Capitulo 3: Hell Army: Desconhecido

                                                                                                              

        É meramente um golpe do destino uma criatura das trevas Elijahizando em meio à madrugada arrastando-se colina acima ferido e sem forças, sente uma sede terrível falta de plasma, a bebida essencial aos da sua espécie, sangue, a vida para os vampiros a morte para os homens, suas turvas lembranças não o ajudam afinal o que estaria acontecendo? Sabe que está pendurado no meio de uma montanha e que seu estado físico é precário, sabe que sua perna direita está quebrada em dois lugares, a armadura amassada pressiona costelas esmigalhadas no peito, e a respiração por conta disto não é nada fácil, grandes feridas se espalham pelo seu corpo causadas por poderosas mandíbulas, sua mente está atrapalhada por conta das privações que não o deixa lembrar de como chegou a atual localização e como ficou em tal condição; Lembra-se de Hillmond, de amigos e de seus irmãos, lembra-se de uma guerra contra os lupinos, porém esta guerra não poderia explicar sua situação atual, os inimigos de seu país não eram tão fortes a ponto de deixar um guerreiro como ele em tal estado.

         A madrugada se estende e parece inevitável o fim para um guerreiro imortal, um vampiro que sobreviveu tantas guerras e pisou em seus adversários, agora arrasado pelo inimigo e abandonado em um precipício a mercê da morte aquela que não deve respeito à vida alguma. Porém a algo diferente neste vampiro, algo maior que a guerra que assola este mundo e o destino também parece compactuar com os acontecimentos seguintes.

         Uma armada de guerreiros vampiros retornava de uma batalha contra um clã inimigo, voltavam em marcha do país dos inimigos depois de uma missão com muitas perdas, mas bem sucedida, retornavam ao seu país de origem e aproveitavam a madrugada sua hora de maior força mística, estes guerreiros eram membros de um dos clãs que se tornavam notavelmente poderosos, o clã Venariano batizado pelo nome HELL ARMY; Retornavam vitoriosos de um combate definitivo contra um clã lycan que há muito havia se declarado inimigo e atacavam suas terras saqueando e matando os povoados e vilarejos ao redor de seu país, o clã inimigo era conhecido como os Guerreiros da Lua Cheia, eram lobisomens  que constituíam em seu clã na maioria caçadores de recompensa e ladrões que guerreiros realmente, eram bárbaros, assassinos e salteadores, viviam no pouco evoluído país de Golomor situado entre o deserto, a montanha e Venariun, depois de muitas reclamações de pessoas sobreviventes dos massacres nas fronteiras de Venariun os líderes decidiram levar a guerra a eles e atacaram suas terras o quanto antes, dizimando quase que completamente os inimigos que não esperavam um ataque tão rápido em seu próprio país.

         Marchavam à frente de suas fileiras os quatro audazes líderes deste clã, estes eram Ângelus, Anatole, Sartrana e Ira, eles eram a força deste clã que estava entre os mais fortes da terra de Aaron e as histórias de cada um destes líderes serão contadas mais adiante.

         Com a madrugada já avançando a brigada teve que levantar acampamento, pois diferentes de vampiros lendários estes não morrem a luz do sol mas perdem sua força mística e acabam se assemelhando a humanos com muitas de suas fraquezas e limitações, por conta disto os que por ventura estivessem feridos poderiam não resistir há uma viagem forçada, sem o poder vampírico sua capacidade de cura estava muito limitada, e sempre havia o perigo de virarem alvo de uma emboscada.

         Por uma curiosa jogada do destino estão atravessando certo trecho da Montanha dos Dragonitas, quilômetros abaixo de onde situavam as milenares ruínas da grandiosa fortaleza construída pela primeira raça inteligente que habitou Aaron a dois mil anos atrás, localizada em uma região montanhosa onde predomina o frio, que apesar de muito intenso não é tão agressivo para vampiros que tem seu sangue gelado como a própria montanha.

         Ângelus e Anatole estavam reunidos com seus comandantes primários, os dois generais temiam emboscadas de possíveis aliados do clã lupino derrotado, não que vampiros fortes como eles temessem o inimigo, mas deve-se ter cautela quando se está em uma região inóspita e tão longe de seu país, não se sabia exatamente quem poderia ter aliança com seus inimigos, mas sabiam que existem clãs de lobisomens muito fortes e longe de sua fortaleza carregando muitos feridos seriam presas fáceis.

         Sartrana, segunda comandante dos Hell, uma vampira experiente e guerreira talentosa com poder suficiente para ser uma das quatro lideranças do temido clã, neste momento afastada dos estrategistas estava perdida em pensamentos, ao seu lado apareceu Ira, uma vampira de cabelos vermelhos e aparência de uma jovem com vinte anos mas tão forte quanto a guerreira Sartrana, as duas começaram a refletir sobre o porquê destas terríveis e inacabáveis guerras, Sartrana até o momento nada sabia sobre seu passado, já Ira ao contrário é atormentada pelo seu passado violento, filha de camponeses assistiu sua família e tribo serem massacrados por um clã lycan, salvou-se por pouco com seus dois irmãos mais novos que acabaram morrendo logo depois pelas presas de uma fera da floresta onde se se refugiará, ferida e só com o monstro assassino, foi salva por um vampiro desconhecido que ao notar seu estado quase terminal lhe passou sua herança imortal e a entregou aos cuidados de um ancião que adotava vampiros recém transformados. Nada se sabia ao certo sobre o velho vampiro Lucius, mas aparecerá a anos no país Mirionth e escolherá um local com belos campos para lá fundar uma pequena fortaleza na qual passou a treinar vampiros para fazer deles guerreiros imbatíveis com a finalidade de defenderem sua espécie na batalha contra os lobisomens. Desde que Ira foi entregue aos seus cuidados notou que o mestre via algo de diferente nela e a destinou um treinamento muito mais avançado e duro que o dos demais, sempre que ela perguntava o porquê desta diferenciação ele ou ignorava sua pergunta ou apenas lhe dizia que ela saberia muito em breve a resposta.

          Apesar da aparência jovem e para alguns até frágil, Ira detinha um poder grande e incomum devido a este treinamento, poder que era temperado pelo terrível ódio que tinha guardado no seu peito contra a raça lycan, o que resultou em uma cruzada mortal que a fazia eliminar cada lupino que cruzasse seu caminho. Mas como em todo tempo de guerra uma armada que oferece muito perigo ao inimigo não passa despercebida, principalmente uma treinada na fortaleza ameaçadora do milenar vampiro Lucius, então três dos clãs lycans mais fortes que viam a desvantagem que representava o ancião e seus discípulos encabeçaram um ataque à fortaleza onde eram treinados os futuros guerreiros vampiros.

         Atacaram-nos bruscamente com seus soldados mais fortes, três armadas constituídas dos mais experientes e antigos soldados lobisomens, os vampiros pegos de surpresa foram subjugados pelos inimigos, a maioria foram decapitados ou queimados, os poucos sobreviventes resistiram abrigando-se na área principal da fortaleza; Ira resistiu junto a vários deles liderados pelo seu mentor, mas apesar de serem bravos guerreiros não estavam preparados para as hordas lycans unidas e seus comandantes muito mais experientes e fortes.

         Tudo parecia perdido e era inevitável que ninguém sobrevivesse ao ataque, então o sábio guerreiro decidiu que seus discípulos restantes deveriam fugir e encontrar novos aliados assim renovando as esperança dos vampiros e se aliando a novos clãs para continuar sua vingança e defender a raça vampira.

         Apesar dos protestos suas decisões eram incontestáveis, então foi ele pessoalmente enfrentar os inimigos enquanto os remanescentes de seus seguidores perdiam-se na noite em busca de novos exércitos a fim de continuar a grande guerra em nome da sobrevivência dos vampiros.

         O sangue correu grosso naquela noite que mais tarde transformou-se em lenda, assim como o grande guerreiro ancião Lucius, os lycans animados com a vitória inicial atiraram-se para o ataque assim que viram o ancião, pagaram caro por subestimar o poder do guerreiro milenar que retribuiu o ataque estourando cabeças e degolando os mais apressados, saiu decepando braços e pernas sob a fúria de duas formidáveis espadas ajudado pelos seus dois principais discípulos, seguiram esmagando crânios e dilacerando lupinos que atacavam mais furiosamente ante a chacina de seus semelhantes, os três lutaram com toda a fúria de seus espíritos, mas sobrepujou-os o maior número lycan, com grande ira Lucius viu Ulfasso tombar coberto de lanças e em seguida a bela irmã dele Fassa, partida ao meio pelo machado de um monstruoso lycan.

         Assim que Fassa e Ulfasso tombaram em batalha o velho guerreiro ergueu uma das suas espadas para um guerreiro escondido nas sombras que somente assistia a tudo e grita:

         --Eu sei quem é você, o único que conhece nossas fraquezas e poderia comandar uma tropa de lobisomens tão poderosos apesar de ser um dos nossos, nunca imaginei que se viraria contra nós, mesmo depois do feitiço da bruxa!

         --Eu avisei a você que deveria me destruir, você e sua clemência não deixaram, agora já tenho a escolhida para ter meu filho e você fez um bom trabalho com Ira, adeus velho mestre!

         O guerreiro misterioso sumiu nas sombras e Lucius começou a chacina dos Lycans.

         Mas foi ao troco de mais de três centenas de lobisomens que também tombou decapitado o grande Lucius e foi exatamente assim que foi encontrado, seu corpo coberto de sangue inimigo, flechas e transpassado por uma lança, os numerosos corpos destruídos dos lupinos amontoados ao seu redor mostravam o terrível preço que pagaram pela destruição de sua fortaleza.

         Mas sua esperança não foi destruída, Ira e alguns outros conseguiram se salvar e espalharam-se pelo mundo de Aaron juntando-se a outros exércitos e lutando sempre com o objetivo de defender sua raça, recomeçaram mantendo o ideal do ancião sempre vivo assim como sua grande história.

         Novamente as coisas mudaram drasticamente para Ira agora perdida e sozinha, pois nada conhecia além da antiga vila onde crescera e a fortaleza onde vivera os últimos anos depois da chacina de seu povo, o ataque a fortaleza onde foi treinada e ensinada, a levou a viajar sozinha e indefinidamente, vagou vários dias até chegar a Venariun e em dois dias lá foi encontrada por Sartrana depois de espancar até a inconsciência dois degoladores que se enganaram com a sua aparência frágil; Sartrana tinha uma aparência bem mais madura e carregava uma inevitável presença marcante pela sagacidade e altivez com a qual se portava, não demorou a notar o símbolo formado por dois dragões desenhado na armadura da guerreira, este era um símbolo conhecido por muitos, pois pertencia ao clã do lendário Lucius que se exilou do restante do mundo e começou a preparar os vampiros para a grande batalha que estava por vir.

Sartrana se apegou a Ira assim que a viu e foi realmente uma imagem inesquecível, estava toda suja de sangue, com a espada também vermelha em punho um homem aos seus pés sangravam inconsciente enquanto o outro implorava por sua vida com o rosto já desfigurado, degoladores eram a pior raça que existiam nas docas, roubavam, extorquiam, raptavam e lógico matavam por dinheiro, sendo assim qualquer um que desse uma boa lição em algum deles chamava a atenção e caia em boas graças com qualquer um que presenciasse a ação, e neste quesito Sartrana não era diferente, depois de m****r dois guardas prenderem os bandidos (ou o que sobrou deles) levou Ira para a sua fortaleza e deste momento em diante as duas vampiras tornaram-se inseparáveis tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais e a amizade das duas só tendia a crescer conforme o tempo passava.

         No acampamento Sartrana com cede da noite afastou-se silenciosa para longe de Ira que a esta altura interessava-se pela rota traçada por Ângelus e Anatole, Sartrana estava perdida em seus próprios pensamentos quando um barulho de rochas que vinha da beira de um precipício roubou-lhe a atenção, esquivou-se de umas rochas pontiagudas e então pode ver um braço vestido com um bracelete de guerra feito em prata, aproximou-se mais e pode ver quase por completo o corpo de um guerreiro caído sua armadura muito danificada não escondia as grandes feridas que carregava, parecia ter sido atacado por muitos leões famintos, estava coberto de sangue e barro, parecia ter lutado contra seus agressores, o frio e a própria montanha.

         Ela observou-o por um tempo e notou que pela aparência devia ser de algum dos países ao sul das montanhas, sua armadura era diferente das que estava familiarizada em Venariun, também devia ser de uma boa família pois o material dela era de primeira linha e os trapos as suas costas era de uma capa geralmente usada por algum comandante, tinha um longo cabelo preto foi apenas o que pode notar no momento, apesar de os vampiros ter o dom de uma cura acelerada eles precisam de tempo e condições, assim como os lycans, de outra forma ambas as espécies não suportariam e sucumbiriam, porem quis o destino que Sartrana encontra-se o guerreiro e o resgatasse, tirou seu corpo do penhasco e o levou para o acampamento, pouco pode ter de informações acerca dele a não ser por palavras murmuradas em um breve momento que acordara.

        --Sou Xavier mestre de armas do império Hassel em Hillmond, que diabos está acontecendo? Onde estou?

         Em algum lugar na floresta ao redor das montanhas dos Dragonitas a pequena tropa que viajava já há alguns dias chegava finalmente ao seu destino, uma cabana situada na parte mais densa da floresta, o vampiro de aparência jovem de nome Wereck desmontou de seu cavalo preto e dirigiu-se a pequena cabana com o intuito de encontrar Xavier seu mentor e antecessor no comando do exército imperial de Hillmond, o império encontrava-se em constante estado de evolução entre as nações comandadas por vampiros e estava crescendo consideravelmente em termos econômicos e bélicos.

         Ele como general das tropas, recebera a missão de encontrar Xavier que havia desaparecido misteriosamente, esta missão havia sido conferida a ele diretamente por Ykarus Hassel o imperador.

         Os esporádicos sumiços de Xavier não eram novidades, para ele tais desaparições eram de costume do vampiro que hora ou outra se retirava para esta cabana e ali permanecia por dias acompanhado somente de um cachorro, que adotará propositalmente para provocar seu irmão imperador, porém esta era mais uma época de guerra e estavam em pleno conflito com um clã lycan conhecidos como Lúpus Tenebrae, que sitiaram a cidade de Minnor com as hordas comandadas por Malounans, Lycan tão vil que fora expulso do pacto dos lobos por atacar aldeias sob jurisdição de seus semelhantes lycans, este não era o melhor momento para Xavier desaparecer.                          

         A missão estava quase terminada, queria encontrar logo o vampiro para voltar à frente das fileiras de batalha, mas em vez de encontrar Xavier, achou apenas a cabana totalmente destruída, averiguou os traços de luta que eram visíveis em meio aos destroços da cabana, pode notar também grande quantidade de sangue no chão, logo na entrada jaziam os restos mortais do cão que Xavier tanto gostava, dentro do recinto pedaços do que outrora foram móveis se espalhavam mostrando a violência da luta, pegadas no solo denunciava três agressores e pelo tamanho e forma só poderiam ser de licans, porém outras marcas no chão chamaram a atenção de Wereck, não eram somente pegadas de lobisomens, mas rastros de três feras conhecidas também se encontravam no local, eram répteis de guerra, feras monstruosas que eram adestradas e usadas como armas de combate, ferozes, rápidas e eficientes, mas seus inimigos atuais da Lúpus Tenebrae não possuíam este tipo de guarda, somente vampiros e lobisomens mais antigos sabiam onde capturar e adestrar esses animais que na maior parte das vezes já vinham de outros exércitos como herança ou pilhagem, então quem o teria atacado de forma tão brutal ? Afinal, porque usar o poder de três lycans provavelmente muito mais evoluídos e ainda a força de três répteis tão difíceis de se encontrar por estas terras para atacar somente um guerreiro? E afinal se foi destruído onde estaria o corpo? Pois de certo sobrariam pelo menos restos!

         No fundo da cabana um filete de sangue se espalhava nas folhas secas que cobriam o chão, uma árvore de aparência forte jazia estraçalhada vitima de forte golpe, mais a frente à espada Hansuy de Xavier estava enterrada no solo como se tivesse sido usada para o apoio de alguém muito ferido, o rastro de sangue o levou até a cocheira onde deveria estar o cavalo de Xavier, ao encontrá-la escancarada e notar a ausência do animal logo imaginou que ele conseguirá escapar de seus inimigos, porém ferido era muito improvável que tivesse sobrevivido, pois a trilha que seguirá o levaria ao pico da montanha onde o frio congelante reinava supremo.

         Erguendo o braço em uma ordem de comando apontou a trilha e os guerreiros seguiram-no rumo ao pico a fim de tentar resgatar Xavier, porém dois km. à frente encontraram o pouco que restava do cavalo, mas nenhuma pista, tinha que admitir que as chances eram quase nulas de o guerreiro ter sobrevivido. Tinha que retornar, pois as fileiras precisavam de sua liderança, também Ykarus e Ulric tinham que ter conhecimento do poder que se levantará contra um deles. Com uma ordem de Wereck, os guerreiros dirigiram-se ao trajeto de volta, seria uma longa viagem e também uma dura notícia para o clã dos Hassel`s.

         A madruga está quase por se encerrar nas montanhas dos Dragonitas, e no acampamento da Hell Army as discussões sobre o vampiro resgatado por Sartrana, estavam cada vez mais acaloradas, Ira por ter vivido tantas perdas não conseguia confiar em quase ninguém, por tanto era difícil para ela aceitar um estranho entre os seus, e a falta de informações sobre o estranho só aumentava sua aversão ao seu recolhimento, Ângelus e Anatole, como generais, tinham seus motivos para desconfiar de todos os estranhos, pois nessas épocas de guerras não eram poucos os que se vendiam aos inimigos e traía seus clãs, a única a apoiar com veemência para que o clã cuidasse do vampiro ferido era Sartrana, que porém não podia explicar seus motivos para acolher o jovem guerreiro, piedade era um sentimento certamente estranho para criaturas das trevas como a sua raça, no entanto uma promessa do passado a obrigava a ampará-lo, todos então decidiram acolher o guerreiro ferido com a condição de que o estranho seria de sua responsabilidade e que ela arcaria com as conseqüências de quaisquer atos dele. Em uma discussão mais acalorada com Ira, colocou a seguinte situação:

        --Ira, eu também te encontrei tão ferida quanto ele, não fisicamente, mas psicologicamente, eu nada sabia sobre você, mas te acolhi e no entanto hoje é como uma filha para mim, eu te ofereci uma nova chance então porque a nega para um de nossa raça? Ele claramente foi perseguido e atacado por inimigos mais fortes e se sobreviveu a eles e a montanha deve haver um motivo para isso.

        Todos se assombraram pela repentina demonstração de sentimentos da vampira, principalmente Anatole, que deixou transparecer nos olhos um certo sentimento de ciúmes e o temor de perder o afeto da vampira, pela qual nutria um sentimento quase palpável, o outro motivo do assombro era por que aos vampiros os sentimentos quase lhes foram negados, porém alguns vampiros os conservavam como se fosse uma herança de seus criadores os quais eram umas incógnitas, não havia registros históricos de onde surgiu a maldição dos vampiros mas muito em breve seriam feitas grandes revelações quanto a eles e aos seus inimigos naturais os lobisomens.

         Ao chegar a pouca luz do sol que banhava a terra nesses tempos sombrios, os vampiros tem as horas ideais para recarregar suas energias em tendas armadas na densa floresta, não precisariam se preocupar com os lycans, esses também se resguardavam durante o dia por sua natureza também noturna. A vigilância do acampamento ficará segurada pelos guardas répteis, esses semelhantes aos dos agressores de Xavier supervisionados por alguns vampiros fortalecidos por poções só usadas em ocasiões especiais como essa.

        Eles poderiam seguir viagem mesmo sob a luz do sol, porém a noite suas energias eram infinitamente maiores, enquanto, durante o dia se assemelhavam fisicamente aos humanos, assim como os lycans, a parada seria uma boa oportunidade para que alguns dos feridos melhorassem seu estado e por conseqüência pudessem andar por si próprios, retiraram-se para suas tendas e deixaram que o dia lhes restabelecesse as energias.

        Em outra parte, a pequena comitiva liderada pelo general Wereck alcança os domínios da Hassel à nação Hillmond, ele sabe que não trás boas notícias, pois o ocorrido a Xavier lhes privará de um dos seus guerreiros mais fortes.

        A Hassel era um clã muito unido, seus líderes tinham uma ligação ·forte e o súbito sumiço de um poderiam provocar uma certa desestabilidade, também acarretaria em algumas mudanças bruscas, pois com o sumiço de Xavier a moral do exército seria afetada pois apesar de já não ser mais o comandante geral ele sempre fora uma fonte de inspiração para os soldados, pois fora ele que treinou a maioria deles, outra dúvida o incomodava, havia assumido a pouco o posto de general no lugar de Xavier, teria sua fibra? Nesta guerra ele atacará impiedosamente o inimigo, não dando chance de revide, a vantagem dependeria dos ataques não cessarem ou fraquejarem, o que o preocupava era como o exército receberiam a notícia da morte do antigo general?  Renovariam sua força por vingança? Ou se dobrariam ao achar o inimigo mais forte?

        Logo na entrada do castelo foi recebido pelo vampiro Ulric, este por sua vez tinha motivos seus para encontrar Xavier, não simplesmente por ele ser um dos líderes, mas também por ser ele que o transformara em um vampiro a cinqüenta e cinco anos atrás.

        Xavier lutará com um grupo de caçadores de vampiros em uma batalha pela sobrevivência, essa lembrança invadiu a mente de Ulric ao receber a notícia da possível destruição de Xavier.

        Em outro lugar na montanha dos Dragonitas a noite chega sem maiores infortúnios e no acampamento da Hell Arme, uma parte dos guerreiros feridos tiveram uma boa evolução em seu processo de cura e receberam logo pelo anoitecer uma quantidade de sangue bovino ainda fresco.

        O sangue dos animais não era o melhor, porém repõe as energias precisas e acelera o processo de cura além de ser alimento para os guerreiros, há muito foi adotado pelas novas gerações de vampiros que não desejavam fazer dos humanos seu gado, depois de descobrirem que o sangue dos bois e de outros animais que servem de alimento aos humanos poderia servir-lhes para aplacar a sede, então optaram por este tipo de alimento e só desta maneira os clãs vampiros conseguiram viver de forma mais justa com os habitantes de seus países e governarem com verdadeira justiça, a Hell Arme e os Hassel`s foram alguns dos primeiros a adotarem esta opção em nome de suas nações.

        Xavier acordara de um mundo de dor e logo que despertou olhou ao redor e viu Sartrana  sentada em um banco ao seu lado segurando uma cuia com o líquido salvador, sua garganta estava seca e o cheiro do sangue lhe deu novo ânimo, notou que suas fraturas estavam em avançado estado de recuperação, e com a bebida a sua frente logo estaria recuperado.

        Com um pouco de dificuldade inclinou-se no leito e fitou a vampira, que por sua vez irradiava uma altivez nunca vista pelo vampiro, ela estendendo a cuia com o líquido precioso e disse-lhe:

        -- Beba, ainda está fraco. Se recupere e diga-nos quem é e como veio parar aqui neste estado, estamos em guerra e não podemos confiar em qualquer um.

        A presença da vampira surpreendia Xavier, tinha a aparência de uma humana madura, com seus cabelos longos como a noite, preso em uma enorme trança que alcançava quase a altura de sua cintura, trajava uma roupa branca e botas de couro, usava um grande cinturão cravejado de pedras preciosas e portava um par de braceletes de guerra de cor marrom como as botas, seu pescoço estava adornado por belo e reluzente colar, em suas costas pendia chamativa bainha, a qual repousava magnífica espada com sua empunhadura em ouro. Mas apesar da presença marcante, o que mais lhe prendeu a atenção era a tenacidade da vampira, obviamente muito mais forte e antiga que ele, então perguntou:

        -- A quem devo meu resgate? Lembro-me vagamente de você me tirando do precipício.

        -- Meu nome é Sartrana, sou comandante da Hell Arme, clã que domina as terras a leste daqui. Já sabe muito sobre nós, que tal falar de você e de como veio parar aqui?

        --Hell Arme! Esse nome è conhecido, já ouvi falar de vocês ao fazer um levante dos clãs vampiros mais fortes. Estão em ascensão rápida seu nome já è conhecido nos campos de batalha, sou Xavier, Mestre de armas da Hassel clã criado pelo imperador Ykarus para proteger a nação de Hillmond. É meio estranho como aconteceram os fatos que me trouxeram a essa condição.

        -- Pode explicar, eu tenho paciência.

        -- Pois bem, lembro-me de ter me recolhido em minha cabana a fim de estudar alguns assuntos acerca de nossos inimigos declarados, a Lúpus Tenebrae.

        --Ouvi meu cão agitado como nunca, ao tentar constatar o que havia, me dirigi à porta, ao abri-la senti um forte golpe do peito, desferido com tal velocidade que não pude nem ao menos ver o agressor, tudo foi muito rápido, ouvi um barulho de metal deslizar de dentro de várias bainhas eram rápidos e fui salvo pelo colete da armadura em um golpe de sorte, pude notar três agressores depois de desviar de um golpe que estraçalhou um forte armário de carvalho. Pelo que pude notar só precisavam de um, pois eram claramente mais fortes que eu, resisti o máximo que pude, lancei-me para fora a fim de ganhar espaço e nesse momento recebi um golpe forte, talvez de clava, na perna direita, e caí com essas fraturas na perna no fundo da cabana, lá fora me deparei com três guardas répteis, dois da raça diabólica e um de fogo, esses me atacaram logo que me avistaram, o primeiro dos diabólicos cravou suas mandíbulas em minha armadura e arrastou-me pelo solo, consegui me livrar furando seu olho esquerdo com uma estaca de madeira dos pedaços de um banco estraçalhado com meu próprio corpo, ele me largou com um guincho de dor, porém não me atacaram mais, foi quando notei que a ordem não era para me matar, então vi que não se tratavam de nossos atuais inimigos, depois que me recuperei, ataquei o outro diabólico e em uma jogada desesperada estraçalhei sua jugular com minhas próprias presas e consegui me esquivar dos outros, escapei por pouco de um golpe de um grande machado de guerra o qual, estraçalhou uma árvore consideravelmente forte, então pude visualizar um dos meus agressores. O lupino era enorme com uma armadura bem forte e um enorme machado de guerra, tive a certeza de que me deixaram escapar, com grande dificuldade apoiei-me em minha espada e cheguei à cocheira, montei em meu cavalo e saí em disparada, sem meus companheiros não seriam páreo para esses lupinos, então segui montanha acima a fim de despistar meus perseguidores, a corrida foi inútil, os dois répteis restantes me alcançaram rapidamente e rasgando o ventre do meu cavalo devoraram-no ainda a se debater e relinchar, com a brusca parada fui arremessado colina abaixo, rolando para o precipício, eles devem ter imaginado que ferido como estava não sobreviveria, então se foram!

        -- Mas pelo jeito você é resistente!

        Falou Sartrana.

        -- Bem, agarrei-me fortemente a uma rocha e com muito esforço lutei contra os fortes ventos, escalei até um lugar seguro, onde perdi a consciência e onde você me encontrou, ainda bem que quebraram minha perna, e não meu braço!

        -- Bem, sua história me parece verdadeira, porém, não sou apenas eu quem deve decidir seu destino Ângelus e Anatole viram falar com você, então beba e descanse em duas horas seguiremos viagem, dentro de uma hora eles viram e decidiram agora tenho outros assuntos

        Então ela se levantou e retirou-se sem mais nada a dizer, Xavier não entendia porque ela se preocupava com ele e no entanto ela estranhava o motivo mais do que ele podia imaginar mas no momento outros pensamentos invadiram sua mente. Quem o teria atacado? Porque não o mataram de vez? Seriam aliados da lúpus? Se não, então qual o motivo e como o encontraram ali em local tão evitado? E o mais preocupante, estariam atacando seu clã também?

        Xavier estava deitado na tenda, seus pensamentos voavam a mil tinha que avisar a Hassel, mas não sabia como, não sabia com quem estava lidando, podia estar em uma cilada pouco sabia sobre seus supostos salvadores, como também sobre seus agressores, achou por melhor esperar as respostas viriam com o tempo, porém não sabia se tinha tempo a perder esperando.

        Os dois generais entraram na tenda um após o outro, suas armaduras negras cobriam lhes desde os pés ao pescoço, tinha espinhos nas ombreiras, e nas laterais dos braceletes assim como nas laterais das botas, forjadas em aço de cor tão preta quanto o lendário rubi de Elijah, o qual diziam era o guardião dos segredos da magia dos Dragonitas. Xavier observou os dois generais a sua frente Anatole demonstrava uma imagem mais envelhecida que Ângelus, este por sua vez tinha uma face jovial cabelos castanhos que lhe batia nos ombros, levava no rosto uma expressão de calma e frieza ,Anatole era mais alto e tinha uma expressão séria e um tanto cruel.

        Xavier sabia que não podia julgá-los pela a aparência de idade, pois ambos eram vampiros muito mais antigos que ele,  fitaram-no nos olhos como se quisessem ler algo em sua mente, sem demora, Ângelus dirigiu-lhe a palavra.

        --Você foi encontrado por uma das nossas, deve a ela sua salvação, já a deve ter conhecido.

        -- Sim, ela falou comigo a pouco.

        -- Quem é você? – Perguntou Anatole, bruscamente.

        -- Eu já disse, ela não te falou? Se desconfiam tanto de mim porque me salvaram? Foi para terminar o serviço?

        Anatole respondeu sacando sua espada furioso.

        -- Tem a língua afiada, é tão bom com a espada na mão insolente? Deve-nos!

        Ângelus interveio.

        -- Espere caro Anatole, devemos respeitar a vontade de Sartrana.

        Ao ouvir isso a expressão de Anatole enfureceu-se mais ainda, porém respeitou o pedido de Ângelus, este virou para Xavier e falou:

        -- Pela vontade de Sartrana, permitiremos que venha conosco, porém, a responsabilidade pelas suas atitudes, pertencerá a ela, não permitiremos que porte armas, ou que tente contato com alguém de fora do acampamento, pelo menos até chegarmos aos nossos domínios. Está claro? Lembre-se, você é responsabilidade dela, ela te salvou e defendeu, o que fizeres de errado, recairá sobre ela. Apelo pela sua gratidão.

        Em silêncio, Xavier observou os dois generais saírem e por um momento visualizou o rosto de uma jovem de cabelos vermelhos como o fogo e armadura preta como à dos dois, a visão foi rápida, porém, a face da vampira, cravou-se em sua mente.

        A garota em questão, era Ira, que não quis entrar, pois já vira o vampiro anteriormente, este despertou logo de vista sentimentos que a muito havia afogado em sua alma. Não queria vê-lo consciente, preferiu ouvir de longe então ficou do lado de fora apenas escutando, da última vez que se apegar a alguém foi a um jovem vampiro recém transformado Ira sentiu pena da criança amaldiçoada a permanecer com o mesmo aspecto e passou a cuidar dele como um filho, porém, este foi morto em combate e ela sentiu novamente o gosto amargo da perda, não abrindo seu coração a mais ninguém, mas este guerreiro era diferente, por mais que tentasse não conseguia esquecer sua face pálida e seus grandes cabelos negros desgrenhados.

        O acampamento começava a ser desmontado, as carroças menores carregavam o material usado nas grandes tendas e as maiores os feridos que estavam em estado grave e não poderiam se locomover, pois não se recuperaram totalmente com a pausa diurna, havia um código de honra que não permitia a vampiros ou lobisomens abandonar seus feridos a própria sorte, por isso ambas as raças cuidavam deles, mesmo tendo que atrasar suas tropas pela demora da locomoção.

        Xavier recuperara-se mais rápido de que esperava, ajudou a desmontar a tenda em que fora hospedado e observou que muitos vampiros da tropa não tinham a mesma sorte, soldados que tiveram braços ou pernas decepados, outros total ou parcialmente queimados, muitos com gravíssimos ferimentos feitos por espadas, machados e lanças, os ferimentos variavam, no peito, na cabeça, abdômen, ou costas, e uma grande quantidade de corpos sendo enrolados em panos e cremados no lugar onde ficava o acampamento, eram corpos dos feridos que não sobreviveram ao dia, por se tornarem praticamente humanos, herdando então a fraqueza característica. Neste momento Sartrana aproximou-se e lhe disse:

        -- Venha comigo separei um bom cavalo para você, pertenceu a um bravo guerreiro que pereceu na batalha, gostaria que ficasse com ele.

        -- Por que se preocupa comigo?

        -- Não me preocupo, apenas acho que perdemos muitos guerreiros nessa batalha e temos uma longa jornada pela frente, cruzaremos o deserto de Mannon, onde reina o clã lycan Devoradores, todos os guerreiros a disposição serão necessários, caso cruzemos com eles. Agora se apresse, partiremos logo.

        E novamente deu-lhe a costa, não dando tempo para que ele pudesse fazer perguntas. Saíram logo em seguida à marcha seria árdua, pois teriam que enfrentar as dificuldades dos quilômetros que ainda faltavam para sair das montanhas dos Dragonitas seguindo ao norte para cruzar o deserto Mannon, para poderem chegar aos seus domínios. Nove horas de marcha incessante e estavam finalmente chegando ao árido deserto de domínio dos Devoradores, um clã lycan fortíssimo, os quais eram conhecidos pela selvageria e brutalidade com a qual atacava qualquer um que ousasse invadir seus domínios.

        Os Devoradores não eram um clã qualquer, esses descendiam de lobisomens guerreiros gerados no tortuoso clima do deserto onde o dia faz um terrível calor e a noite os ventos trazem um frio congelante, por isso a constituição física desses guerreiros eram muito mais bruta, pois a natureza adaptou-os para viverem nessas terras inóspitas, além de fortes eram resistentes e lutavam com uma fúria que lhes concedia uma fama conhecida entre os clãs mais fortes do mundo por terem dizimado vários inimigos que ousaram invadir seu território sem permissão. O líder deste clã era conhecido por sua crueldade para com suas vítimas. Zolrath quando ainda humano era o príncipe destas terras, filho do governante absoluto desta região, conseguia tudo que desejava, portanto cresceu sem restrições, o que lhe desenvolveu uma ganância desproporcional a ele próprio.

        Quando o rei, Thoran soberano da poderosa nação de Carmion ao leste de suas terras declarou guerra ao seu pai o jovem Zolrath achou que o venceriam facilmente e então conquistariam o mais forte dos reinos do leste, ele com seus vinte e cinco anos já se tornara general dos exércitos de seu pai, pois sabia que para continuar conquistando tinha que ele mesmo dominar e comandar suas tropas, no entanto a guerra não saiu como ele havia planejado e foram derrotados, pois ele subestimou o inimigo. Com o reino de seu pai dominado pelo inimigo e sua morte em praça pública para servir de exemplo de poder para seu povo, Zolrath fugiu de Argos com seus mais leais oficiais e grande quantidade de soldados.

        O ódio lhe corroia, a sede de vingança não lhe dava descanso a sua situação agora havia mudado bruscamente, pois estava acostumado a ter tudo quando quisesse mas agora era um fugitivo, entretanto os sobreviventes do exército de seu pai continuaram leais a ele e o acompanharam no exílio, mas não tinham forças para atacar o inimigo, então viraram saqueadores do deserto.

        Certa noite, o jovem nômade angustiado saiu de madrugada pelo deserto só, em uma colina encontrou a criatura que iria mudar sua história, perto do oásis onde estavam seus comandados uma criatura devorava uma hiena, a criatura tinha feições de um lobo porém com o corpo meio humano, ele tentou fugir ao contemplar ser tão sinistro mas o monstro já o tinha avistado e o atacou furiosamente, mas o lycan foi surpreendido, pois o nômade fora endurecido pela vida no deserto, e ao cravar suas mandíbulas no seu ombro recebeu um golpe de espada no abdômen que o atravessou e esfacelou sua coluna, o lycan caiu de joelhos e contemplou o homem que o derrotara, vendo o sangue escorrendo da ferida, por ele feita, no ombro do jovem lhe disse:

        -- Eu lhe passo meu legado! Depois desta noite, com a lua terás poder e jamais serás vítima das fraquezas humanas, forme um exército e terás tudo, porém, sempre terás os vampiros como inimigos mortais. Vá filho, e domine essas regiões em nome dos lycans.

        Dito isso tombou morto na areia. O nômade sabia da existência dos lobisomens e conhecia seu poder, ergueu-se para a noite e gargalhou ferozmente, com a certeza do poder que o destino lhe dera, em seguida tombou na areia do deserto tomado pelas fortes contrações da transformação. Duas horas depois, levantou-se sob a forma de um grande lupino, uivou para a lua e teve consciência da força que agora tinha, correu pelo deserto testando suas novas habilidades e se deliciou madrugada a fora. Decidiu esperar o dia para obter a forma humana e estão voltar aos seus. No dia seguinte voltou para seu acampamento, seus homens já haviam mandado um grupo de busca, logo que chegou sem explicações, convocou seus principais comandantes e os revelou o poder que agora possuía, propôs-lhes distribuir a maldição entre eles e seu exército e assim foi feito, assim nasceram os Devoradores soberanos absolutos dos desertos de Mannon.

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