JACKING:Amet deu alguns passos no espaço aberto destinado a ser o cenário para o que íamos fazer. Seu olhar era sério, como sempre que estava buscando em sua memória o que devíamos fazer.  —Bennu, chame-a agora —ordenou imediatamente.  —Para que você a quer agora, Amet? —perguntou Bennu, desconfiado, ao ouvir a ordem.  —Para desbloquear os poderes dela —respondeu Amet, sem deixar de pensar, e depois se dirigiu a mim—. Pensei em uma ideia, meu Alfa. Se desbloquearmos os poderes de Netfis agora, podemos dizer ao Alfa Amat e à Lua Amaral que seu filho Héctor se tornou Anker segurando sua irmã, e é por isso que a cor do cabelo dela mudou.  —De onde você tira todas essas ideias, Amet? —pergunta Horacio, surpreso.  —Horacio, isso é um assunto muito sério —repreende Am

JACKING:  Amaral, ainda inquieta, inclinou-se sobre Héctor e Netfis para dar-lhes um beijo na testa. Seu amor era palpável, e seu rosto refletia a mistura de orgulho e medo que sentia naquele momento. Amat, por sua vez, simplesmente acenou com a cabeça, como se acabasse de aceitar um fardo que sabia que não podia carregar sozinho.  —Viemos ver sobre a cerimônia de aceitação de vocês na minha matilha e a obtenção de poderes —expliquei calmamente—. Quando os encontramos, Netfis estava descontrolada. Foi uma sorte termos encontrado vocês a tempo.  —Obrigado, meu Alfa, muito obrigado —disseram ambos os pais, inclinando-se ante mim novamente.  A força que residia nas crianças era extraordinária, e nosso dever era guiá-las adequadamente. Seu destino era maior e mais perigoso do que qualquer um poderia prever, mas

AMANDA:Elas me dão alguns beijos e começam a caminhar em direção à porta, eu atrás delas, quando vemos que Julieta e Isis descem correndo as escadas, seguidas por Antonieta.  —Papai, papai! —gritam, chamando Dakarai.  —Por que estão correndo e gritando assim, meninas? —pergunta meu marido, preocupado, e se vira para ver o que querem.  —Papai, podemos ir passar a noite na casa da Netfis hoje? —pergunta Julieta com as mãos unidas.  —Por que ela não vem passar a noite aqui? —pergunta, como sempre, Dakarai, que não gosta que elas vão passar a noite na casa de amigas.  —Papai, ela sempre vem —diz Juli—. Agora é nossa vez.  —Sim, papai, por favor! Deixa a gente, nós vamos nos comportar bem, por favor, por favor, por favor, papai —pedem agora as tr&ec

AMANDA:Amaral mantém o olhar fixo em mim, além do seu sorriso habitual, sua expressão agora parece um pouco mais profunda, como se minhas palavras tivessem despertado um pensamento que prefere não revelar. Sem dizer nada, ela se volta para o fogão e começa a preparar a infusão para as xícaras, seus movimentos tão serenos como sempre, mas o ar se sente estranho, carregado de algo que não consigo decifrar. —A neve guarda mais segredos do que pensamos —diz finalmente, sua voz baixa, como se não quisesse nem chamar a atenção do vento que sussurra lá fora—. Há coisas que sempre estão lá, Amanda, mesmo que nem sempre as percebamos... Mas você não deve deixar que isso a impeça de respirar tranquila. Por alguns momentos, sua resposta me acalma. Faz-me pensar que talvez eu tenha exagerado em minhas sensações. No entanto, uma pequena chama de inquietação persiste; não é lógico, mas está lá, no fundo do meu peito. O barulho na sala interrompe meus pensamentos. As risadas das meninas se mi

AMANDA:Amaral me lançou um olhar preocupado antes de dar um passo mais perto da encosta. Um instinto protetor, quase visceral, me obrigou a avançar atrás dela. As crianças, ainda alheias à nossa presença, continuavam discutindo enquanto as luzes de que Netfis falava começavam a se tornar visíveis. Eram suaves clarões que pareciam flutuar entre a neve, como fragmentos de magia perdidos e dançantes. Parei um momento, tentando decifrar sua origem, mas não havia uma fonte clara. Pareciam simplesmente emergir da terra e do ar, como algo vivo, mas intangível. —Amanda, essas luzes não são normais —murmurou Amaral, com um matiz de preocupação e curiosidade. —Eu sei —respondi. Meu olhar voltou para as crianças ao longe, que agora se aproximavam perigosamente da beira do barranco. O grupo de crianças ainda não nos ouvia. Héctor deixou cair a madeira que tinha nas mãos e deu um passo para trás, quase tropeçando. Continuamos avançando. Não podíamos fazer isso mais rápido; a neve era prof