JADE
Tem dor que grita.
Tem dor que rasga.
E tem dor que a gente silencia… pra não destruir quem ama.
Acordei no hospital com o corpo duro da cadeira e o coração ainda mais pesado.
Minha mãe estava acordada.
Me olhava com aquele olhar cansado, mas cheio de carinho.
Do tipo que só mãe tem.
Flávia (voz fraca): — Você dormiu aqui de novo... por quê, filha?
Eu não queria te dar trabalho.
Apertei a mão dela com cuidado.
Jade: — Mãe...
Você nunca foi trabalho. Você é minha vida.
Quando desmaiou, achei que ia te perder. Foi como cair num buraco sem fundo.
Mas agora... agora a gente vai lutar. Juntas. E vencer.
Ela respirou fundo. Os olhos marejados.
Flávia: — Eu tô cansada, Jade. Tem hora que penso... talvez fosse melhor deixar tudo.
Jade: — Melhor pra quem, mãe?
Pra mim e pro Joaquim ficarmos órfãos?
Você não tem esse direito.
É egoísmo pensar em desistir agora.
A senhora me ensinou a nunca abaixar a cabeça — e agora sou eu que vou te lembrar disso.
Ela começou a chorar. Virei o rosto, engo