Dominic se levanta abruptamente, a inquietação estampada em cada movimento. Seu corpo inteiro parece rejeitar a ideia de permanecer parado por mais um segundo. Passa os dedos pelos cabelos em um gesto automático, mas a simples ação faz com que uma onda de choques percorra suas mãos, ardendo insistentemente.— Caso precise de algo mais, me informe. — Dominic declara, o tom objetivo, porém sem perder a formalidade. — Vou te levar para casa. — Noah declara, a preocupação evidente em seu tom. Seu olhar analisa Dominic com atenção, ciente de que, mesmo sem admitir, o irmão precisa desse suporte agora.— Não é necessário, Noah. — Declara, encerrando qualquer possibilidade de discussão. — Leve a senhorita Hoffman para casa. Não é prudente deixar uma dama andando sozinha pelas ruas a essa hora. — Continua, um leve sorriso surge em seus lábios ao notar a sutil, porém nítida, tentativa de Noah de parecer indiferente ao ouvir o sobrenome dela. — Além disso, o senhor Rivera já está me aguardando
Dominic se levanta e a segue até o banheiro, onde a hidromassagem já está cheia, o vapor suave criando um ambiente acolhedor. Vivienne se aproxima com hesitação, os olhos carregados de preocupação e carinho. Então, com a delicadeza de quem sabe o quanto ele reluta em ser cuidado, desfaz o nó de sua gravata com todo o cuidado do mundo.Ele mantém os olhos fixos nela, e naquele olhar há algo que vai além do amor, há gratidão, uma emoção silenciosa que se reflete no brilho intenso de seus olhos. Seu peito aperta, não pelo cansaço, mas pela constatação de que ela está ali, com ele, escolhendo estar ao seu lado em seus dias mais difíceis.Com a mesma suavidade, Vivienne abre botão por botão do colete que ele veste, removendo-o com atenção, evitando qualquer toque que pudesse incomodá-lo. Repete o processo com a camisa branca, despindo-o lentamente, respeitando o espaço que ele precisa, mas deixando claro que ele não precisa suportar nada sozinho.Quando chega à calça, ela ergue os olhos e
Dominic, por sua vez, nada fez além de se permitir sentir. Se permitir absorver cada gesto dela, cada cuidado, cada pequena ação destinada a fazê-lo se sentir melhor. Porque ele sabia que aquilo não era apenas um dia comum. Era amor, traduzido em cada detalhe.Vivienne não deixou que ninguém mais cuidasse dele naquele dia. Nenhuma refeição foi preparada pelos empregados, cada prato foi feito por suas próprias mãos, com carinho, escolhendo ingredientes com cuidado, atenta a cada detalhe, como se quisesse colocar um pedaço do seu amor em cada sabor.Entre uma refeição e outra, ela o guiava para o sofá ou para a cama, onde seus dedos delicados deslizavam por seus ombros e costas, massageando com ternura, dissolvendo pouco a pouco as tensões que ele acumulava. Em alguns momentos, ficava apenas ao lado dele, sua cabeça apoiada no peito dele, traçando círculos suaves com os dedos em sua pele, como se quisesse acalmá-lo da forma mais simples e íntima possível.E então, quando não estavam em
Do lado de fora, Vivienne inspira fundo, tentando recuperar o fôlego, mas seu coração continua disparado no peito. Seu rosto arde, não somente pela surpresa, mas pelo constrangimento evidente.O segurança, sempre atento, a observa com preocupação, analisando sua expressão e postura em busca de qualquer sinal de perigo. Seu olhar vigilante se fixa nela, pronto para agir caso necessário.— Senhora Wade, necessita de alguma assistência? — O segurança questiona, sua postura firme e profissional, analisando atentamente qualquer sinal de perturbação.Antes que Vivienne possa formular uma resposta, a porta se abre repentinamente, revelando Joana envolta em uma toalha, a pele levemente suada e o rosto corado, indícios claros de que havia sido interrompida em um momento particularmente íntimo.— Vivi, eu posso explicar. — Joana dispara, a voz ligeiramente ofegante, enquanto ajusta a toalha ao redor do corpo, visivelmente constrangida. Seu olhar oscila entre a amiga e o segurança, tentando enco
Vivienne abre os olhos com dificuldade, piscando lentamente, enquanto sons indistintos alcançam seus ouvidos. Ruídos abafados, sirenes ao longe, vozes que sussurram em um tom urgente. Tudo se mistura em um turbilhão caótico que parece distante demais, como se ela estivesse presa em um sonho confuso.Seus olhos se movem com esforço, e então ela vê. O motorista está desacordado, o corpo inerte entre os airbags inflados. Seu peito sobe e desce irregularmente, mas ele não se mexe. Um arrepio percorre sua pele e o medo se instala em seu peito.Batidas firmes na porta ao seu lado a fazem girar a cabeça, cada movimento carregado de dor e peso. Sua visão, ainda embaçada, captura uma figura vestindo vermelho, talvez um bombeiro, talvez um paramédico.Com dificuldade, sua mão trêmula desliza até a trava da porta. Seus dedos encontram resistência, mas ela força, sentindo o pequeno clique da liberação. Mas antes que possa sequer tentar sair, uma tontura esmagadora a domina. A luz ao seu redor se
Um grito escapa dos lábios de Vivienne, afogado pelo pavor coletivo no carro. Os outros passageiros também gritam, o som de puro terror preenche o espaço apertado. Dedos implacáveis se fecham ao redor de seu tornozelo, puxando-a com força. Seu corpo desliza pelo banco, a pele roçando no estofado, enquanto ela se debate freneticamente, chutando no ar, tentando se agarrar a qualquer coisa.O homem do lado de fora sorri. Um sorriso maléfico, sombrio, como se já soubesse que havia vencido. Com a mão livre, move-se com calma assustadora e, em um estalo seco, destranca a porta.— Não! — Vivienne grita, sua voz rasgando o caos ao seu redor. Ela se debate freneticamente, chutando, tentando se livrar do aperto feroz em seu tornozelo. Seus movimentos são desesperados, descoordenados, impulsionados pelo puro instinto de sobrevivência. Suas unhas cravam no estofado, seu corpo se contorce em desespero. A dor em seu ventre se intensifica, mas o medo a impulsiona.— Nos tire daqui! — A mulher no b
Mais dois paramédicos chegam em disparada, empurrando uma maca com urgência, enquanto o primeiro socorrista, já ao lado do carro, avalia a situação com precisão, absorvendo cada detalhe em um instante.— Senhora, consegue me ouvir? — O socorrista pergunta, sua voz firme, enquanto toca suavemente o rosto de Vivienne, tentando trazê-la de volta à consciência.Vivienne pisca, mas sua visão permanece embaçada, os contornos ao redor se dissolvendo em sombras trêmulas. Os sons chegam distantes, abafados, como se ela estivesse submersa em um oceano de inconsciência. Sua boca se entreabre, lutando para moldar palavras, mas tudo que escapa é um murmúrio fraco, perdido no vazio.— Ela está perdendo a consciência! — Alerta rapidamente, a urgência transbordando em sua voz.Mãos firmes a seguram, deslizando-a cuidadosamente para fora do carro e colocando-a na maca. Quando seu corpo se deita, uma nova onda de dor brutal a atravessa e seu ventre se contrai novamente. Um grito fraco escapa de seus láb
No silêncio do escritório, Dominic observa o relógio em seu pulso, os olhos fixos nos ponteiros que avançam lentamente. Vivienne estava, no máximo, a dez minutos dali, mas já haviam se passado quinze. Seu cenho se franze levemente. Nesse horário, o trânsito nunca é um problema. Nenhum congestionamento, nenhum motivo para atraso. A sensação incômoda de que algo está errado começa a crescer dentro dele, silenciosa, mas insistente.Ele desliza a mão pelo bolso, pronto para pegar o celular e ligar para ela, mas, antes que possa fazê-lo, o som da porta se abrindo ecoa pelo ambiente. O alívio vem primeiro, dissolvendo a tensão em seu peito, e um sorriso discreto começa a se formar em seus lábios. Ele solta uma respiração que nem havia percebido estar prendendo, enquanto seu olhar se volta instintivamente para a entrada, esperando encontrá-la ali, como sempre. Mas, no instante seguinte, o sorriso desaparece.— O que você faz aqui? — Dominic questiona, a sobrancelha ligeiramente arqueada, enqu