~Lyra~— Esse vestido está curto demais.A voz dele não precisou se elevar.Não precisava.Ecoou pelo ambiente como trovão em câmera lenta. Ficava óbvio que ele estava falando sério.Meu coração despencou.Minha garganta se fechou.Porque não era apenas uma observação.Tasha riu como um diabinho coberto de purpurina.— Não, papai, não está.— Disse naquele tom doce e manhoso que sempre usava quando queria provocar ele. — É assim que garotas da nossa idade se vestem agora. Você não quer que a gente pareça viúvas, quer?Ela girou uma vez como uma princesinha mimada, depois me empurrou pra frente como se eu fosse uma oferenda pessoal.— Olha só o que eu fiz com a Lyra. — Disse orgulhosa. — Olha a roupa dela. Não tá linda?Eu tropecei.Os saltos vacilaram debaixo de mim, mas consegui me segurar.Por pouco.E quando ergui os olhos...Ele já estava me encarando.Damon.Agora sem camisa.As tatuagens lambiam o peito dele como se tivessem sido gravadas a fogo e possessão.O moletom caía baixo n

~Lyra~— Aquele carro era entediante mesmo.Tasha cruzou os braços, o biquinho evoluindo para um drama completo enquanto olhava para Damon como se ele fosse o vilão da história dela.Os olhos brilhavam de irritação. O gloss na boca refletia a luz quando ela inclinou levemente a cabeça, fazendo a auréola de cachos saltar com um charme ensaiado.Ela parecia uma herdeira mimada no cio.E era.— Você quer que eu apareça na maior festa do verão de Jeep, Daddy? O que as pessoas vão dizer? — Jogou os braços para o alto, pura exasperação performática. — Vou parecer a motorista da rodada... ou alguma mãe divorciada tentando reviver os tempos de glória.Damon não cedeu.Nem piscou.Continuava parado, sem camisa, bem no meio da sala de estar. O âmbar suave do uísque na mão captava a luz, destacando o suor nos gominhos do abdômen e os traços duros esculpidos no peito tatuado.O pau dele ainda meio ereto, marcado grosso e pesado sob o moletom... uma ameaça silenciosa, pulsante, que não tinha sumido

~Lyra~No segundo em que atravessei a porta, meus pulmões pararam de funcionar.Não era pela multidão. Nem pela música tão alta que eu podia senti-la vibrando nos dentes. Nem mesmo porque Tasha já estava me puxando como se estivesse me arrastando para dentro de uma maldita rave.Era o cheiro.O calor.O sexo no ar.Aquela espessura úmida e densa que se enroscava entre minhas coxas como um sussurro. Minha buceta se contraiu antes mesmo de eu entender o que estava acontecendo. Meu corpo inteiro respondeu instintivamente, como se minha biologia tivesse acabado de perceber onde estávamos e dissesse: ah... ah, porra.Porque isso não era só uma festa.Era uma orgia disfarçada de festa de casa.As pessoas se beijavam em público como se não conseguissem respirar sem ter a língua enfiada na garganta de alguém.Na cozinha, uma garota dançava colada em um cara enquanto a mão dele estava dentro do vestido dela. Dentro. E ela nem tentava esconder. Apenas gemia baixinho contra a boca dele enquanto o

~Lyra— Você é Ômega.Foi o que ele disse. Baixo. Lento. Como uma maldita sentença sendo proferida.Os olhos dele queimaram através da minha pele, passando pelo tecido do meu vestido, através de cada camada de defesa que eu não tinha.Ele podia ver.Ele podia sentir o cheiro, porra.E eu senti como se fosse explodir.Eu queria mentir. Eu queria rir e dizer não. Eu queria correr. Exceto que as minhas pernas eram gelatina. A minha espinha tinha sumido. As minhas coxas estavam coladas uma na outra como se eu estivesse tentando segurar uma inundação e não estivesse funcionando.Ele se inclinou e eu juro que parei de respirar. A boca dele chegou tão perto do meu ouvido que eu podia sentir o calor dela na minha pele. Os meus joelhos quase falharam quando ele falou de novo.— Eu soube no segundo em que você me tocou.— Sem marca. — Ele sussurrou, como se fosse a palavra mais suja que ele já tivesse dito. — E encharcando esse vestidinho bonito.O meu corpo me traiu. Eu choraminguei. Os meus de

~Lyra~A batida veio de novo.BOOM. BOOM. BOOM.— Abra a porra da porta, sua vadia! A gente tem que fazer xixi! — Vozes bêbadas, altas. Vadias. Isso significava que elas eram apenas garotas que bebiam.Eu desci do balcão, mas minhas pernas cederam assim que meus pés tocaram o chão. Minha buceta ainda tinha espasmos com o fantasma do meu orgasmo, e meu clitóris estava tão sensível que doía.— Merda. — Eu sussurrei para mim mesma, me agarrando no balcão para me equilibrar.Eu me limpei com as mãos trêmulas, mas foi inútil. Eu ainda estava molhada. Ainda vazando. A parte interna das minhas coxas estava lustrosa. O meu cheiro preencheu o quarto como calor.Damon.O nome dele pulsou no meu peito de novo.Eu me curvei rapidamente, agarrei a calcinha arruinada do chão, encarei o tecido encharcado por um segundo, e então a joguei na lixeira como se fosse uma evidência.Outra batida.Mais alta desta vez.— Você está morta aí dentro ou apenas se afogando na sua própria porra? — Uma das garotas r