Margot exibe um sorriso encantador, mas logo se censura mentalmente, considerando-se tola por se deixar iludir tão facilmente. Sacode a cabeça, decidindo dar-lhe um voto de confiança, embora, no fundo, torça secretamente para que ele não a decepcione.— Então, não me decepcione, Noah. — Margot responde, tocando levemente a mão dele. Antes que ela possa encerrar o toque, ele a segura com firmeza, levando sua mão até os lábios e depositando um beijo suave.— Farei o meu melhor para que essa atração se transforme em algo muito além do físico. — Declara, a voz baixa e intensa, carregada de uma certeza. O sorriso de Margot se amplia e sua respiração se acelera, como se aquelas palavras tivessem tocado algo profundo nela, acendendo uma chama que ela tentava controlar. O silêncio no carro é preenchido somente pelas respirações ofegantes, mas os olhares trocados são intensos, como se ambos tentassem entender o que estavam fazendo. No entanto, o desejo e a atração se intensificaram de tal for
O documento escapa das mãos de Vivienne, e, em um reflexo automático, ela leva as mãos à boca, seus olhos piscando repetidamente, tentando, em vão, negar o que acabou de ler. A dor é visceral, como se a realidade a tivesse golpeado com uma força imensurável. Sem pensar, Dominic se aproxima, envolvendo-a em seus braços, tentando oferecer um pouco de conforto diante do abismo que se abre à sua frente. Mas, ao sentir a proximidade dele, um grito desesperado e sufocado escapa dos seus lábios, como se algo dentro dela tivesse se quebrado irremediavelmente. Suas lágrimas começam a cair sem controle, em um fluxo incessante, e os soluços profundos, carregados de desespero, escorrem de sua garganta, como um lamento doloroso que ecoa sua angústia mais íntima, uma dor tão profunda que parece dilacerá-la por dentro.— Não foi um pesadelo. — Vivienne sussurra, a voz quebrada pelos soluços incontroláveis que continuam a escapar.O pesadelo parece tomar forma na mente de Vivienne, e suas pernas fra
O desespero toma conta, e Vivienne se encolhe contra Dominic, os dedos se agarrando à camisa dele, como se ele fosse a única âncora que a impede de afundar completamente. Seu choro retorna, intenso, sufocante, quase sem controle. Seu corpo treme, e a culpa, cruel e implacável, a engole por inteiro.Dominic a segura com força, seu coração apertado ao senti-la se despedaçando em seus braços. Ele queria dizer algo, qualquer coisa que a tirasse daquela dor avassaladora, mas não há palavras capazes de curar um coração partido por si mesmo. Então, ele faz a única coisa que pode, a mantém perto, tentando protegê-la do único monstro contra o qual ele não pode lutar, o que habita dentro dela.— Machuquei a minha irmã. — Vivienne murmura, a voz fraca, trêmula, quase como se temesse dar vida àquele pensamento. Mas a culpa escorre em cada palavra, pesada demais para ser contida.Ao ouvi-las, parece que um arrepio gélido percorre seu próprio corpo, como se revivesse aquele momento, como se pudesse
Vivienne ergue levemente o rosto, os olhos encontrando os dele, como se buscasse naquele olhar o porto seguro que sempre a mantém firme. Nos braços de Dominic, ela sente que nada pode alcançá-la, que ali é o único lugar onde está verdadeiramente protegida. Ele sempre sabe o que dizer, sempre sabe o que fazer para acalmá-la, para dissipar a dor que a consome, como se tivesse o dom de curá-la sem precisar de palavras.— Não quero fazer isso. — Vivienne começa, a voz suave, quase hesitante. Ela se afasta levemente do peito dele, deslizando os dedos pela própria bochecha, apagando os rastros das lágrimas que ainda marcam sua pele. — O que mudaria agora? — Continua, a voz falhando levemente, denunciando a dor que ainda a sufoca. — Minha vida inteira foi uma mentira. Confrontar meus pais só traria mais dor. Agora que conheço a verdade, sei que as palavras deles seriam ainda piores. — Acrescenta, e um sorriso fraco surge em seus lábios, carregado de tristeza, como se já soubesse exatamente o
Algumas semanas depois, Vivienne se observa no espelho, os olhos brilhando ao notar como sua barriga de vinte e três semanas parece ainda maior. Está mais pesada, sim, mas também carrega um dos sentimentos mais lindos que já experimentou.Antes de se vestir, ela desliza as mãos com carinho sobre a pele esticada, os dedos traçando círculos suaves, como se pudesse sentir cada um dos seus bebês ali, aconchegados dentro dela.— Vocês estão crescendo tão rápido. — Sussurra, um sorriso doce curvando seus lábios. — Amo tanto vocês. — Murmura, fechando os olhos por um instante, aproveitando aquele momento só deles.Como sempre, ela escolhe um vestido, algo que se tornou habitual nos últimos meses. É neles que se sente mais confortável, permitindo que sua barriga cresça sem restrições.Diante do espelho, ela começa a prender os cabelos em um coque improvisado, mas, no instante seguinte, solta os cachos e sorri sozinha. Não adianta. Dominic sempre faz questão de soltá-los, deslizando os dedos e
Dominic fica confuso por um instante, seus olhos alternando entre Vivienne e sua barriga, como se tentasse compreender a urgência na voz dela. Com delicadeza, ele desliza a mão sobre a barriga dela, os dedos percorrendo cada curva com um carinho profundo e atento.E então, como se o tempo simplesmente parasse, ele sente. Um toque leve, uma pequena pressão contra sua palma. Seu coração dispara, sua respiração vacila e, por um instante, tudo ao redor desaparece. O mundo se resume àquele pequeno movimento, tão suave, mas, ao mesmo tempo, tão poderoso. Era real. Seus filhos estavam ali, se manifestando, como se estivessem chamando por ele. Seus olhos se voltam para Vivienne, brilhando de pura emoção, um sorriso surpreso e maravilhado tomando conta de seu rosto.— Eles… — Dominic sussurra, incapaz de terminar a frase, pois a emoção simplesmente o consome.Vivienne solta uma risada baixa e doce, seus olhos marejados, enquanto entrelaça os dedos aos dele, guiando suas mãos com suavidade e as
Dominic sorri, sentindo o calor reconfortante de Vivienne em seus braços. Com seus filhos se manifestando pela primeira vez, ele tem a certeza de que nada no mundo poderia ser mais perfeito do que aquele momento. Era como se o universo inteiro tivesse se alinhado para lembrá-lo de que a verdadeira felicidade estava bem ali, com eles.Quando a noite cai e a brisa fresca se instala ao redor do lago, eles decidem encerrar o piquenique, recolhendo tudo com calma, sem pressa, como se quisessem prolongar aquele dia perfeito pelo máximo de tempo possível.De volta à casa, o aconchego os envolve assim que entram. Subindo para o quarto, eles se acomodam na cama, sob os lençóis macios, sem qualquer compromisso, além de simplesmente estarem juntos. A televisão preenche o ambiente com uma sucessão aleatória de programas, desenhos animados que fazem Vivienne rir, filmes de ação que prendem Dominic, e até romances que arrancam suspiros dela e olhares divertidos dele.Entre uma cena e outra, trocam
Dominic se aproxima rapidamente, sem hesitar, e a envolve em um abraço apertado, buscando transmitir a ela todo o conforto e segurança que ele poderia oferecer. Ele a segura com firmeza, tentando acalmá-la, enquanto sua mente trabalha a mil por hora, tentando entender o que está acontecendo. Cada soluço dela, cada tremor em seu corpo faz com que ele se pergunte o que a levou a esse ponto, e o que ele pode fazer para ajudá-la a lidar com a tempestade que parece estar prestes a engolir ambos.— O que está acontecendo, pequena? — Dominic pergunta, afastando-a delicadamente, para olhar nos olhos dela. Sua voz, suave, transmite preocupação, mas também a urgência de entender o que a está consumindo. Ele a observa com intensidade, esperando que ela se abra, mesmo que seja difícil.— Preciso retornar imediatamente para a cidade de Luxemburgo. — Vivienne afirma, afastando-se do abraço dele com determinação. Ela joga o celular sobre a cama, sua expressão marcada pela tensão. — As autoridades de