Kieran
O corredor até a enfermaria parece longo. Melissa desmaiada nos meus braços pesa menos do que a ideia de perdê-la.
Fenrir se move sob minha pele como uma tempestade contida.
— "Ela está viva. Mas está fraca."
— Eu senti. — respondo em pensamento. — E isso me mata.
A curandeira, Maura, abre caminho quando me vê. É uma mulher velha, olhos atentos, mãos firmes, sem medo de Alfas. Ela encosta dois dedos no pescoço de Melissa e fecha os olhos, cheirando, ouvindo o corpo dela como quem escuta uma história.
— Ela está exausta. — Maura diz por fim.
— Exausta? Ela apagou na minha frente. — minha voz sai mais dura do que eu quero.
Maura me encara como se eu fosse um garoto teimoso.
— A Bruma não termina quando a lua se esconde. O corpo dela ainda está se ajustando ao vínculo, ao sangue, ao cheiro… ao seu tamanho.
— Meu tamanho. — repito, seco.
— Seu tamanho, sua força e sua presença. — ela confirma. — A Melissa é pequena. E é jovem. A marca ainda é recente. O vínculo puxa energia dos dois