Entre o Silêncio e o DesejoO silêncio daquela manhã na fazenda parecia diferente. Não era o mesmo silêncio pesado que Helena conhecia desde a infância, cheio de ausência e de lembranças duras. Era um silêncio vivo, como se cada árvore, cada canto dos pássaros, cada sopro do vento fosse um convite a permanecer, a sentir.Acordei antes do sol nascer, ainda envolta no calor dos braços de Leonardo. A respiração dele era profunda, pesada, quase possessiva, como se temesse me perder até durante o sono. Tentei me mover devagar, mas seus dedos se fecharam ao redor da minha cintura, firmes, seguros.— Vai fugir de novo, leoa? A voz rouca, ainda embargada pelo sono, soou tão próxima do meu ouvido que arrepiei.Sorri, mesmo sem olhar para trás. Não. Só ia ver se Gabriel já acordou.Ele soltou um riso baixo, meio incrédulo. Gabriel é esperto. —Vai saber nos dar uns minutos.Virei-me de frente para ele, encontrando aqueles olhos intensos que, em pouco tempo, aprenderam a me ler como ningué
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