Pov AURORA. Já se passou uma semana desde o baile. Uma semana de silêncios pesados sempre que estava perto dele, sempre tentando desviar os olhos de Kael e noites mal dormidas. Como dormir bem depois de tudo aquilo? Sem chances. Valentin havia simplesmente desaparecido, não me mandou nenhuma mensagem, nem uma explicação. E eu... pensava no que ele estava aprontando, ou se seus pais tinham pedido para ele trabalhar, será isso? Ir em eventos que ele detestada? Eu não sabia de nada, só acumulava idéias na cabeça. Valentin sumiu mas... Kael… Kael estava sempre na empresa, todos os dias, à sombra do meu trabalho, mas eu fazia questão de manter distância. Não podia ficar muito tempo perto dele, e cometer um erro? Isso não. O baile tinha sido demais, eu lembrava vividamente daquele corredor, o quase beijo, a raiva, a confusão, A NOIVA DELE. Eu não sabia mais quem eu era perto dele, e isso me assustava. Comecei a descer mais vezes para a copa da empresa. Conversar com outras p

POV KAEL. O escritório estava quase vazio, exceto por mim e Vitória. Ela se movia pelo espaço como se fosse dona do lugar, seus saltos ecoando no piso de mármore. O vestido colado ao corpo parecia ter sido escolhido para me provocar, e a forma como me lançava olhares carregados de malícia me dizia que ela sabia exatamente o efeito que causava. — Então, você realmente acredita que Vayrom possa ser confiável? — perguntei, cruzando os braços, observando-a com atenção. Vitória arqueou uma sobrancelha, um sorriso lento se formando em seus lábios perfeitos. — Confiável? — repetiu, como se fosse uma piada. — Kael, você sabe tão bem quanto eu… que traidores nunca são confiáveis, mas eles podem servir para um propósito. — Ou virar a lâmina contra nós no momento certo. — rebati. Ela riu baixo, se aproximando. O perfume dela era intenso, doce, como veneno em frasco de cristal. — Você está tenso. Mais do que deveria. — sua mão roçou de leve no meu braço, subindo até o ombro. — Desd

POV AURORA. Minhas mãos se agarraram ao tecido do seu terno, a dele deslizou até minha cintura, puxando-me mais para perto. O mundo desapareceu, não havia mansão, projeto ou traição, apenas o calor dele contra mim.Nossas bocas se moviam com fome... desejo. Só se escutava o som dos nossos lábios, nossas respirações. De repente, suas mãos estavam afastando papéis e me colocando em cima da mesa, seu corpo colado ao meu pegava fogo enquanto eu tirava seu terno de forma alvoroçada, eu queria. Estava em mim, não tinha como negar. E eu sabia que Kael queria, e dizia isso na urgência de seu beijo, em suas mãos sobre minhas coxas enquanto tentava achar o final do meu vestido e o subia. Minhas mãos pousaram nos fios do seu cabelo, o puxando levemente... Sua boca passou para o meu pescoço, beijos urgentes e mordidas me fizeram soltar um baixo gemido, suas mãos subiam cada vez mais, quase encontrando meu sexo... meu corpo se arrepiou, meu peito explodindo... o desejo aumentou e eu fiquei ma

POV KAEL. Eu ainda lembrava das palavras dele... Para manter distância dela. Que não poderia continuar o que estava fazendo. Só porque meu pai disse que não posso… isso faz com que eu a queira mais, a deseje mais. Aurora. Seu nome era um veneno doce correndo por mim. O beijo, a tensão, os olhos dela que sempre brilhavam como se fossem capazes de me enxergar além das muralhas que eu mesmo ergui.Droga... Ela não sai dos meus pensamentos. O meu coração sempre fica um tumulto quando ela está perto. Não consigo me controlar. Eu fechei os olhos, apertando o copo nas mãos.Meu sangue fervia. Maldito fosse meu pai. Maldita fosse essa porra de guerra de legados.Abri os olhos e levei a taça mais uma vez na boca. Continue bebendo, até que notei que a taça de vinho estava quase vazia quando ouvi o som dos saltos dela ecoando pela adega.Não precisei levantar os olhos para saber quem era.Aquele cheiro... até a quilômetros de distância saberia que era ela.Vitória.Sempre aparecia na hor

POV KAEL.O salão reservado do hotel onde ocorreria a reunião estava abafado. Mesmo com o ar-condicionado ligado, parecia que a tensão aumentava a temperatura do ambiente. O brasão dos Bellanti estampava discretamente a madeira esculpida atrás deles: um lobo de dentes à mostra. Orgulho e ameaça em um só símbolo.Entramos, eu estava ao lado direito do meu pai e Dário ao seu lado esquerdo, as feições dele mais duras do que nunca. Atrás, dois dos nossos seguranças. Do outro lado da mesa, os Bellanti já nos esperavam: três figuras de terno escuro, os olhares calculistas e frios. O líder, Vittorio Bellanti, ergueu-se quando me aproximei.— Senhores. — sua voz era grave, arrastada, com o peso de quem não precisava se apressar para intimidar. — Finalmente.Nos cumprimentamos em um aperto de mão firme, sem desviar os olhos.— Vittorio. É uma pena que precisemos nos encontrar nessas circunstâncias. — Foi meu pai quem disse. Ele era um bom diplomata.O sorriso dele foi quase imperceptível. Um s