༺ Amara Wild ༻Descendo os últimos degraus, sinto o olhar deles em mim como se fosse uma chama. O vestido leve balança suavemente, o perfume de Rosa dos Ventos ainda fresco no ar.Minha respiração acelera, não porque me sinto insegura, mas porque já sei a reação deles.Domenico se ergue primeiro, os olhos azuis faiscando de surpresa.— Nossa… Para onde vai tão linda? — a voz firme, mas oscilando de um jeito que denuncia o impacto.Pietro ajeita a camisa, tentando disfarçar, mas falha miseravelmente.— Sim, princesa… esqueceu de nos avisar que teria programa hoje?Abro um sorriso discreto, ajustando a alça do vestido no ombro. Antes que eu diga qualquer coisa, Luca surge atrás de mim com aquele jeito irritantemente seguro.Camisa de linho bege, mangas dobradas até os antebraços fortes, calça escura ajustada, e o relógio brilhando no pulso. Os olhos castanhos me fitam como se já me possuíssem.Enzo chega logo depois. Seus cabelos loiros perfeitamente alinhado, veste calça jeans escura e

༺ Amara Wild ༻As luzes suaves do barco ainda refletiam no rio quando nos acomodamos em um canto mais reservado depois do pequeno caos na mesa.Uma coisa tenho certeza Luca e Enzo sabiam como deixar um encontro inesquecível. Esse seria uma bela lembrança que viria a minha mente quando estivesse sozinha.Meu corpo ainda ria por dentro dessa cena ridícula, e por mais que tentasse manter a compostura, o olhar insistente dos dois não me deixava tranquila.— Por que estão me encarando desse jeito? — arqueei uma sobrancelha, fingindo inocência, mesmo com um sorriso malicioso escapando.Luca, o mais ansioso, inclinou-se primeiro.— Porque está deslumbrante hoje — sussurrou, passando os dedos pela minha mão, traçando linhas invisíveis na minha pele.O calor dessa carícia subiu pelo meu braço como se fosse um feitiço. No entanto, antes que respondesse, Enzo aproximou-se mais e ajeitou uma mecha solta do meu cabelo, deixando-a atrás da orelha com um gesto lento e intencional.— Ele tem razão. E

༺ Amara Wild ༻ As mãos deles deslizam pela minha pele como se explorassem um território sagrado. O ar dentro da suíte parece mais denso, carregado de desejo. Meu corpo estremece quando os lábios do Enzo tocam meu pescoço, espalhando beijos lentos que me arrepiam inteira. Luca segura minha cintura, puxando-me contra o peito dele, e sinto o coração bater acelerado, forte demais para ignorar. — Vocês não têm ideia do quanto me deixam louca desse jeito — confesso entre risos nervosos, tentando disfarçar o fogo que cresce em mim. — Nós sabemos — responde Luca, mordendo suavemente minha boca. — É só olhar para você, princesa. Está incandescente. Enzo murmura baixo, colando os lábios na minha orelha: — E grávida ou não, você nunca esteve tão irresistível. Aquela frase me faz estremecer. Tento argumentar, como sempre, com aquele instinto de me proteger. — Vocês falam isso só para me provocar. Eu sei que engordei… Enzo segura meu rosto entre as mãos, firme, sem deixar espaço

༺ Amara Wild ༻Alguns dias haviam se passado desde o jantar no barco. O riso que ecoara naquela noite ainda me vinha à mente quando lembrava da cena ridícula do fogo tomando conta da mesa.Enzo, bravo, discutindo com Luca, enquanto eu quase chorava de tanto gargalhar. Era como se a vida tivesse decidido me dar uma trégua, permitindo que eu experimentasse momentos de leveza.Contudo, a tranquilidade nunca durava muito no meu mundo. Sempre apareceu algum caos para perturbar a minha paz. Hoje vendo que está uma manhã bonita. Decidi caminhar pelo jardim da casa, os pés roçando na grama recém-cortada, o perfume das flores misturando-se ao vento suave.Havia aprendido a apreciar a simplicidade desses instantes. Estava absorta, observando as borboletas que voavam entre as roseiras, quando senti a presença de uma sombra se projetando atrás de mim. Meu corpo gelou. Virei lentamente, o coração disparado.Do outro lado das grades do muro da propriedade, vi o rosto do o homem que me deu a vida.—

༺ Domenico Beltron ༻Cheguei mais cedo da empresa essa tarde, querendo aproveitar algumas horas tranquilas ao lado da Amara. O silêncio da mansão contrastava com o turbilhão de reuniões que ainda ecoavam na minha cabeça.Assim que atravessei o portão, percebi de imediato a ausência de um dos veículos. O olhar treinado não deixava escapar detalhes.Um dos motoristas estacionava, ajeitando o carro. Caminhei até ele.— Onde está o Carlos? — perguntei direto, cruzando as mãos atrás das costas.O homem ergueu as sobrancelhas, ajeitou o chapéu com um gesto quase nervoso e respondeu:— Senhor, ele saiu com a dona Amara.Meu cenho franziu.— Saiu? Ela não mencionou nada. Disse para onde ia?— Não, senhor. Só pediu que a levasse. Ela não, deu qualquer detalhe para onde foi.Engoli a contrariedade, puxei o celular do bolso e abri o localizador. Um ponto brilhava no centro da cidade. Estreitei os olhos.— O que ela foi fazer no centro a essa hora? — murmurei para mim mesmo.O relógio já passava