Elizabeth ficara parada, sem saber o que fazer para impedi-la.
No fim, sabia que não havia saída. Que não importava o que dissesse, demonstrasse, a Major estava decidida. Seu arrependimento nunca fora tão grande. O tanto de tempo que elas perderam... Tudo apenas por medo, vergonha de si mesma. Seu pai sempre dissera que ser gay era a maior vergonha que alguém poderia dar a um familiar e ela aceitara isso. Se prendera dentro de si mesma, enfrentando relacionamentos banais, aceitando viver qualquer migalha de amor, para satisfazer o ego da sua família. Mesmo depois de adulta, não deixara de tentar agradá-los, namorando homens escrotos, vivendo relações sem qualquer sentimento, perdendo anos da sua vida em busca de algo que estava bem a sua frente.
A Major terminou de colocar tudo que precisaria no carro, o que não era muito. Ela deixou as coisas arrumadas e se encaminhou para o carro.
— Quer que eu a deixe na agência?
— Eu vou com você.