Vanessa estacionou o carro em frente a um bar decadente, escondido entre ruas estreitas no subúrbio da cidade. Gabriela, no banco do passageiro, observava o local com uma expressão de puro desgosto.
— É aqui mesmo? — perguntou ela, franzindo o nariz diante do cenário.
Vanessa revirou os olhos, impaciente.
— Sim. E vamos logo com isso.
As duas desceram do carro e caminharam até a entrada, atraindo olhares curiosos dos frequentadores. O ambiente era escuro, tomado pelo cheiro forte de bebida barata e cigarro. Sem se deixar intimidar, Vanessa seguiu direto para o balcão.
— Estamos procurando o Marcelo — disse ela ao barman, que, com um gesto indiferente, apontou para um canto sombrio do bar.
Lá estava ele. Sentado sozinho à mesa, com olheiras profundas, roupas amassadas e um cigarro queimando entre os dedos. Marcelo ergueu o olhar com desconfiança ao ver duas mulheres tão fora de contexto naquele lugar.
— Você é o Marcelo? — perguntou Vanessa, direta.
— Quem quer saber? — respondeu ele,