Helena parecia incrédula. Afinal, Jacó tinha tudo: aparência impecável, um histórico familiar invejável e uma personalidade equilibrada. Se ele estava tentando conquistar alguém, essa pessoa certamente não era comum.Além disso, era raro ver Jacó sorrir daquele jeito. Ele sempre fora reservado e de poucas palavras. Pelo visto, ele realmente havia encontrado alguém especial.— Quem vem visitar a tia Helena não é pouca gente.Jacó olhou para os diversos buquês e cestas de frutas que ocupavam quase todo o quarto e comentou com um tom indiferente.— São todos meus alunos. Quando souberam que eu estava doente, insistiram em vir me ver. — Respondeu Helena com um sorriso. Mas logo, enquanto falava, seu olhar ficou sombrio, como se algo tivesse passado por sua mente. Ela suspirou profundamente antes de continuar. — Está chegando o concurso O Copo Som Mais Bonito, e nenhum deles está se dedicando o suficiente aos ensaios.Depois de mais um suspiro, Helena comentou, com tristeza nos olhos:— Eu

Jacó pronunciou as palavras com frieza, sem a menor compaixão:— Já que fez uma escolha, tenha a coragem de arcar com as consequências.O corpo de Gisele tremeu levemente. Ela mordeu os lábios com força antes de responder:— Tio tem toda razão. Por isso, eu não tenho o direito de pedir o perdão da Professora Helena. Hoje, eu realmente só queria visitá-la e pedir desculpas de coração. Mas, quando fiquei diante dela, não consegui levantar o rosto. Não tive coragem de encará-la. Sei que a professora está muito decepcionada comigo. Ela certamente não vai me perdoar nem quer me ver.A voz de Gisele ficou embargada. Ela ergueu a cabeça para encarar o céu escuro, tentando segurar as lágrimas que ameaçavam cair.Jacó a observou e, com um tom firme e grave, disse:— Como você pode ter tanta certeza de que ela não vai perdoá-la? Você nem sequer tentou. Já está desistindo antes mesmo de lutar. Uma tartaruga que se esconde na carapaça nunca verá o mundo lá fora.Os olhos úmidos de Gisele piscaram

Gisele não se lembrava da última vez que tinha desfrutado de uma refeição mexicana tão deliciosa e satisfatória!Simão nunca gostou de comida mexicana. Ele detestava o cheiro, achava a comida pouco higiênica e sempre a rejeitava com veemência.Uma vez, Gisele e Agatha foram a um restaurante mexicano. Quando Simão foi buscá-la e sentiu o cheiro da comida em suas roupas, seu rosto imediatamente se fechou. Ele girou o carro e foi embora sem dizer uma palavra, deixando Gisele sozinha para pegar um táxi de volta.Naquela ocasião, Simão ficou três dias sem falar com ela. No final, foi Gisele quem cedeu e decidiu nunca mais comer comida mexicana.Agora, ao relembrar essas memórias, Gisele se sentia tola. Percebeu como, a cada pequena concessão a Simão, ela havia diminuído a si mesma. Dentro daquele relacionamento, ela tinha perdido sua própria identidade.— Tio, muito obrigada de verdade.Gisele ergueu os olhos e olhou para o homem sentado ao seu lado. Sua expressão transmitia gratidão sincer

— Jacó, quando você voltou do exterior? Nem eu nem seu irmão sabíamos. Se soubéssemos antes, teríamos pedido para seu irmão organizar uma recepção para você. — Disse Ivana com um sorriso caloroso, mantendo a aparência de uma cunhada gentil e atenciosa. No entanto, seus olhos astutos revelavam outra intenção.Ela parecia demonstrar preocupação, mas, na verdade, estava repreendendo Jacó por não ter avisado sobre sua chegada, como se ele não desse importância a eles.Jacó arqueou levemente as sobrancelhas e respondeu calmamente:— Já estou de volta à empresa há três dias. Mas nesses três dias, não vi meu irmão no escritório. Achei que ele não quisesse me ver, então preferi não incomodá-los.O rosto de Gael mudou imediatamente. Ele olhou de relance para Mestre Valente e, como esperado, viu o pai com a expressão carregada de raiva. Sem qualquer hesitação, o velho pegou uma maçã da mesa e a atirou em direção a Gael:— Eu te coloquei para administrar a empresa, e você não aparece no trabalho

Simão também apertou os punhos, seu rosto permanecendo tenso, enquanto o clima na sala ficava ainda mais carregado.— Eu disse algo errado? — Jacó curvou levemente os lábios, mas seus olhos estavam completamente isentos de qualquer traço de humor. — Cunhada, o pior que eu poderia dizer ainda não foi dito.— Você... — Ivana tremia de raiva, seu rosto alternando entre o vermelho e o roxo. — Jacó, você realmente passou dos limites!— Chega! — Mestre Valente interrompeu com um grito autoritário, lançando um olhar frio para Ivana.Ivana, apesar da raiva que ainda fervia em seu coração, não ousou contestar diante da presença esmagadora de Mestre Valente. No entanto, seu olhar cheio de ressentimento foi diretamente para Jacó, que parecia completamente indiferente.Jacó permaneceu sentado no sofá, com as longas pernas esticadas de forma relaxada. Ele segurava uma xícara de café quente entre os dedos elegantes, exalando uma postura despreocupada e fria. O comportamento dele só aumentava a irrit