POV Eva MonteiroQuando voltei pra empresa, eu só queria passar despercebida. Mas para gente como a Nathalia eu não tinha chance.— Olha só quem voltou do camarim da passarela — ela soltou alto o bastante pra chamar atenção até do pessoal da copa.Engoli em seco.— Tá se achando mesmo, né? O centro das atenções... O CEO está mandando e desmandando por sua causa. Você deve se sentir muito especial.Parei no meio do corredor. Respira, Eva. Não dá palco pra cobra dançar.— Aposto que nem entregou o relatório que eu pedi. Tá muito ocupada sendo a garota-propaganda do Dominic Castellan.Algumas pessoas riram de nervoso. Outras fingiram que não estavam ouvindo.— E só pra deixar claro — ela se aproximou, com aquele perfume doce demais que dava dor de cabeça —, essa sua pose de pobre coitada que veio do interior pode até enganar alguns... Mas eu vejo bem quem você é. E esse não é o seu lugar@Eu queria responder. Tantas coisas. Mas meu lugar ali era frágil demais. Não era hora. Ainda não.Ela

POV Eva MonteiroO clima estava bom. Quente até demais pra um país que vivia nublado. E pela primeira vez desde que aceitei esse jantar, eu me permiti relaxar um pouco. Dominic estava… suportável. Quase simpático. Até parecia que gostava de trabalhar comigo. Quase me fez esquecer as provocações de mais cedo.Mas aí, o universo fez questão de me lembrar que sossego não faz parte do meu contrato de vida.Do fundo do restaurante, um grupo de mulheres ria alto demais. Daquelas risadas forçadas, sabe? Dominic não parecia estar notando, talvez estivesse pensando em outras coisas, mas lá estavam elas. Barulhentas, artificiais… tóxicas. Elas estavam todas montadas no carão e na falsidade, e eu não sou boba, reconheço cobra de longe. E aquelas ali estavam em ninho.Senti os olhos de uma delas grudando em mim. Depois em Dominic. Depois em mim de novo. Umedecendo os lábios. Rindo com as amigas. Como se eu fosse um prato que ela ia tirar da mesa.Dominic finalmente percebeu minha mudança de exp

POV Eva MonteiroAssim que entramos em casa Camila desabou na cama dela. E eu fui tomar banho, me sentindo frustrada, mas não sabia exatamente com o que. Apesar de eu me sentir mal por Camila não ter me contato do Relacionamento com Gael eu vi que ela estava feliz. E pra mim isso bastava…A manhã chegou rápido, e parecia que nem dormi direito, mesmo tendo apagado Assim que abri a porta do quarto, vi Camila saindo do dela, na ponta dos pés, achando que estava abafando na arte de não me acordar.Ela congelou ao me ver parada no corredor.— Evaa... — ela chamou, com aquela voz manhosa que só usa quando sabe que tá na merda.Revirei os olhos e segui direto pra cozinha, sem nem olhar pra trás.— Eva, por favor... Me perdoa, vai! — ela choramingou, vindo atrás de mim como um cãozinho arrependido.Abri a geladeira com mais força do que o necessário.— Camila, você prometeu. Sem mais descobertas bombásticas — falei seca, sem encarar ela.— Eu sei... eu sei que tá chateada. Eu queria ter te

POV: Eva MonteiroMerda.Respirei fundo. A ficha caiu. Fui grossa com o rapaz.Me endireitei, ajeitando a postura e limpando o resto da raiva da expressão como quem varre cacos de vidro do chão.— Desculpa. Eu... não foi pessoal. — estendi a mão. — Eva Monteiro.Ele sorriu de lado, e apertou minha mão com aquele tipo de firmeza que demonstra presença sem forçar domínio.— Thomas. Thomas Callahan. Comecei hoje, acho que eu devia estar com mais medo de esbarrar nos outros, mas... — ele deu de ombros — parece que tive sorte.Arqueei uma sobrancelha. — Sorte?—Esbarrar em alguém com esse olhar incendiando o prédio? Com certeza. Muito mais emocionante do que uma reunião de boas-vindas.Ri pelo nariz, quase sem querer. Um ruivo atrevido. Era só o que me faltava.— Bem-vindo ao inferno, Thomas. — disse, voltando a andar com um pouco mais de leveza nos pés.— Se for você que bota fogo, acho que posso gostar daqui. — ele rebateu com um sorriso.Nem olhei para trás. Mas sorri. Um sorrisinho i

POV Dominic CastellanA porta da sala de reuniões se fechou atrás de mim com um estalo seco que ecoou ate o fundo da sala, obviamente chamando a atenção de todos. E lá estava ela. Isadora, com seus longos cabelos negros e ondulados, sua pele branca com um brilho artificial de algum produto que ela usou, provavelmente mais caso minha gravata, que por coincidencia era da cor da saia dela. Que não era nem de longe a mais comportada para a ocasião. Ela sorria, com aquele ar de quem sabia que tinha me vencido em algum jogo que eu nem lembrava de ter começado. E com certeza ela tinha manipulado alguém para poder estar ali.Os colaboradores da Lune já estavam à frente, com aquele jeito corporativo impecável. Todos se apresentaram antes de começar. Cada um com uma função diferente, mas com a mesma intenção de me convencer. — Dominic, precisamos aprovar a nova campanha internacional com Isadora como embaixadora principal. Seu alcance é estratégico para nosso público-alvo. Lançou Elliott, CO