Parte 51... Valentina Tirando o vai e vem dos empregados pelo corredor, até que a sala estava silenciosa, só o som distante de vozes na cozinha e os passos de empregados indo e vindo.Seria bom ter um pouco de paz para pensar. Sentei no canto do sofá, tentando organizar a mente depois da conversa no quarto. Matteo havia sido firme, mas carinhoso também. Rodei o anel no dedo. É mais um símbolo pesado que me prende.Tizziano entrou pela porta lateral. Diferente do irmão, ele carregava um ar mais leve, quase descontraído. Sorria fácil. Aproximou-se, sem pressa, e se sentou ao meu lado.— Posso? - perguntou, antes de realmente ocupar o espaço.Assenti, ajeitando minhas mãos no colo. Ele me observou por alguns segundos.— Você está com a cabeça cheia, não está?— É&hellip

Parte 53... Matteo Entrei em casa, ajeitando o paletó, ainda com o peso da reunião com meu pai nos ombros. Pelo menos Tizziano iria cuidar da parte de mídia agora, para distrair as pessoas de nosso real motivo. O acordo com os franceses iria começar essa semana e era preciso que tudo saísse bem e isso me deixava estressado e ansioso.Só quero um pouco de descanso agora. O almoço deve estar sendo servido e depois quero tirar um tempo de folga.Ia direto para o quarto, quando Valentina surgiu pelo corredor. Mas achei estranha sua postura. Parecia que ela não queria ser notada. Andava de cabeça baixa e tinha trocado de roupa. Me pareceu estar desconfortável.— Valentina. - falei baixo, mas ela se sobressaltou, virando-se depressa. — Aconteceu alguma coisa?— Não... Nada… - murmurou, evitando o meu olhar.&mdas

Parte 55... Valentina Depois que ele saiu, eu não estava com vontade de voltar para a sala lá embaixo. Não estou com vontade de encontrar com a mãe dele e menos ainda com aquela Mira irritante.— Queria que minhas amigas estivessem aqui – suspirei — Kira iria ter algo a dizer, com certeza. Ela não iria tolerar essa mentirosa. Ou pelo menos Bianca teria um daqueles conselhos para me dar.Encostei os braços no parapeito da varanda, olhando o jardim lá embaixo. O vento suave balançava as árvores, e por um instante, desejei estar lá, caminhando livre, sem ninguém me observando.— Mas se eu descer até lá, é bem capaz que uma delas apareça – torci a boca de lado — Ou até mesmo as duas.Suspirei fundo, tentando organizar os pensamentos, mas meu coração ainda bat

Parte 57... Valentina Quando entrei no escritório, o ar cheirava a café forte e papel. Meu pai estava ali, de pé, com a gravata meio frouxa. Ele voltara da África do Sul naquela manhã.Eu até que estava animada em poder vê-lo, mesmo com receio de que fosse brigar comigo pela fuga do colégio. Foi decepcionante ver que o rosto dele não mudou quando me viu.Não sei porque Mira está no escritório também, mas é bem provável que tenha sido Nádia quem a convidou. Meu pai parecia cansado. Na verdade, pra mim parecia ser bem mais velho do que sua idade. Não sei se porque fiquei com sua imagem de antes, mas agora parecia mais envelhecido.Ao lado dele, o pai de Matteo conversava baixo com Nádia. Mira ficou encostada, observando, o olhar preso em mim de um jeito que me irrita.— Valentina - meu pai veio até mim e já falou sem rodeios. — Bom te ver saudável, filha – segurou meus braços — A viagem foi longa, mas era necessária

Parte 59... Matteo O jantar começou do mesmo jeito que todos os outros, só que agora havia também a presença de Otto, que não parava de falar sobre acordos com meu pai e mal olhava para Valentina. Mas eu sim.Eu vejo que ela está aborrecida, até mesmo desconfortável. Minha mãe parece enfada e Mira não para de querer chamar minha atenção com seus gestos exagerados. Minha conversa até agora está resumida a Tizziano.— Precisamos organizar tudo em tempo recorde - meu pai se serviu de vinho. — O casamento tem que estar perfeito para as famílias convidadas.— Concordo - Otto respondeu, a voz grave e seca. — O prazo é de uma semana. Acho que é suficiente, já que muitos já estão sabendo dessa união.Valentina, ao meu lado, segurava o garfo sem comer. O