POV KAEL.Eu não estava conseguindo pensar... Não depois do que ela disse. Eu também não conseguia recuar, eu a queria... Meu corpo latejava por ela. Em sentir seus toques, seu calor. Meu lobo então, rugia dentro de mim. Sem pensar duas vezes, suspendi seu vestido, deixando meus dedos correrem por suas curvas, gravando em minha mente cada centímetro.Ela puxava meu cabelo com força me fazendo gemer contra sua boca, perdido em prazer e fúria. Aquela sala apertada se tornou uma arena de guerra e prazer.Era só nosso... Cada beijo, cada toque, ela me deixava louco e eu a queria mais do que o ar que eu respirava. Ela me deixava maluco. Mordi levemente seu lábio e então a deitei sobre a mesa, seu corpo arqueando sob o meu quando minha boca encontrou seu pescoço, o sabor de sua pele quente, o som do gemido contido, a forma como suas unhas se cravavam sobre minhas costas.Tudo me incendiava. — Você vai me destruir, Aurora… — confessei, sentindo a verdade pesar na garganta.— Você é a

POV Aurora.Minha garganta secou. O mundo que um dia eu sonhei em fazer parte não me parecia tão atraente agora. Um investidor passou por nós chamando a atenção de Kael, que sorriu e foi até ele, ele imaginou que eu estivesse ao seu encalço, mas eu não estava.Porque atrás de Kael algo me chamou atenção mais uma vez, só que dessa vez, fez meu coração bater mais forte. Parecia Valentin, eu o conhecia de longe, ele poderia estar vestido de palhaço. Esqueci minha missão ali e o segui. Ele sumiu no meio dos convidados, mas eu o segui. Encarei ao meu redor quando parei diante de um corredor escuro, senti medo, um arrepio percorreu meu corpo inteiro, não havia nada além de escuridão. Enfrentei a escuridão, segui corredor adentro na esperança de vê-lo, mas não havia nada além da sacada. Não havia ninguém ali. Suspirei frustrada. Será que ele havia me abandonado mesmo? Será que a bebida estava batizada? Não era possível, eu tinha certeza de que o vi, era ele, mais forte talvez com cab

POV VALENTIN. O vento frio do fim de tarde cortou o meu rosto enquanto eu permanecia ali, sentado na colina observando o horizonte, lembranças antigas se infiltrando na minha mente.Cada passo ecoava no entardecer do bosque, mas não era o som que me mantinha alerta, eram memórias, fragmentos de um passado que o mundo quase esqueceu.Foi nesse silêncio que meu pensamento me transportou séculos para trás, para o início de tudo. A guerra que marcou para sempre a relação entre lobos e vampiros. Antes, havia um acordo de paz selado pela lua e pelo sangue, um pacto sagrado entre clãs que prometiam respeitar limites e territórios. Mas a ganância e a ambição de uns poucos destruíram o equilíbrio.Um lobo se envolveu com uma bruxa, um ato que parecia inocente, mas que incendiou rivalidades ancestrais.Quando as bruxas foram mortas, a maldição se instaurou: os lobos perderam o favor da Mãe Lua, seu instinto enfraqueceu, suas forças foram reduzidas.Os vampiros, por sua vez, receberam uma limita

POV AURORA. Já não conseguia distinguir o que era sonho e o que era realidade.As últimas noites tinham sido uma sequência de imagens confusas: corridas em florestas escuras, olhos brilhando na escuridão, sombras que me seguiam… e sangue. Sempre havia sangue. Eu acordava ofegante, com o coração disparado, como se tivesse vivido cada detalhe em carne viva.No início, pensei que fosse apenas o reflexo de todo o estresse. Afinal, ultimamente minha vida parecia um labirinto de tensão e segredos que não faziam sentido algum para mim. Mas quanto mais os dias passavam, mais os sonhos se tornavam vívidos.Não eram apenas pesadelos — pareciam avisos.E eu sentia.Sentia no ar.Cada vez que atravessava os corredores da Tecnocare, uma pressão invisível me acompanhava, como se meus próprios instintos — que nunca foram fortes — agora gritassem em alerta. Um arrepio constante me percorria a nuca, e eu sabia, simplesmente sabia, que havia algo errado.Mas... O que seria? Não fazia idéia. O pior er

POV KAEL.Eu estava enlouquecendo... Inferno. Meu lobo urrava, implorava. Eu podia ouvir as batidas do coração dela, rápidas, nervosas, como música para meus ouvidos.Aurora ergueu a mão, como se quisesse tocar meu braço, me segurar.— Olhe para mim, Kael... — Ela falou tentando segurar meu rosto enquanto eu ainda segurava suas mãos. — O que você está sentindo? Quer que eu chame alguém? — Aurora, eu quero que você saia daqui. — Tentei afastá-la encarando o lado contrário da sala. — Eu não vou sair. — Sua voz saiu autoritária. — Você está queimando em febre.O dourado queimava em minha íris, e minhas presas estavam apontando... Eu as sentia... Quase cortando minha boca. — Aurora, saia! — Falei em um tom firme, quase em um rugido. — Por que você quer tanto que eu saia? — Sua voz soou urgente. — Porque... — Grunhi em resposta. — Nesse momento, eu não confio em mim perto de você. O silêncio que se seguiu foi cortado pelo som da minha própria respiração descontrolada. Um misto de me