — perguntei suavemente, sem soltar suas mãos. — O que meu pai está exigindo?
Ela suspirou, os olhos perdidos em algum ponto distante da parede à frente.
— Ele disse que minha mãe roubou algo dele — respondeu com a voz quebrada. — Mas eu não sei do que ele está falando, Kalil. Eu... eu nunca soube nada sobre minha mãe. Ela morreu quando eu era muito pequena, e eu fui criada em um convento. As freiras nunca me disseram nada sobre o passado dela, apenas que ela era uma boa pessoa. Então, como eu poderia saber o que seu pai está procurando?
O nome de meu pai me fez sentir um arrepio. Will era um homem perigoso, sempre envolvido em negócios obscuros. Mas eu não c