Dois drinks se tornam quatro. Quatro se tornam seis… e, em algum momento, perdemos a conta. — Vamos passear mais? — pergunto, me sentindo levemente tonta. — Não quero terminar nossa noite aqui. — Seu pedido é uma ordem, pequena — responde, pagando a conta. Saímos do bar e voltamos para a Strip, que agora parece ainda mais brilhante e animada. Ou talvez seja só a bebida. Em algum momento, decidimos que ir ao cassino é uma ótima ideia, já que, seguindo a lógica questionável de quem já bebeu, faz parte da experiência de Las Vegas. Entramos, e o barulho das máquinas é ensurdecedor. Há pessoas por toda parte, algumas gritando de alegria, outras xingando suas máquinas. Nathan tira a carteira e pega algumas notas. — Espera — digo, segurando seu braço. — Quanto você vai apostar? — Não sei. Quinhentos? Mil? — MIL DÓLARES? — praticamente grito. — Você enlouqueceu? — Ann, é só… — Não! — o interrompo, tirando a carteira da mão dele. — Você não vai ficar jogando dinheiro fora como Marga

Elvis acena com a cabeça, sorrindo. — Ok, vamos às alianças! — diz, gesticulando para Nathan. — Alianças? Eu não… — Nós temos! — Priscilla surge do nada com uma caixinha contendo duas alianças douradas e finas. — Por apenas mais cinquenta dólares! — Claro — Nathan diz, pegando a carteira de novo. As alianças são simples, douradas, provavelmente nem são de ouro, mas quando Nathan desliza a minha no dedo dele, parece a coisa mais preciosa do mundo. — Para sempre — ele sussurra. Com as mãos tremendo, pego a outra aliança e coloco no dedo dele. — Para sempre — repito. — Então, pelo poder que me foi concedido pelo estado de Nevada e pelo espírito eterno do Rei do Rock — Elvis declama, abrindo os braços dramaticamente —, eu os declaro marido e mulher! Você pode beijar a noiva! Nathan não espera nem um segundo. Me puxa pela cintura e me beija como se só existíssemos nós dois na capela. Quando finalmente nos afastamos, Elvis até suspira. — Se eu não fosse casado com Priscilla, ter

Fico em silêncio por um momento, processando as palavras dele. Nathan não quer anular. Ele quer continuar casado comigo. E eu… mesmo que isso seja completamente insano… — Também não quero anular — admito, finalmente. — Mas… você sabe que o problema não somos nós, Nathan. Todo mundo ao nosso redor vai ter uma opinião sobre isso. — E por que a opinião dos outros é importante? — Porque sua mãe decidiu que sou uma interesseira, já te expliquei — respondo, suspirando. — Ela me odeia, imagina quando descobrir que me casei com você. Vai ter certeza de que planejei tudo isso. — Então não vamos contar. — Como assim, não vamos contar? — Ninguém precisa saber — ele dá de ombros, como se fosse a coisa mais simples do mundo. — Pelo menos não agora. — Amor… você sabe que é impossível esconder um casamento, certo? Especialmente quando você é Nathan Prescott e qualquer coisa que faz vira notícia. — Não se formos discretos — rebate, tranquilo. — Você queria manter nossa relação em segredo,

Ela levanta os olhos quando me ouve entrar, e a expressão muda imediatamente.— Você? — pergunta, se levantando num pulo. — O que está fazendo aqui?— Como você entrou aqui? — rebato, curiosa, ignorando completamente a pergunta dela.Afinal, se ela tivesse a chave, teria entrado da primeira vez que estive aqui. Não teria ficado do lado de fora gritando como uma louca.— Como entrei? Você é louca, por acaso? — Ela retruca, naquele tom superior que sempre me irrita. — Entrei porque aqui é a casa do meu noivo e tenho a chave. Você é quem não deveria estar aqui dentro.— Nathan é seu ex-noivo. Ou já se esqueceu de que ele terminou com você?— Isso é passageiro — ela dá de ombros. — Nathan só está confuso, mas logo vamos voltar a ficar juntos. Sempre voltamos.— Você está delirando. Certamente te deram os remédios errados — ironizo, rindo. — Nathan não volta mais com você, Sierra. Desista.— Você acha mesmo que ele vai escolher você? — Ela ri, sem humor. — Uma assistentezinha qualquer, sem

“Nathan Prescott”Não consigo desviar os olhos do pulso de Sierra.Sem uma única marca.Sem um vermelho sequer.Tudo foi mentira.A culpa que carreguei por dias, o peso de achar que quase a matei por terminar o noivado, os questionamentos sobre ter feito a escolha certa, se devia ter esperado um pouco mais…No fim, a mulher que pensei conhecer por anos mentiu.Fingiu uma porra de uma tentativa de suicídio para me manipular.— Nathan… — Sierra começa, com a voz trêmula, mas não consigo nem olhar para ela.— Cala a boca — digo, controlando o tom. — Só… cala a porra da boca.— Me deixa explicar…— EXPLICAR? — explodo, finalmente encarando seu rosto. — Vai explicar como fingiu cortar os pulsos? Como me fez acreditar que quase morreu por minha culpa? Como me manipulou para que eu me sentisse o pior ser humano do planeta?— Eu estava desesperada! — Ela grita, com as lágrimas escorrendo pelo rosto. — Você ia me deixar! Depois de anos, você simplesmente decidiu que não me queria mais!— PORQU