Capítulo 46 Don Vinícius Strondda — Que plano papà? — perguntei, olhando direto pra ele, como quem espera que a resposta seja mais do que fumaça e palavras. Papà me encarou, puxou a caderneta do bolso do paletó e me estendeu a caneta com a calma de quem já decidiu: primeiro pensa, depois atira. — Me deixa pensar direito, vá bene? — disse ele devagar, como se cada sílaba pesasse dez quilos. — Escreve aqui o nome do pai dela. Peguei a caneta. Pensei em tentar enrolar, em projetar um sorriso, em devolver a pergunta, mas já tínhamos ido longe demais. Respirei fundo e escrevi com uma letra curta, prática: Alessandro Romano. Eu havia visto nos documentos de Isabella. Papà olhou o nome e uma sombra cruzou o rosto dele, algo que não era apenas desaprovação, era reconhecimento de uma ferida antiga. Leu devagar, dobrando o papel entre os dedos. — Como assim? Não vai mesmo me dizer? — Você esperou bem mais que isso pra me contar. E agora quer resposta imediata!? — ele bufo
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