Narrador«Que alegria, Frederick! Finalmente fechámos este acordo, Saúde!», Helen levantou a taça e brindou com ele.«Sim, a verdade é que estou desejoso de regressar a casa com a Charlotte. Faltam apenas dois meses para o nascimento dos meus filhos, e estou impaciente por estar lá quando chegarem os meus preciosos gémeos.»Helen baixou o olhar, embora tivesse começado uma nova relação sentimental, ainda sentia um vazio no seu peito.«Alegra-me muito que as coisas entre tu e a Charlotte estejam melhor, finalmente! Não é?», disse com um toque de sarcasmo.«Sim, depois de tantos anos separados e tantas dificuldades, sinto que finalmente chegou a felicidade. E tu? Como vai tudo com o Dorian?»Helen sorriu ligeiramente.«Na perfeição. Não te vou mentir, aprender a amar alguém é todo um processo, mas estou entregue à relação e ele faz-me muito feliz. Vamos casar, como viste no convite formal. Dorian e eu seremos esposos.»«Alegra-me muitíssimo, Helen, e vamos celebrar. Mas hoje tenho que i

NarradorJoanne chegou ao hospital, o seu coração estava pesado e a sua mente cheia de tormentos. As lágrimas caíam sem controlo enquanto caminhava pelo corredor, a dor inundava-a por completo, e não sabia quanto mais poderia resistir. Ao chegar à entrada do quarto do seu filho, viu as quatro pessoas que mais amava e por quem tinha arriscado tudo. A sua mãe, o seu pai, a sua pequena irmã e o seu esposo estavam ali, derrotados por uma tristeza que parecia devorá-los por dentro.O silêncio no quarto era avassalador. Quando o seu esposo levantou a cabeça e a olhou, o gesto do seu rosto, uma negação subtil mas devastadora, foi suficiente para que Joanne soubesse que tinha chegado demasiado tarde. O esforço para salvar o seu filho tinha sido em vão. A dor da perda atingiu-a com uma força brutal, mas o pior de tudo foi dar-se conta de que, no seu desespero por agir, tinha arrastado a sua família para o mesmo abismo do qual nunca poderiam escapar.«Joanne!», O seu esposo sussurrou ao vê-la e

«Querida, por favor, precisas de te acalmar um pouco. Estás muito nervosa, e se continuares assim, será mais difícil que te possam submeter à cesariana», disse Frederick, pegando na mão de Charlotte, que tremia e empalidecia por causa dos nervos diante do que estava para viver.«E se as coisas não correrem bem? E se acontecer alguma coisa a algum dos nossos filhos? Frederick, juro-te que não o resistiria!», Charlotte baixou a cabeça e deixou que uma lágrima escorregasse pela sua bochecha.Frederick levantou o seu rosto com ternura, segurando-lhe o queixo.«Tudo vai correr bem, meu amor. Já sofremos demasiado, e estes filhos que estão para chegar têm o único propósito de curar toda a dor que vivemos. Acredita, tem fé!»«Ai, Frederick! Dirás que sou um agoureiro, mas de verdade tenho um mau pressentimento, como se algo estivesse para acontecer, e não quero que aconteça nada de mal.»Frederick abraçou-a com força, acariciando o seu cabelo enquanto a mantinha perto do seu peito. Embora el

NarradorDora e George chegaram à sala de recuperação mesmo quando Charlotte acabava de despertar da anestesia. Ao vê-los, os seus olhos iluminaram-se e, com um sorriso, cumprimentou-os.«Olá! E o Frederick?», perguntou num tom suave.Dora aproximou-se dela e, com todo o carinho do mundo, deu-lhe um beijo na testa.«Está a solucionar um problema relacionado com os gémeos», disse a mulher, mas em vez de tranquilizar a sua filha, as suas palavras provocaram um ataque de nervos em Charlotte.«O quê?», Charlotte endireitou a cabeça, preocupada. «Acontece alguma coisa com os meus filhos?», Um arrepio percorreu o seu corpo até à sua coluna vertebral.George revirou os olhos perante as palavras da sua esposa.«Claro que não, meu amor. Só está a resolver uns assuntos, nada importante. E conta-nos, como te sentes, querida?»«Pai, eu estou bem, só tenho dor, mas suponho que seja normal. Quero ver os meus filhos. Vocês já os viram?», perguntou, angustiada.«Sim, filha, e são preciosos. Vimo-los

NarradorFrederick afundou-se no assento do seu carro, apoiando a cabeça contra o volante. As lágrimas caíram com desespero enquanto tentava acalmar-se, mas a confusão e o medo superavam-no. Com as mãos trémulas, ligou o motor e arrancou de imediato, mas conduzir parecia quase impossível. Uma torrente de pensamentos caóticos invadia a sua mente, cada um mais obscuro e aterrorizante que o anterior, como se o seu mundo desmoronasse ao seu redor.Não conseguia concentrar-se, nem sequer sabia exatamente para onde ir. Apenas acelerou pela avenida que conduzia ao hospital, com a esperança de encontrar algo, qualquer pista que o aproximasse dos seus filhos.A PerseguiçãoEnquanto isso, a polícia estava perto de identificar a ambulância na qual Joanne e as duas enfermeiras fugiam com os gémeos. Dentro dela, o ambiente era tenso, a angústia refletia-se nos rostos das mulheres. Joanne, com os olhos cheios de pânico, tentava manter a calma, mas o desespero invadia-a por completo.«Senhorita, pre