Liam
Os dias se passaram rápidos, rápido até demais, mas nada aliviava a tensão crescente dentro de mim.
O telefone vibrou pela quinta vez consecutiva. Novas fotos haviam chegado, cada uma mais perturbadora que a anterior. Kyra, ou melhor, Isabelle Bloond, como eu descobrira pelo remetente anônimo — Marcos, aquele maldito cunhado da minha falecida esposa — aparecia amarrada, em posições que nem deveria ser possível alguém suportar. Cada imagem carregava a dor, a humilhação e a submissão forçada que ela sofrera durante anos. Meu estômago se contorceu. A raiva, a culpa e a obsessão se misturaram. Por que não percebi antes? Por que não a protegi quando ainda podia?
Pedia aos meus sogros que cuidasse de Julie por hoje, como forma de aproximá-la deles. Julie, minha pequena, estava em segurança na casa de Zinna e Olavo. Por alguns minutos, isso me deu liberdade para pensar, respirar e agir sem distrações. Mas nada disso acalmava o inferno que queimava dentro de mim. Peguei as fotos com mão