— Davi... — Sendo confrontada, Valentina recorreu a Davi em busca de ajuda. Davi, como se não entendesse, disse: — Não é adequado para uma garota com uma aura tão frágil vir ao cemitério. Vou pedir para alguém te levar de volta. O tom não deixava margem para discussão, e rapidamente um segurança de terno preto colocou Valentina no carro. Ela sentou no banco de trás, lançando um olhar ressentido em direção ao cemitério. "Sophia, você já está morta e ainda ocupa o Davi!" A comitiva de carros deixou o cemitério e seguiu rumo ao centro da cidade. O carro de Davi foi direto para o Esplendor do Sol. Ele não havia se mudado de lá, e todos os anos, nesse mesmo dia, tirava folga, adiando qualquer compromisso. Primeiro, visitava Sophia no cemitério e, em seguida, retornava ao quarto da mansão, onde se trancava e permanecia até tarde da noite. Ao abrir a porta, quem o recebeu primeiro foi Lua. Lua era uma gatinha adorável que Sophia sempre quis ter, mas que Davi nunca concordou em
Mas ele raramente sonhava com ela. Será que ela o odiava? Por isso nunca aparecia em seus sonhos? ... País M. Hoje é a festa de aniversário de cinco anos de Aarão e Sérgio. Os dois meninos tinham acabado de vestir ternos infantis idênticos, e seus cabelos macios haviam sido especialmente arrumados por um cabeleireiro, que lhes deu penteados elegantes. Com os rostos idênticos e trajes iguais, quem não os conhecesse bem seria incapaz de distinguir quem era o irmão mais velho e quem era o mais novo. Sérgio, sorridente e cheio de energia, estava escolhendo uma gravatinha. — Irmão, olha essa aqui! É bonita, né? Vamos usar essa? — Ele pegou a pequena gravata borboleta e correu animadamente até o irmão, posicionando o acessório perto da gola dele para experimentar. Aarão, por outro lado, mantinha o rosto sério. Sua expressão fria transmitia uma maturidade incomum para a sua idade. Ele levantou a pequena mão rechonchuda, pegou a gravata colorida e infantil escolhida pelo irmão e
— Não se preocupe, mamãe, eu já estou preparado. — Sérgio garantiu em voz alta. Ele estava decidido a encontrar um namorado para sua mamãe naquela festa. Nas novelas, as protagonistas sempre tinham namorados, às vezes até vários homens disputando para serem os escolhidos. Sua mamãe era a protagonista dele e do irmão, mas não tinha sequer um pretendente por perto. Que triste! Isso deixava o preocupado Sérgio inquieto. Sophia e Letícia seguravam cada uma pela mão uma das crianças enquanto caminhavam em direção ao restante dos convidados. O fotógrafo tirou primeiro uma foto da família reunida no andar de cima e, só depois, todos desceram para a festa. Alguns convidados já haviam chegado cedo e estavam no salão trocando brindes animadamente. Selma, acompanhada de Walter, Sophia e as duas crianças, subiu ao palco central da festa para fazer um discurso, o que levou a celebração ao seu momento mais alto. O trio segurou simbolicamente as mãos dos dois meninos para cortar o bolo, mar
Estendeu a mão para pegar o presente, planejando pedir aos empregados que jogassem aquilo fora depois. Com tantas caixas, não encontrar uma ou duas era normal. Selma interveio a tempo para impedir: — É só um presente. Se o Aarão gostou, o deixe abrir. As pessoas não podem viver com medo de tudo. — Essas palavras eram dirigidas à filha mais velha, Laura. Laura ficou atônita por um instante. Sim, era apenas um presente. Todos vivem no mesmo planeta; no futuro, quando as crianças crescerem, inevitavelmente poderiam se encontrar. Não dava para viver sempre preocupada e com medo. A mão que quase tocava a caixa do presente recuou. Aarão olhou para a avó, depois para a mãe, e então abaixou a cabeça para abrir a caixa. Eram dois relógios telefônicos infantis. O presidente do Grupo Vitalidade, Davi, nunca se importava com os presentes dos parceiros comerciais; os presentes eram sempre escolhidos com cuidado pelo assistente Bryan. Aarão adorou. Ele gostava muito de produtos ele
Ao ouvir isso, Davi não insistiu mais e entrou no carro, partindo diretamente. Quando chegou ao hotel que havia reservado com antecedência, desceu do carro e foi até a recepção buscar o cartão do quarto. Logo em seguida, o carro de Valentina chegou. Ao encontrá-los na recepção, ela comentou: — Davi, se eu soubesse que vocês iam ficar no mesmo hotel, teria pego carona com vocês para vir para cá. Já era coincidência suficiente estarem hospedados no mesmo hotel, mas reservar quartos vizinhos foi ainda mais inusitado. Apoiando a mão na porta, Valentina se inclinou de lado para encará-lo e perguntou: — Davi, que tal jantarmos juntos hoje à noite? Por acaso, conheço um restaurante aqui perto que tem uma comida ocidental deliciosa. Davi já estava com meio corpo dentro do quarto e recusou de maneira fria: — Não, hoje à noite tenho um compromisso de trabalho. — Então eu te acompanho... — Valentina ainda não tinha terminado de falar quando a porta ao lado já foi fechada. Gabr
À tarde, Davi voltou para a Cidade A em um avião particular. No caminho de volta, Kelly ligou. — Alô, mãe. — Você tem tempo hoje à noite, depois do trabalho? Venha jantar comigo em casa. Já faz um bom tempo que não te vejo. — Sem esperar a resposta de Davi, Kelly continuou do outro lado da linha. — E não venha me enrolar com essa desculpa de trabalho. Já liguei para a sua equipe de secretárias. Hoje à noite você não tem compromissos, nem reuniões, nem hora extra. Davi franziu a testa, lançando um olhar sombrio para Bryan, que estava no banco do passageiro da frente. Pelo retrovisor, Bryan captou o olhar de advertência: "Controle seus subordinados." Sem jeito, Bryan coçou o nariz. Não era culpa dele que a Sra. Kelly tivesse ligado para os subordinados de Davi. Quem, afinal, tinha sido o linguarudo que o colocou nessa situação embaraçosa? — Mãe, eu vou te visitar se você está com saudade de mim, mas não pode continuar usando isso como desculpa para me arranjar encontros às ce
País M. Davi e Samuel haviam acabado de terminar uma manhã cheia de trabalho e saíam do prédio do hospital no centro da cidade. Assim que chegaram à entrada principal, um garotinho veio correndo do outro lado da rua. — Oi, tios! Eu me perdi da minha tia. Posso usar o celular de vocês para ligar para ela? Era Sérgio. Ele tinha avistado os dois tios de longe, e um deles era especialmente bonito. Com certeza combinava com a mamãe. — De onde saiu essa criança? — Perguntou Samuel, saindo de trás e se aproximando para bagunçar os cabelos de Sérgio. Em seguida, se virou para Davi e perguntou. — Você conhece ele? Davi balançou a cabeça e respondeu friamente: — Não. "Que tom de voz frio... Por que isso me soa tão familiar? Onde já ouvi isso antes?" Pensou Sérgio. Sem conseguir lembrar, ele decidiu não se preocupar. Sérgio nunca fazia questão de forçar a memória. Samuel olhou ao redor e perguntou: — Qual é o seu nome? Onde estão os seus responsáveis? Sério, o que esses pais
— Alô, tia! A voz de Sérgio veio do celular. A mão de Letícia parou no ar enquanto abria a porta. Seu coração deu um salto como se estivesse em uma montanha-russa, subindo e descendo rapidamente, mas, ao ouvir a voz de Sérgio, finalmente encontrou alívio. — Sérgio, onde você se meteu? Você faz ideia de como fiquei preocupada quando desapareceu? Letícia ainda estava assustada. Se Sérgio tivesse sumido sob seus cuidados, como explicaria isso à irmã e ao resto da família? Os grandes olhos de Sérgio giravam nervosamente, denunciando sua culpa. O que ele faria? Sua tia parecia realmente irritada. Davi e Samuel estavam parados na calçada, observando Sérgio falar ao telefone. Preocupado que o garoto não conseguisse explicar direito o endereço do hospital, Davi estendeu a mão para pegar o celular e informar a família de Sérgio. Mas, antes que pudesse fazer isso, ouviu Sérgio declarar com clareza o local onde estavam. Davi levantou uma sobrancelha, surpreso. O garoto não era apen