Tabuleiro e o Whisky O bar do hotel Imperial estava quase vazio. Luz baixa, música de jazz ao fundo, taças tilintando aqui e ali. Lorenzo Mello entrou com a calma estudada de quem sabe o impacto que causa: terno impecável, gravata afrouxada, sorriso frio nos lábios. Na mesa mais reservada, uma mulher já o esperava. Cabelos escuros caindo sobre os ombros, vestido justo, postura confiante. Um lenço delicado no pescoço identificava o contato “Pote de Ouro” que, enfim, tinha um rosto. Thamires Santana. Ele caminhou em sua direção, ela ergueu a taça de vinho ao vê-lo se aproximar, a expressão serena, mas os olhos atentos. — Então você é quem está tão interessado em me ver. — disse, a voz aveludada, carregada de segurança. — Eu não costumo ceder a convites de estranhos. Lorenzo sentou-se diante dela sem pressa, os olhos faiscando malícia. — E, ainda assim, aqui está. — rebateu, sorrindo de canto. — Estranhos às vezes têm mais a oferecer do que os velhos conhecidos. Thamires arqueou
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