— Como você pode afirmar com tanta convicção que eu vou terminar meu relacionamento? — Não costumo dividir minha mulher com outros homens , então não vejo outra opção à você a não ser terminar… — ele pega um dos biscoitos amanteigados e morde por inteiro.— Então… mas o problema aqui, é que não sou sua mulher. Sou sua aluna, lembra?! Não deveríamos nem ter esse tipo de intimidade em cafeterias, muito menos envolvimento amoroso. Você pode até ser despedido por isso…— Não me importo de perder esse emprego desde que eu tenha você comigo. Sabe quando foi a última vez que me senti assim? — No seu último namoro?— Nunca! O que eu sinto por você nunca senti por mulher nenhuma… acha mesmo que eu vou ignorar tudo isso por causa de um emprego, ou pelo que as pessoas irão falar? — Deveria se importar…é o seu trabalho. Você me parece ser um homem sério.— Sou sim, mas não posso continuar sentindo em silêncio. Preciso de você, Spencer… Você pode me achar um louco por isso, mas não vou desistir

Após o jantar, decidi assistir um documentário sobre o reino animal. Era engraçado observar as semelhanças de comportamento entre humanos e animais. Mesmo racionais, nosso corpo primitivo nos bombardea com hormônios, nos fazendo agir iguais animais: somente pelo extinto de sobrevivência, que mesmo após milhares de anos de evolução, ainda vive dentro de cada ser humano. Costumo dizer que quando sentimos atração física, seja por qual persona for, isso está diretamente ligado ao lado animalesco: cheiros e características nos atraem e nem ao menos sabemos o porquê. Era assim que me sentia em relação à Aleksander. Não sei a razão pela qual me sinto extremamente atraída por ele, mas seu cheiro, e seus olhos são uma espécie de poção do feitiço para mim, fico hipnotizada e esqueço de tudo, até do meu namorado. — Você é uma vadia, Spencer… — Digo à mim mesma em voz alta, quem sabe assim crio juízo. Se mamãe estivesse viva, ela com certeza seria uma das primeiras pessoas a me trazer de volta

Meu Deus, o que eu devo fazer agora? Atender a ligação de Max na frente de Aleksander ou deixar cair em caixa postal?! A verdade é que assim que Aleksander surgiu em minha vida, eu já havia sido obrigada a mentir para evitar transtornos. De certa forma, isso me deixava desapontada comigo mesmo, nunca fui do tipo mentirosa, que engana namorados. Um lampejo de sanidade invade minha mente me fazendo voltar ao controle das emoções e situação. — Preciso que você vá embora, Aleksander… já está tarde e preciso dormir. Amanhã acordo cedo, aliás acordamos cedo, você tem aulas para dar e eu para assistir. Seu olhar havia se tornado sério, podia notar a irritação súbita em sua face. — Quer que eu vá embora pra você retornar a ligação pro seu namoradinho… — a palavra namoradinho havia sido dita com desdém, até com ligeiro nojo. Era nítido o incômodo dele em relação a Max.— Você está começando a me irritar com esse seu jeito. Por favor, vá embora sem questionar nada. Amanhã nós falamos, pode

O barulho das vozes cessaram assim que Aleksander adentrou a sala. Esse era um dos efeitos que ele causava, não só em mim, mas nitidamente nas garotas da sala. Todas ficavam atentas em sua presença, vidradas em sua beleza, enquanto risos e cochichos entre amigas se espalhavam pela sala, como um efeito dominó. Nunca fui do tipo ciumenta mas subitamente, toda aquela atenção feminina que ele atraia, estava começando a me irritar. Não queria nenhuma garota ali o desejando. E isso, praticamente todas faziam.— Bom dia, alunos e alunas! Hoje vamos retornar a página que paramos na aula passada. Todos por favor, abram o livro na página 129 capítulo 3. Seu perfume amadeirado aos poucos foi contaminando a sala toda, exalando um cheiro extremamente agradável. O mesmo perfume que senti quando meu rosto estava bem próximo de seu pescoço na noite passada. Como se ele pudesse sentir meu desejo à distância, inesperadamente seu olhar esbarra de encontro ao meu. Sua expressão era séria e até um pouc

O silêncio foi quebrado por Aleksander após alguns minutos de reflexão. — Agora me diga, como irá ficar nossa situação assim que ele retornar? O que pretende fazer? Parado em minha frente, e de braços cruzados, Aleksander me fitava de maneira fixa, praticamente sem piscar. Sua postura era rígida e seu maxilar estava contraído, mostrando sua apreensão em esperar minha resposta.— Sendo bem sincera com você… Ainda não sei o que vou fazer em relação a nós. Por enquanto, as coisas irão permanecer como estão. — Isso quer dizer que você irá continuar com seu namorado, certo? — Sim… Ele permanece imóvel me olhando, mas agora seu olhar era vago, poderia dizer que um vestígio de tristeza ficou nítido em seu olhar. Não queria magoá-lo mas nessa situação complicada eu não tinha outra alternativa a não ser ser sincera. De repente, ele suspira e descruza os braços. Ali pude perceber que ele já havia tomado sua decisão em relação a minha resposta. — Tudo bem, respeito sua decisão em não term