Amélia Leal
AMÉLIA LEAL
A porta automática do aeroporto principal de Belo Horizonte se abre e uma sequência de flashs dispara, mamãe tampa o rosto utilizando a bolsa e eu apresso meus passos em direção ao nosso carro.
— Com licença. — Peço a um jornalista que tenta impedir minha passagem, fazendo uma sequência de perguntas descabidas.
— Amélia, como está sua irmã? — Um deles pergunta, enfiando uma espécie de gravador no meio do meu rosto.
Grunho, cansada de ser educada e utilizando a brutalidade para afastá-los.
Como eles sabem de Aurora se eu mesma fiquei sabendo tem menos de uma hora?
— Sua mãe sabe da morte do amante? — Rosno para o imbecil, abrindo passagem com minhas mãos e tocando finalmente a maçaneta da porta do carro. A abro e entro seguida por mamãe.
— Abutres do caralho! — Mamãe rosna, assim que entra no carro e b**e a porta, retirando os óculos escuros.
— Como eles sabiam da nossa chegada? — pergunto, ainda olhando incrédula para a quantidade de jornalistas do lado de fora