A DAMA DO MAFIOSO
A DAMA DO MAFIOSO
Por: Anny Shwan
PRÓLOGO

Dois meses antes...

Elliot Lancaster

Estou me direcionando a sede da máfia em meu veículo caro, nada mais e nada menos que a melhor limusine de toda Itália. Gosto de luxo e não os poupo em me dar, levo uma vida de conforto, grandeza e esplendor. Eu sou poderoso. Podendo e fazendo tudo que me agrada.

Infelizmente quase todos que estão a minha volta são incompetentes, não tendo paixão por ter uma vida mafiosa. Batalhei pelo que possuo hoje, me tornando cada dia um homem mais frio e sanguinário, porém, respeitado. Uma das coisas que não suporto e não admito são os devedores, principalmente os que tentam passar a perna em mim, achando que todo meu império vive de caridade. Não perdoo quem tenta me enganar. Ninguém brinca com um Lancaster e fica vivo para contar história.

Olho em volta, impaciente. Nego dispor de paciência com trânsito, e hoje as ruas de Milão estão um inferno. Não tenho costume de abrir os vidros do carro, tendo ar-condicionado no mesmo, porém hoje, senti necessidade de fazê-lo, já que estamos parados há alguns minutos no mesmo lugar. Por questão de segundos me deparo com uma bela bambina, fazendo meu pau se contrair dentro das minhas calças. Nunca fui de ter ereção de imediato ao ver uma mulher, contudo, essa mexeu comigo de uma forma que não sei explicar. A bambina se encontra com alguns potes de doces em suas mãos para venda clandestina entre os veículos parados. Noto que a menina tem uma aparência desleixada e bem maltrapilha, mas pude enxergar sua beleza natural apesar da péssima aparência. Ela é jovem e demonstra singeleza com o pouco que lhe observo. A morena vem em minha direção e meus pensamentos impuros só gritando uma coisa:

"Adoraria fodê-la até que ela não sentisse mais suas pernas".

 

Manuela Ricci

Hoje não é mais um dia diferente dos que tenho vivido. Aliás, vivido não, sobrevivido. Minha vida virou uma rotina árdua embaixo do sol escaldante pelas ruas de Milão. Minha mãe faleceu quando eu tinha oito anos, ao dar a luz ao meu irmão, Leonardo. Um ano depois, o meu pai se casou novamente. No entanto, cinco anos mais tarde, ele acabou sofrendo um trágico acidente de carro. Sei que Matteo Ricci tinha alguns negócios com a máfia, por isso tínhamos uma vida cheia de regalias, e, segundo ele, já havia arranjado o meu casamento com o filho do seu grande amigo, e este nos virou as costas, pois tenho vivido um verdadeiro inferno.

Apesar da dor que estava dilacerando o meu coração, eu tive que me manter forte por Leonardo, meu irmão é tudo para mim e por ele tive e ainda tenho que suportar todos os maus-tratos infringidos por aqueles que detinham a nossa guarda, e essas mesmas pessoas acabaram com tudo que os nossos pais haviam deixado para nós. Minha madrasta, Francesca, a qual sempre pareceu tão meiga, se mostrou uma mulher impiedosa, assim como aquele maldito do seu atual marido, nem sei a fonte de sua renda. Os dois vivem bebendo, nos deixando passar dificuldade e para que o meu menino tenha o que comer, essa foi a única alternativa que achei.

Minhas pernas sempre estão cansadas de tanto que ando de um lado para o outro em busca de novos compradores para meus potes de doces. Aproveito por estar grande o congestionamento e me aproximo de um carro enorme, muito caro por sinal, nunca tinha visto uma limusine tão linda em toda minha vida. Arrisco, me direcionando ao automóvel, quem sabe tenho sorte hoje com essa pessoa afortunadamente rica. Vejo quando o vidro é abaixado e vou me aproximando, quando sinto meu coração bater acelerado. Nunca tinha visto um homem tão bonito na minha remota vida. Seus olhos são de um azul como se eu estivesse observando o mar. Minhas pernas tremem de nervosismo. Meu corpo reage de uma forma inusitada, nunca sentida antes por mim. Ele me encara de um jeito como se me encontrasse desnuda, dando a impressão de querer me devorar somente com esse olhar penetrante.

“Calma Manuela” – minha mente me alerta. Avisando que minha imaginação está me pregando uma peça. Jamais um homem dessa posição social me enxergaria com desejo ou atração.

— O senhor gostaria de comprar alguns doces? São somente dois euros... — o abordo com a voz baixa, porém, firme, mesmo estando nervosa.

Ele continua olhando para mim depois que lhe ofereço a venda. Quando o moço ia responder, seu celular toca, o fazendo se desconcentrar de mim e do meu pedido para comprar meus doces. Ele faz uma cara nada boa quando atende a ligação. No mesmo instante, seu motorista avisa que seguiriam caminho, já que o trânsito havia melhorado. Os lindos pares de olhos azuis me encaram novamente. Ele pega algumas notas de euros da sua carteira e as estende para mim, dizendo que o dinheiro era meu e que podia ficar com os doces. Logo vejo o vidro se levantar, porém ouço quando ele diz:

— Até logo, baby!

E sua despedida me deixa com uma pergunta na cabeça. “Será que nos veremos novamente?”

 

Florença

Um mês depois...

Elliot Lancaster

— MALDIÇÃO — berro furioso.

Algumas semanas se passaram desde que vi aquela bambina. Nunca uma mulher havia me despertado qualquer interesse além do sexo. Apesar de saber que, como chefe da Camorra, logo teria que se casar com aquela que foi escolhida pelo meu pai e dar um herdeiro a nossa organização, porém, à vontade de estar com aquela desconhecida e de lhe possuir, era ingovernável.

Dias depois de ter visto aquela garota, estava inquieto e esta não saía da minha cabeça e mesmo enviando algumas almas podres ao inferno, ainda sentia um forte desconforto fazendo todos os meus demônios internos ficarem descontrolados. Acabei por fazer algumas ligações, pois descobriria tudo sobre aquela ragazza e a tornaria minha amante. No entanto, um mês se passou e embora os homens de Massimo sempre demonstrassem eficiência e agilidade, era como se ela tivesse evaporado da face da terra, o que desde então me deixou possuído e muito mal-humorado. Meus pensamentos são interrompidos quando ouço Stefano avisando que chegamos ao nosso destino.

Assim que a porta do carro é destravada, saio do veículo seguindo para dentro da minha mansão, depois de algumas passadas, ao chegar à sala, mamma estava me aguardando e não demorou muito para o som de sua voz reverberar no ar.

— Daqui a uma semana, sua prometida completará 19 anos. Sei que você jamais quis conhecê-la, mas a vontade e o acordo feito pelo seu pai devem ser honrados. Embora estivesse estipulado que a união de vocês só aconteceria assim que ela fizesse 21 anos e tenha enviado durante esses últimos anos uma generosa quantia para que nada lhe faltasse, chegou o momento de Manuella Rucci assumir o lugar que lhe é de direito.

 

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