Cap. 21— Falando nisso… amanhã eu começaria a trabalhar na empresa dele — começou Rose, mas ele a interrompeu, puxando-a para longe de Selene.— O que está fazendo? — perguntou ela, confusa.— Apenas não fale quem eu sou perto de estranhos — respondeu ele, a voz firme, fria, sem espaço para discussão.Ela engoliu em seco, os olhos arregalados.— Eu disse que ia começar a trabalhar na sua empresa… — arriscou, ainda nervosa, encarando Selene, mas agora Selene não podia mais ouvir. — Ela não sabe que você é do grupo Félix? Não sabe que você é o presidente? Ou… que você também é da máfia?— Não é da sua conta — disse ele, seco. — Agora, vá para casa.Rose apenas assentiu, sem protestar, e se retirou.Sua atenção voltou inteiramente para Selene, que agora o encarava de canto de olho, curiosa e desconfiada.— Continue comendo — ordenou, com a mesma firmeza de sempre, deixando implícito que, por enquanto, não haveria mais interrupções.Ela obedeceu, recostando-se na cadeira, ainda desconfia

Cap. 23— Mas e aquele homem? Quem era?Selene fingiu não ouvir, mexendo no cabelo e forçando um sorriso.— Eu tô morta de cansada… acho que vou tomar um banho.— Nem vem — cortou Mima, a voz firme. — Eu tô vendo que tem coisa aí. Um cara daquele tamanho, com um carro que parece de filme, te deixa em casa, e você quer que eu acredite que é “ninguém”?Selene suspirou fundo. Queria escapar, mas sabia que Mima não ia deixar. Katleia permanecia quieta, observando tudo com o cenho franzido, enquanto Gildete apenas revirava os olhos, balançando o pé coberto por uma bota de couro.— Ele só me deu uma carona — respondeu Selene, por fim, tentando soar casual. — Foi só isso.— Uma carona? — Mima arqueou as sobrancelhas. — Tá bom, mas qual o nome dele?Selene hesitou. Ficou alguns segundos em silêncio, o suficiente para Katleia erguer o olhar em alerta.— Adon… — respondeu enfim, com um fio de voz. — O nome dele é Adon. Mas é só um conhecido. Eu… devo um favor pra ele, só isso.Mima franziu a te

Cap. 25Alex levantou o olhar, demorando-se alguns segundos antes de responder.— Esperando por você, já que seu casamento com Rose Alforje já está às portas. — A voz era baixa, grave. — Quero saber se você já desistiu daquela garota... da que te salvou há quatro anos. Até onde eu sei, você disse que tentaria encontrá-la, mas não vejo você se mexendo muito pra resolver isso.Adon respirou fundo, os ombros se contraindo levemente.— Quatro anos, pai. Mas não, não desisti. Em algum momento ela vai vacilar, já que está com o anel. Afinal, é um anel importante, e mesmo que ela passe pra alguém ou tente vender, nós ficaremos sabendo. O que significa que ela ainda está com ele.O Don apoiou-se na mesa, cruzando as pernas com calma.— Devo concordar com Axel e dizer que ela é apenas um fantasma? — soltou num tom que misturava exasperação e cuidado.Adon desviou o olhar, encostando-se no móvel.— Eu vou encontrá-la.— Enquanto isso — continuou Alex —, está se perdendo. — Pegou um charuto, mas

Cap.27A manhã no escritório de Adon tinha se arrastado em meio a relatórios, assinaturas e previsões financeiras, e ele já perdia a paciência dentro da sala de reunião. O relógio em seu pulso parecia zombar de sua falta de foco, o ponteiro dos segundos soava alto demais.Atila falava sobre um novo contrato, mas ele não ouvia. Axel, do outro lado da mesa, o observava com aquele olhar irônico de quem sabia exatamente o que estava acontecendo.Quando finalmente o último gráfico foi apresentado e o som das cadeiras arrastando ecoou, Axel se levantou, esticando os braços.— Bom, ao ver sua lista de compromisso, acho que não vai dar tempo de levar o seu mascote pra almoçar hoje — comentou, com um sorrisinho de canto.Adon levantou o olhar lentamente, a expressão impassível, embora um músculo de seu maxilar tenha se contraído.— Eu não estava pensando nisso.Axel ergueu uma sobrancelha.— Claro que não.Atila soltou um riso contido, arrumando os papéis sobre a mesa.— “Mascote”, é? — disse

Adon não respondeu ao comentário de Axel. Apenas cruzou os braços, o maxilar travado, os olhos fixos no gerente — um olhar frio, perverso, que atravessava a distância com uma ameaça silenciosa. Se aquele olhar tivesse peso, o homem já estaria no chão.O gerente se aproximou de Selene e sussurrou algo no ouvido dela. Ela apenas assentiu, tensa, pegando as bebidas com o barman e equilibrando-as na bandeja.Enquanto isso, o homem que falara anteriormente com o gerente começou a subir as escadas que levavam ao andar superior, onde ficavam as salas reservadas. Ele olhou discretamente ao redor, tirou a aliança do dedo e a colocou no bolso.Átila soltou um assobio baixo e fez um gesto com a mão, simulando uma arma apontada para o homem.— Ele acabou de decidir o próprio fim e nem sabe — comentou com ironia. — E ainda é casado, olha só… que delícia de alvo.Nenhum dos três riu. Axel ajeitou-se na cadeira, o olhar endurecendo. Adon, imóvel, seguia o homem com os olhos — e, por um instante, os t