A chuva engrossava, riscando o vidro do táxi com linhas trêmulas de luz.O motor rugia contra o asfalto molhado, e as ruas passavam depressa, borradas, como se o tempo também tivesse pressa.Anne apertava o celular nas mãos.As mensagens de Maikon piscavam, mas ela não conseguia responder.O coração dela batia descompassado, um golpe atrás do outro, cada batida ecoando o mesmo pensamento:“Chega a tempo, chega a tempo…”O motorista, um senhor de voz calma, lançou um olhar pelo retrovisor.— Moça, tá tudo bem?Ela engoliu o choro e assentiu.— Só… só dirija, por favor.Do lado de fora, os faróis cortavam a neblina.Dentro do carro, o silêncio era pesado — só o som dos pingos no vidro, o vento, e a respiração entrecortada de Anne.Ela encostou a testa no vidro frio.Fechou os olhos.E, por um instante, sentiu que ele estava ali.Alec.Como se o coração dele — aquele mesmo que lutava por segundos no hospital — chamasse o dela.Um laço invisível, pulsando na escuridão.“Você prometeu volt
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