Anne Turner Terror. É assim que descrevo os dias neste lugar infernal. Nenhuma cena supera esta. Me vejo lançada nesta masmorra horrível, numa cela gelada e escura imersa em medo, onde sou torturada para revelar segredos que desconheço. Ele queria me subjugar, esse maldito Alfa.Encolho-me no chão, abraçando minhas próprias pernas enquanto meus olhos percorrem este lugar, e minha mente clama por um mundo onde nunca conheci William e este universo ao qual nem imaginava pertencer.Com mais uma tentativa, olho de relance para a fresta entre a sala, e tento abrir a fechadura sem sucesso. "Ódio. " Grito após a tentativa frustrada." Eu sabia que precisava arrumar uma maneira de fugir dali. Só não sabia como.Eu ainda era fraca. Uma loba que não sabia se transformar. Um sussurro se aproximou da maldita porta da cela, e meus sentidos aguçados captaram, imediatamente olhei para o lado. Era quem eu menos esperava encontrar: Amélia. Minha querida tia má me encarando."O que
William Carter Quando somos crianças, acreditamos que o mundo está ao nosso alcance. Pensamos que seremos diferentes de nossos pais, aqueles seres imperfeitos que pensávamos entender tão bem. Mas, conforme crescemos, percebemos o quanto somos frágeis e vulneráveis, propensos aos mesmos erros e falhas que tanto criticamos neles. Quando jovens que somos fortes e podemos desbravar o mundo, quando na verdade, é tudo ao contrário, na maioria das vezes nem nossos estúpidos sentimentos conseguimos controlar. Deitado na cama, fitando o teto, mergulhei em uma escuridão interna. Cada lágrima derramada por ela ressoava dentro de mim, como se fossem as minhas próprias. A sensação de impotência era avassaladora, uma âncora pesada que me prendia ao chão. Eu queria desesperadamente estar ao lado dela, protegê-la e confortá-la. Mas, no momento, tudo o que eu podia fazer era deitar ali, angustiado com a sensação de estar longe demais para ajudá-la. Foi nesse momento de conexão profunda que finalme
Anne Turner.Depois de ter colocado o alfa para dormir literalmente, a bruxa me puxou para um canto escondido. Ela me explicou que ele não lembraria de nada disso, e que iria me ajudar. "Esse homem é intragável." pestanejei.""Seja forte Anne. O que muito vale, muito custa, e pense o quanto valerá ser livre. William vai dar um jeito de te libertar, eu sei." "Você gostava dele, não é?" Perguntei encarando nos seus olhos." "Muito."Ela abaixou a cabeça." Mas agora, sinto só amizade, você é a mulher certa para o alfa.""Por que diz isso?" Arqueei a sobrancelha esquerda." "Descobrirá, Anne." Ela se virou de saída, mas toquei em seu ombro novamente. Eu tinha dúvidas, e sabia que Yeniffer era uma bruxa poderosa e poderia me ajudar. "Eu preciso saber sobre ele… o que ele quer comigo." "O Alfa de Blackwood?" Ela levantou uma das sobrancelhas." "Sim.." "Venha comigo."Ela me puxou rapidamente para um quarto escondido na casa, a fim de ninguém nos ver conversando. Ela era
Anne TurnerSinto meus ossos se contorcendo e meu corpo gritar por dentro. Eu não entendia nada do que estava acontecendo.O cheiro de William encheu minhas narinas, despertando algo adormecido dentro de mim.Será que ele tinha algo a ver com isso? Eu precisava de ajuda. Isso era nítido. Vejo uma pilastra e me apoio nela, sinto que estou perdendo as forças. William me avisou que eu iria me transformar na hora exata, mas eu não sabia que seria num momento tão terrível. Eu precisava ser forte e precisava chamar por ajuda. Fui me apoiando segurando as paredes, meu corpo estava dolorido, sinto uma voz de lobo sair da minha boca e em seguida me assustar comigo mesma.Puta que pariu! Eu joguei pedra na cruz. Consigo chegar até o quarto de Yeniffer e bater na porta desesperadamente. Uma batida. Segunda batida. E nada.Na terceira, ela abriu desesperada. "O que aconteceu, Anne? " Perguntou enquanto me vê encostada na parede e suando frio." "Eu…"suspiro" Acho que estou
William Carter. Sabe aquela sensação de que você poderia ter aproveitado mais com aquela pessoa?Era isso que eu sentia com Anne. Eu queria tê-la aqui comigo, e cada parte do meu corpo avisava algo: ela não estava bem. Meus olhos captavam o terror. Passos rápidos eram desesperadores. Um rosnado horrível adentrava meus ouvidos e Anne morreu em minha frente."Porra." passo as mãos entre os cabelos suados."Um pesadelo novamente. Iríamos invadir e resgatar Anne ainda hoje, e eu não conseguia dormir. Meu corpo estava protestando com medo de algo dar errado, eu sabia que isso era só o início.Haviam muitas coisas que precisavam ser descobertas ainda. Os olhos acolhedores e lindos de Anne Turner não saíam de minha cabeça, por mais que eu tentasse, eu a trouxe para esse mundo, ela não precisava passar por tais coisas. Como Alfa, eu a queria. Como humano, eu sabia que deveria deixá-la ir.Eu só atraia problemas. Sempre foi assim. E não queria arrastar ela para esse
Anne Turner Terror. Esse era o cenário. Meus olhos estavam fixos, eu não conseguia me mexer. Só senti os braços de Lucca me puxarem e um "Vamos Anne." sendo sussurrado.Nós seguimos os lobos, e eu encarava William com Zara nos braços com um punhal enfiado em seu peito e desacordada. Eu podia ver o desespero no olhar de todos. Mas não conseguia raciocinar. Só conseguia imaginar que tudo isso tudo era minha culpa, Zara estava assim porque foram me salvar. Corríamos de volta para casa. E eu não conseguia mais, minhas pernas fraquejaram então parei em uma árvore."Precisamos ir querida." Lucca me encarou." Os lobos de Michael podem estar aqui." "Eu não consigo." murmurei." Ela vai ficar bem? ""Anne, ela vai ficar bem, não há tempo para isso agora. Nada disso é sua responsabilidade, vamos!" Ele me puxou pelo braço. As lágrimas caiam de meus olhos. Eu estava traumatizada. Foram dias sendo torturada para passar informações sobre a alcatéia de William, dias que aquele Alf
Sinto roupas sujas sendo jogadas em direção ao meu rosto com agressividade e me levanto atordoada, meu corpo inteiro dói após um dia de trabalho árduo.— Ei, órfã preguiçosa! — a voz ecoou sobre o porão. — Eu te disse para lavar todas as roupas, e o que seriam essas que sobraram? — Ela aponta para a trouxa de roupas que acabará de jogar em mim.Levanto-me devagar, os músculos protestando a cada movimento. Encaro a figura imponente da minha tia, lutando para manter a compostura, mesmo que minhas mãos estejam tremendo de frustração e tristeza. Respiro fundo, buscando forças para não deixar as lágrimas traíras rolarem livremente pelo meu rosto.— Eu… eu estava… tentando terminar, eu juro — as palavras saem da minha boca em um sussurro frágil, quase abafadas pela raiva contida.Mas as palavras dela cortam meu ímpeto. Um nó se forma na minha garganta, mas preciso manter a calma, preciso. Com um esforço sobre-humano, controlo a vontade de rebater, resistindo ao impulso de explodir em choro.
O ônibus estacionou uns dois pontos antes da universidade, e eu precisava andar apenas alguns passos até lá. Meus olhos tentavam não se fechar pelo simples fato de ter que acordar antes de todos para fazer o café da manhã e os afazeres, mesmo após apanhar como uma mala velha.Não era simples conviver com toda aquela situação. Eu sempre percebi ser diferente das outras pessoas; era tímida e reclusa. Talvez fosse normal, considerando o ambiente em que fui criada como uma escrava a vida toda, sem nenhum resquício de amor ou afeto. Não havia muitas convicções ou esperanças para mim; eu nunca conseguiria ser feliz estando naquela casa.Muitas vezes, já me perguntei: se meus tios têm boas condições, por que não contrataram uma empregada?Isso era simples de responder; por que raios eles iriam contratar mão de obra se tinham a minha gratuitamente?Andei mais um pouco com dificuldade, pois meu corpo doía e latejava. Enfim, eu cheguei à universidade.As garotas me olhavam com desprezo e superi