Darian não hesitou. Num salto brutal, o lobo negro avançou sobre Margaret, suas garras reluzindo sob a luz pálida do luar. Antes que a bruxa pudesse conjurar qualquer feitiço ou se proteger, as garras de Darian rasgaram o ombro dela, lançando-a contra uma árvore. Margaret soltou um urro ensurdecedor de dor e ódio. — SEU MALDITO! — vociferou, sangue escorrendo pelo vestido rasgado. Mas antes que Darian pudesse finalizar o golpe, Kirean investiu. A criatura grotesca, com suas garras deformadas, atingiu Darian com uma força brutal, arremessando o lobo contra as árvores do outro lado da clareira. O impacto foi tão violento que a terra estremeceu e folhas despencaram dos galhos. Lyanna gritou: — DARIAN! Seu corpo inteiro reagiu. As chamas douradas se acenderam em suas mãos, subindo pelos braços, seus olhos reluzindo com a luz de um poder ancestral. O medo se transformou em raiva pura. Ela ergueu as mãos, pronta para incinerar aquele monstro no lugar. Mas então… Kirean abr

A noite voltou a se acalmar depois que os policiais foram embora. As viaturas partiram lentamente pela estrada de terra, as luzes piscando até desaparecerem entre as árvores. O acampamento inteiro estava em silêncio, com exceção do som abafado dos grilos e do vento agitando as folhas. Dentro do chalé, Lyanna e Emma estavam sentadas na cama, cobertas por cobertores. A amiga ainda pálida, mas consciente. Lyanna olhava fixo para a janela, onde jurava ter sentido a presença de Darian antes de tudo aquilo. A porta se abriu com força. — Ly — Kyle entrou, com a expressão preocupada e irritada. Ele se aproximou de um jeito possessivo demais, seus olhos claros fixos nela. — O que aconteceu? Quem fez isso? Fala comigo. Lyanna respirou fundo. — Eu já disse, Kyle… não me lembro. Ele sentou na beira da cama, a encarando de perto. — Como assim não lembra? Você sumiu. Sumiu, Lyanna! E eu vi aquele maldito — ele cuspiu o nome como veneno — o Darian com vocês. Eu sei que ele fez alguma coisa!

Darian olhou fundo nos olhos de Lyanna, a luz da manhã filtrando-se pela janela, destacando cada traço firme e determinado dela. — Lyanna… você precisa entender algo que vai mudar tudo que você sabe sobre você mesma — começou ele, com voz grave e cheia de respeito. — Você pertence a um mundo muito maior do que imagina, ao povo dos Kharador. São oito famílias, cada uma ligada a uma cor de um dragão ancestral que lhes deu seus poderes. — A sua família, a Família Branca, é a mais antiga e poderosa, mas infelizmente seus dragões foram extintos. Só restou a Esfera — a fonte original de todo poder, que agora vive em você, dentro do seu sangue. — Você é a portadora dessa Esfera, Lyanna. A única que pode despertar o verdadeiro poder dos Kharadorianos e restaurar o equilíbrio entre as famílias. Ele fez uma pausa, a expressão firme. — Eu sou Darian Thorne, um Guardião. Um lobisomem que jurou proteger as famílias Kharadorianas e seus segredos, mesmo à custa da própria vida. Não sou u

Darian chegando bem cedo na escola havia acabado de descer da moto quando Kyle apareceu, como sempre, com aquele ar possessivo e provocador. Os olhos de Kyle cravaram nos de Darian, o ódio evidente. — O que você tá fazendo aqui? — cuspiu Kyle. — Achei que tivesse sumido depois do que fez no acampamento. Darian manteve a calma, embora a vontade de esmagar o garoto fosse quase palpável. — Não te interessa, Kyle. A Lyanna não é mais sua… e nunca foi — disse Darian, com a voz baixa e firme. Kyle avançou um passo. — Vai continuar metido onde não foi chamado? Ela não é desse teu mundinho sujo. Darian deu um meio sorriso irônico. — Engraçado… quem não faz ideia de onde ela veio é você. Kyle cerrou os punhos, mas a chegada de Lyanna e Emma o fez recuar, embora sem tirar os olhos de Darian. — Isso não acabou. — E se afastou. Lyanna olhou de um para outro. — O que ele queria? — Nada que importe. — respondeu Darian, dando de ombros. O resto do dia transcorreu entre aula

As muralhas imponentes de Veradorn erguiam-se diante deles, recortadas contra o céu alaranjado do entardecer. O castelo de torres altíssimas e vitrais antigos refletia as cores suaves do crepúsculo, e a bandeira púrpura da Casa Púrpura tremulava sobre os portões principais. O coração de Lyanna batia descompassado enquanto o portão principal se abria com um ranger grave. Era como atravessar para outro mundo, um pedaço da alma que ela nunca soube que sentia falta até aquele momento. Darian cavalgava ao lado dela em silêncio, agora trajando as roupas tradicionais dos Guardis, negras e discretas, o capuz levemente abaixado em sinal de respeito. Os olhos atentos não deixavam o ambiente escapar, como se esperasse uma emboscada a qualquer instante. No pátio, soldados se alinhavam, mas não houve anúncio oficial, nem apresentação cerimonial. Apenas um homem aguardava no alto da escadaria de pedra — o Rei Aldrak, um homem de meia-idade com cabelos escuros já prateados nas têmporas, olhos co