Chegaram à mansão. Kate pegou uma mala e colocou suas roupas mais simples: jeans e tênis. Copiou todos os seus trabalhos em um pendrive, entregou os planos e esboços para as meninas continuarem com o projeto. Foi até o quarto de Bastien, deixou seu celular, seu notebook e o colar com as iniciais KyB. Tudo o que ele havia lhe dado, ela deixou ali. Levou apenas roupas para alguns dias e seus projetos. Desceu as escadas como uma alma penada, foi até a cozinha e abraçou Shadow, chorando. O filhote apenas lambia suas lágrimas; sentia que sua mamãe estava sofrendo.—Me desculpa, Shadow… não posso te levar comigo. Vou sentir sua falta, meu pequeno bagunceiro.Levantou-se e saiu. Na sala, todos estavam reunidos. As lágrimas de Kate não paravam de cair. Ela era uma morta-viva. Bastien havia conseguido destruí-la até o mais profundo de sua alma. As três meninas a abraçaram enquanto ela caiu de joelhos, gritando de dor. Era como se estivessem arrancando sua alma. As meninas choravam enquanto a s

Arthur e Jake dirigiram a noite inteira. Depois de deixarem suas garotas, prometeram cuidar da Kate e que voltariam em alguns dias para vê-las. As meninas aceitaram. Kate dormia no banco de trás; mesmo dormindo, ainda soluçava.Chegaram a um vilarejo perdido, onde ninguém os procuraria. Tinha mar, praia e estava longe o suficiente de Bastien: mais de doze horas de viagem. Jake saiu à procura de uma casa para alugar. Apresentaram-se como três irmãos e encontraram uma casinha com dois quartos. Não era grande, mas a vista compensava. Tinha vista para o mar e até para a praia. Ficava perto, e a senhorita poderia caminhar sempre que quisesse. Sua avó sempre dizia que o mar levava embora todas as tristezas.—Senhorita, chegamos.Kate abriu os olhos. A brisa do mar encheu seus pulmões. Saiu da caminhonete e entrou na casa. Jake carregava suas coisas e Arthur a acompanhava.—Fique com o quarto que tem vista para o mar. Jake e eu dormiremos no outro, que tem duas camas.—Obrigada. —Foi quase u

Os dias passavam e a cada dia uma organização caía sob o ódio de Bastien. Ele estava em seu escritório quando um de seus colaboradores mais antigos foi vê-lo. Entrou, e Bastien estava com um copo de uísque e um cigarro, encarando a escuridão.— Senhor.— O que quer?— Vim implorar por clemência.— Você tem o Richard?— Não, mas tenho outra coisa.O homem fez um sinal e trouxeram o sósia de Bastien, jogando-o a seus pés. Bastien o olhou e largou o copo. Segurou o rosto do homem e o analisou de perto. Era como olhar para um espelho, mas com olhos azuis. Ainda tinha os arranhões das amigas de Kate.— Então foi você.— Olá, irmão. — Bastien arregalou os olhos. O homem pigarreou. — Espero que com isso possamos conquistar sua clemência.— Assim será. — Um sorriso sombrio surgiu nos lábios de Bastien. — Levem-no.Bastien tomou mais um gole.— Kate, vou te encontrar. Juro que vou.Bastien caminhava até a cela onde mantinham o sósia.— Quem é você? Qual o seu nome? — ordenou Bastien. Ele já nã

Bastien revisava carro por carro, só queria chegar àquele maldito povoado afastado de tudo. Aqueles dois macacos sabiam esconder bem Kate, mas ele agradecia por isso. Se Damiano tivesse tentado tomar seu lugar, aqueles dois a teriam mantido segura, mesmo virando as costas para ele — e só por isso, ganhariam um bônus generoso.Não tinham se passado nem cinco horas quando Bastien já estava chegando ao povoado. O GPS indicava onde ficava o hospital. Era quase à beira-mar, pitoresco. Bastien entrou correndo e viu os dois homens sentados fora de uma sala. Quando o viram, se levantaram com uma expressão de dúvida e respeito.— Senhor.— Bom trabalho — disse Bastien. — Apesar de serem meus subordinados, colocaram Kate acima de qualquer coisa. Isso é ser um bom guarda-costas.Uma enfermeira saiu da sala.— A paciente... a paciente não está.— COMO ASSIM A PACIENTE NÃO ESTÁ? O que quer dizer com isso? — a voz dele tremia.— Estávamos ajeitando a cama, a febre tinha diminuído... mas de repente

No quarto de Kate, Bastien estava deitado na cama com ela, abraçando-a enquanto ela se aninhava em seu peito, dormindo. Seu cheiro ainda estava misturado com a loção de Jake, mas continuava sendo o cheiro dela. Bastien tinha os olhos fechados, acariciando o cabelo dela. Kate dormia, mas estava tendo um pesadelo, murmurando:— Bastien... Bastien... não, por favor... não me deixe, Bastien...Os olhos de Kate se abriram, cheios de lágrimas. Bastien a abraçou forte contra o peito.— Shh... calma, estou aqui. Nunca vou te deixar.Kate se agarrou a ele e se embriagou com seu cheiro. A porta se abriu e Bastien franziu o cenho, irritado por alguém interromper o descanso de sua mulher. O médico apareceu e inclinou a cabeça ao vê-lo deitado com Kate nos braços.— Vim examinar o bebê, mas se quiser posso voltar depois.— NÃO! — Kate despertou — Amor, o médico chegou.Kate assentiu. O médico sorriu ao ver Bastien pular da cama.— Certo, mocinha, levante as pernas e abra um pouco.Bastien franziu