As barras de prata queimaram minhas palmas como ácido enquanto eu tentava abrir a jaula com uma força desesperada. Cada toque fazia minha carne arder, mas eu não me importava. Nada mais importava além de alcançar meu filho. Quando finalmente consegui criar uma abertura grande o suficiente para puxá-lo, minhas mãos estavam em frangalhos, com carne e ossos expostos. Mas a cena que me esperava tornou qualquer dor irrelevante. Sangue. Havia tanto sangue acumulado sob a pequena jaula que parecia um lago carmesim. E no centro, estava meu pequeno menino, seu corpo pálido como a neve do inverno. — Não, não, não... — Murmurei, recolhendo-o nos braços. Sua pele estava gelada contra meu peito. — Por favor, meu amor, acorde... Encostei meu ouvido em seu peito, tentando desesperadamente ouvir qualquer sinal de vida. Silêncio. Aquilo só podia ser um pesadelo. Naquela manhã, ele estava puxando minha saia, implorando para que eu fizesse suas panquecas favoritas. Seu riso brilhante havia pree

O silêncio na sala era ensurdecedor. Damon encarava o recibo de sepultura em suas mãos, suas pupilas se contraindo enquanto as palavras começavam a fazer sentido. “Bebê Blackwood... Túmulo... Pago integralmente...” As mãos dele começaram a tremer. Por um breve momento, eu vi algo rachar em sua expressão — um lampejo de medo. Um vislumbre de percepção começando a emergir. Então Serena arrancou o papel de suas mãos. — Meu Deus, Damon! Olha só isso! — Ela balançou o recibo dramaticamente. — Diz que é para o “Bebê Blackwood”! Por que alguém compraria um túmulo para uma criança perfeitamente saudável? A voz dela era puro veneno disfarçado de preocupação. — A menos que... A menos que isso seja algum tipo de jogo psicológico doentio que ela está usando para chamar sua atenção. O rosto de Damon passou por uma sequência de emoções — confusão, negação e, finalmente, raiva. Ele pegou o recibo e o bateu contra o meu rosto com tanta força que a borda do papel cortou minha bochecha.

Serena ainda acreditava que poderia depender dos dois filhos para continuar na minha casa. Ordenei diretamente ao mordomo que os expulsasse. Eles saíram sem nada, nem um centavo levariam consigo. Ao mesmo tempo, anunciei a todos os lobisomens minha identidade como a Criança da Lua. A Criança da Lua representa a linhagem mais pura entre os lobisomens — não apenas possui um poder esmagador durante a lua cheia, mas também é capaz de se comunicar diretamente com a própria Deusa da Lua. Serena e seus filhos foram instantaneamente desprezados por todos os lobos. Como ousavam sequer olhar para o companheiro sagrado da Criança da Lua? Serena passou a ser espancada sempre que caminhava pelas ruas, sendo finalmente forçada a se esconder na floresta sombria. Damon foi preso pelo conselho, mas, devido ao seu status especial como Alfa, eles ainda não podiam torturá-lo. Apresentei evidências ao conselho de que Damon havia matado nosso filho e exigi que nosso vínculo de companheiros fos

Desde que Damon desapareceu do meu mundo, tudo estava indo perfeitamente bem. Não apenas recuperei meus antigos poderes e me libertei daquele relacionamento tóxico, mas minha carreira também florescia além dos meus sonhos mais ousados. Inúmeros lobos se aproximaram de mim, demonstrando interesse sutilmente, na esperança de se tornarem meu companheiro. Eu mantinha uma política de não encorajá-los nem rejeitá-los diretamente. Como líder de toda a nossa raça, ter admiradores era algo perfeitamente natural. Mas um companheiro? O que isso realmente valia? Nada poderia ser mais importante do que ser uma excelente líder para o meu povo. Lobisomens e vampiros têm sido inimigos mortais por séculos. Durante anos, os vampiros vinham reconstruindo suas forças em silêncio, esperando o momento certo para eliminar completamente nossa espécie. Com nossas habilidades físicas superiores, os vampiros geralmente evitavam confrontos diretos. Eu nunca esperava que fossem ousados o suficiente