Margot
Meu companheiro Ethan era um ômega sem lobo, e nenhum cargo formal queria contratá-lo. Isso nos deixava em uma situação de pobreza, mas eu acreditava firmemente que o nosso amor poderia superar todas as dificuldades.
No sétimo ano desde que me tornei companheira de Ethan, por causa da fome, meu filho Theo e eu saímos à noite para procurar comida no lixo, às escondidas.
Theo revirava o lixo de maneira silenciosa e rápida. Ele achou comida com habilidade e me disse, animado:
— Mamãe, esse lixo é de um restaurante Michelin, a comida é fresquinha e gostosa. Vamos levar um pouco para o papai experimentar!
No dia seguinte, vesti a roupa que eu mesma lavara tantas vezes que já estava desbotada, mas que considerava a mais apresentável, com a intenção de me candidatar à vaga de faxineira naquele restaurante.
Se conseguisse passar na entrevista, pelo menos poderia levar as sobras para casa antes que fossem jogadas no lixo.
Mas, ao levantar a cabeça, vi Ethan descer de um carro de luxo, seguido por uma mulher e um menino vestidos de maneira requintada.
Reconheci imediatamente: era Mira, o primeiro amor de Ethan.
O dono do restaurante me olhou com uma expressão de desculpas e falou:
— Sinto muito, Sra. Cheryl, o Alfa Ethan reservou o restaurante exclusivamente para Mira hoje. Preciso me dedicar ao atendimento deles e não terei tempo para entrevistá-la. Poderia voltar outro dia?
Naquele momento, meu filho e eu ficamos paralisados.