Os dedos de Lila tremiam enquanto tentava manipular o telefone atrás de suas costas. A fita adesiva sobre sua boca abafava sua respiração pesada, e cada solavanco na estrada tornava mais difícil manter o aparelho em suas mãos amarradas. Ela precisava desbloqueá-lo, precisava enviar algum tipo de sinal—qualquer coisa que dissesse a Rhett onde ela estava."Quanto tempo até a fronteira?" Cardoza perguntou, seus olhos ainda fixos na estrada escura à frente."Quarenta minutos, talvez menos se não encontrarmos tráfego." Briggs verificou seu próprio telefone. "A equipe na fábrica confirmou. Nenhuma perseguição. O chefe de polícia realmente recuou.""É claro que recuou. Ele valoriza sua filha mais que sua carreira." Cardoza riu, um som frio e calculado. "Homens previsíveis são tão entediantes."O telefone de Lila vibrou em suas mãos. Ela quase o deixou cair do susto. Alguém estava tentando contatá-la. Provavelmente Rhett. Seus dedos trabalharam freneticamente, tentando deslizar a tela de desb

O silêncio que se seguiu à voz de Sarah Williams foi absoluto, sufocante. Lila sentiu o mundo inclinar sob seus pés, o chão de concreto parecendo se dissolver. Aquela voz—uma voz que ela havia passado sete anos tentando esquecer, uma voz que assombrava seus sonhos—era impossível. Sua mãe estava morta. Ela havia visto o caixão. Havia jogado terra na sepultura."Não." A palavra saiu de Lila como um gemido ferido. "Não, não, não. Ela está morta. Mamãe está morta."Thomas pegou o telefone do chão com mãos trêmulas, seu rosto uma máscara de choque e traição. "Sarah. Você... como... por quê?"A risada veio novamente, aquele som gelado que não tinha nada da mulher calorosa que Lila se lembrava. "Oh, Thomas. Sempre tão previsível. Sempre tão cego. Você realmente achou que eu morreria numa cama de hospital, defininhando por você? Eu tinha planos maiores, querido. Muito maiores.""Você fingiu sua morte." A voz de Thomas estava vazia, oca. "Deixou nossa filha pensar que você estava morta. Deixou

O silêncio após o tiro foi absoluto. Lila encarou a arma em suas mãos, a fumaça ainda subindo do cano, a mulher—sua mãe—deitada imóvel no chão de concreto. Seus ouvidos zumbiam. Suas mãos não paravam de tremer."Lila." A voz de Viper parecia vir de muito longe. "Baby, olhe para mim. Olhe para mim, não para ela."Mas ela não conseguia desviar o olhar. Não conseguia processar o que acabara de fazer. Ela havia matado alguém. Ela havia matado sua própria mãe."Eu atirei nela." As palavras pareciam estranhas em sua boca. "Eu realmente atirei nela.""Você nos salvou." Thomas estava subitamente ali, ajoelhando-se ao lado dela, gentilmente tirando a arma de seus dedos trêmulos. "Você salvou todos, querida. A escola, a delegacia, todas aquelas pessoas—""Eu matei minha mãe." A voz de Lila rachou, e de repente ela não conseguia respirar. As paredes estavam se fechando, o ar espesso demais, a realidade esmagando seu peito. "Oh Deus. Oh Deus, o que eu fiz?""Você sobreviveu." Viper a puxou contra

A capela estava cheia quando Lila e Viper entraram. Todos os membros do clube estavam presentes—Jax na cabeceira da mesa, Reaper à sua direita, e uma dúzia de outros Serpentes alinhados nas paredes, seus rostos sérios e ilegíveis. A tensão na sala era palpável, espessa o suficiente para cortar.E sentado ao lado de Jax, para total surpresa de Lila, estava seu pai.Thomas Williams parecia deslocado entre os motociclistas de couro e tatuagens, seu uniforme de chefe de polícia um lembrete gritante dos anos de antagonismo entre esses dois mundos. Mas ele estava lá, sua postura ereta, seu rosto cansado mas determinado."Sente-se," Jax disse, gesticulando para as cadeiras vazias em frente a ele. Sua voz era neutra, dando nada.Viper guiou Lila para a mesa, sua mão nunca deixando a parte inferior de suas costas. Eles se sentaram lado a lado, apresentando uma frente unida independentemente do que estava por vir."Três semanas atrás," Jax começou, seus olhos percorrendo a sala, "este clube enf

A viagem até o quartel-general dos Serpentes passou num borrão. Viper dirigiu em silêncio, seus nós dos dedos brancos no guidão da moto, enquanto eu me agarrava a ele com o envelope pressionado contra meu peito como uma bomba prestes a explodir.Porque era exatamente isso. Uma bomba. Uma que destruiria relacionamentos, questionaria lealdades, e mudaria tudo que pensávamos saber sobre quem éramos.Jax estava no escritório quando chegamos, documentos espalhados pela mesa—provavelmente os termos do tratado com meu pai. *Com Thomas*, eu me corrigi. Eu precisava parar de pensar nele como meu pai até entender o que esta nova informação significava."Viper. Lila." Jax olhou para cima, sua testa franzindo quando viu nossas expressões. "O que aconteceu?""Precisamos conversar," eu disse, minha voz surpreendentemente firme. "Sozinhos."Jax estudou meu rosto por um longo momento, então acenou com a cabeça para Viper. "Pode nos dar um minuto, irmão?""Não." Viper se moveu mais perto de mim, prote