Nina não dormiu naquela noite. Ela ficou deitada em sua cama, olhando para o teto, revivendo cada momento da conversa com Alex. Cada palavra que ele havia dito, cada expressão de dor em seu rosto, cada lágrima que ela havia visto em seus olhos."Você está sendo covarde."As palavras ecoavam em sua mente como um mantra cruel. Talvez ele estivesse certo. Talvez ela fosse uma covarde. Mas se ser covarde significava proteger o homem que amava, então ela abraçaria a covardia.Às cinco da manhã, ela desistiu de tentar dormir e foi para o chuveiro. A água quente não conseguiu lavar a dor que sentia, mas pelo menos a ajudou a se preparar mentalmente para o que viria pela frente.Trabalhar na mesma empresa que Alex. Ver seu nome em e-mails. Passar pelos andares sabendo que ele estava lá em cima, provavelmente sofrendo tanto quanto ela.Nina se vestiu com cuidado extra, escolhendo um blazer azul marinho que a fazia se sentir profissional e confiante. Se ia enfrentar esse inferno, pelo menos par

Duas semanas haviam se passado desde a conversa com Marcus, e Alex estava começando a mostrar sinais de que sua campanha incansável para reconquistar Nina estava cobrando seu preço. As tentativas continuavam, mas havia algo diferente nelas agora - uma qualidade desesperada que não existia antes.Nina notou a mudança na segunda-feira, quando encontrou apenas um pequeno post-it em sua mesa, em vez dos elaborados gestos românticos das semanas anteriores."Bom dia. - A"Simples. Direto. Quase... derrotado.Nina amassou o papel e o jogou no lixo, tentando ignorar a pontada estranha no peito. Não era alívio que ela estava sentindo, era? Não podia ser decepção.Durante a manhã, ela se pegou olhando para o teto várias vezes, imaginando Alex em seu escritório. Será que ele estava bem? Será que estava comendo? Marcus havia dito que ele não estava se cuidando...Pare com isso, Nina se repreendeu. Não é problema seu.Mas era difícil não se preocupar quando ela podia ver os efeitos de sua rejeição

O fim de semana após a partida de Alex foi o mais longo da vida de Nina. Ela ficou em seu apartamento, alternando entre chorar e se odiar por ter sido tão estúpida. Cada vez que seu telefone tocava, seu coração disparava, esperando que fosse Alex dizendo que havia mudado de ideia.Mas ele não ligou.Na segunda-feira, Nina voltou ao trabalho determinada a se concentrar em sua nova posição. Como líder do departamento de inovação, ela tinha responsabilidades enormes e uma equipe para liderar.Mas era difícil se concentrar quando tudo no prédio a lembrava de Alex.— Nina, você está bem?Elena perguntou durante uma reunião.— Você parece... distante.— Estou bem. Apenas me adaptando às novas responsabilidades.— Claro. É uma grande mudança para todos nós.Nina assentiu, tentando se concentrar nos relatórios à sua frente. Mas sua mente continuava vagando para Alex. Onde ele estava? O que estava fazendo? Estava pensando nela?Na terça-feira, Nina estava trabalhando até tarde quando Marcus ap

Seis meses após a partida de Alex, Nina havia encontrado um ritmo. Não era felicidade - ela duvidava que conseguiria ser verdadeiramente feliz novamente - mas era funcionalidade. Era sobrevivência.Ela acordava às cinco da manhã, ia para a academia, tomava seu café da manhã sozinha enquanto revisava e-mails, e chegava ao escritório às sete e meia. Trabalhava até as oito da noite, voltava para casa, jantava algo simples, e estava na cama às dez.Era uma rotina precisa, controlada, que não deixava espaço para pensamentos sobre Alex.Pelo menos, era o que ela tentava se convencer.— Nina, você precisa de férias.Elena disse durante o almoço.— Quando foi a última vez que você tirou um dia de folga?— Eu não preciso de férias. Tenho muito trabalho.— Todo mundo precisa de férias. Especialmente você.— Por que especialmente eu?Elena a olhou com uma expressão preocupada.— Porque você está se matando de trabalhar. Porque você não sorri mais. Porque você está se tornando uma workaholic.—

Nina voltou de Sedona diferente. Não completamente curada - ela sabia que isso levaria tempo - mas mais parecida com a pessoa que costumava ser. Havia uma leveza em seus passos que não existia há meses, um brilho em seus olhos que todos notaram.— Uau.Amanda disse quando Nina entrou no escritório na segunda-feira de manhã.— Você parece... radiante.— Obrigada. As férias fizeram bem.— Fizeram mais do que bem. Você parece uma pessoa completamente diferente.Nina sorriu - um sorriso genuíno que surpreendeu até ela mesma.— Eu me sinto diferente. Melhor.Durante a reunião matinal com a equipe, Nina notou como todos pareciam mais relaxados ao redor dela. Ela havia esquecido como era ser uma líder que as pessoas realmente queriam seguir, não apenas obedeciam por medo.— Então, o que eu perdi?Ela perguntou, genuinamente interessada.— O projeto Morrison foi aprovado.Lucas relatou.— Elena fez uma apresentação incrível.— Que ótimo! Elena, parabéns.— Obrigada. Mas foi seu trabalho que t