Alguns dias se passaram desde o enterro de Carol.
Em certa manhã, Kevin estava no quarto de uma de suas luxuosas casas em Milão.
No quarto, ele encarava o espelho com a expressão de quem vê um intruso em sua própria pele, pois o reflexo lhe mostrou um rosto com olheiras profundas, a barba por fazer, e uma exaustão que parecia ter se impregnado em cada linha de sua face. Sua mão tremia levemente enquanto ajustava o colarinho da camisa, uma tentativa fracassada de compor uma aparência minimamente digna.
— Vamos, Kevin. Pelo menos finja que é humano hoje — murmurou para si, sua voz carregada de sarcasmo e desdém.
Inesperadamente, os passos ecoaram pelo corredor e, então, Justine abriu a porta do quarto e o encarou com o olhar comprimido.
— Kevin, você está pronto? — A voz dela estava cheia de uma exasperação contida. — Vamos nos atrasar para o desfile da Giovanna.
Ele não respondeu de imediato. Passou as mãos pelos cabelos e virou devagar para o lado oposto.
— Não vou. — Focando os o