Amélia MoreiraAbri os olhos com certa dificuldade, a cabeça ainda latejando e a visão embaçada pela fumaça e pela dor. Diante de mim, estava Gabriel, o segurança, com os olhos transbordando de preocupação. Ele sacudia suavemente meu corpo, tentando me trazer de volta à consciência.— Dá para, para? — perguntei, a voz fraca, sentindo-me tonta com o movimento.Ele me soltou sem jeito, os olhos arregalados. — A senhora está bem? Está ferida em algum lugar? Aguente firme, senhora, já chamei reforços! — disse apressado, a voz embargada pela tensão.— Estou bem! — respondi, tentando me sentar, mas meu corpo pesava.Memórias da explosão e do jardim em ruínas, da fumaça e do grito de Inácio, me atingiram com força. Lembrei-me de Inácio e dos meninos... onde eles estavam?Olhei ao redor e vi o jardim em pedaços, cheio de destroços, fumaça subindo ao longe. O escritório...— Onde estão Inácio e os meninos? — perguntei aflita, minha voz tremendo, o pânico crescendo.Gabriel hesitou, o olhar de
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