A Torre Moretti estava envolta em uma atmosfera silenciosa e densa naquela manhã de terça-feira. O céu sobre Chicago amanhecera cinza, e uma leve garoa escorria pelas vidraças do 41º andar, como se a própria cidade pressentisse o que estava por vir.Dominic estava de pé junto à enorme parede de vidro de seu escritório, os braços cruzados atrás das costas, observando os carros se moverem como formigas apressadas pelas avenidas abaixo. Ao fundo, o som suave do teclado de Isabella preenchia o ar — ela revisava relatórios, mas sua mente estava em outro lugar.O nome David Moretti ainda pairava como veneno entre eles.— Eu pedi a Adrian que fizesse uma varredura completa em todos os acessos arquivados desde os últimos três anos — Dominic disse, sem se virar. — Se houve movimentação com aquele ID, ele vai encontrar.Isabella ergueu os olhos do notebook.— David era próximo de você?Dominic suspirou, o maxilar se contraindo.— Crescemos juntos. Mas ele sempre foi… ambicioso demais. Impulsivo

O relógio marcava 07h48 quando Dominic Moretti atravessou o saguão da Torre com passos firmes. Seus olhos estavam afiados, sua expressão inquebrável. Ele vestia um terno escuro sob medida, a gravata em um tom de vinho profundo. Ao lado dele, Isabella caminhava com a mesma firmeza, a cabeça erguida, os cabelos soltos caindo sobre os ombros em ondas sedutoras. A blusa preta de seda se ajustava perfeitamente ao corpo, contrastando com a calça social creme de cintura alta. Ela era elegância e força. Beleza e estratégia.Atrás deles, Adrian carregava uma maleta preta com senha, contendo os documentos e provas colhidos na operação clandestina da noite anterior. Eles não pareciam um grupo de executivos. Pareciam uma tropa prestes a invadir o campo inimigo.Ao chegarem ao 32º andar — a sala de diretoria — encontraram uma torre de silêncio. Os funcionários já haviam sido orientados: nada seria dito, nada seria espalhado. O que estava prestes a acontecer exigia confidencialidade máxima.Dominic

O dia seguinte amanheceu com os ventos do Lago Michigan soprando mais fortes do que o habitual. O céu, de um cinza pálido, parecia acompanhar o burburinho que tomava conta dos jornais, canais de TV e redes sociais. A prisão de David Moretti era manchete em praticamente todos os veículos de comunicação de Chicago — e Dominic sabia que a verdadeira batalha agora era contra as interpretações.Isabella acordou sentindo o espaço ao seu lado na cama vazio. Já sabia onde ele estava. Sempre que algo o preocupava, Dominic buscava refúgio na varanda, em silêncio. Vestiu a primeira camisa dele que encontrou e o seguiu.Lá estava ele. De pé, olhando para o horizonte nebuloso da cidade com a xícara de café nas mãos. Seu cabelo ainda molhado indicava que já havia tomado banho, e o cheiro do sabonete fresco misturado ao aroma de café criou uma combinação viciante.— Você já está funcionando? — ela perguntou, com a voz rouca da manhã.Dominic se virou e, ao vê-la ali, sorriu — aquele sorriso suave, q

A noite estava quente quando Isabella despertou sob o lençol de cetim, a pele ainda arrepiada dos beijos de Dominic. Ele a fizera gozar de todas as formas possíveis algumas horas antes, como se quisesse gravar nela a eternidade de seus sentimentos. Ainda podia sentir a boca dele entre suas coxas, os dedos firmes segurando sua cintura, os olhos queimando com promessas. Mas, naquele momento, o silêncio da madrugada parecia conter um novo tipo de tensão.Dominic estava sentado na beira da cama, nu da cintura para cima, os olhos cravados na tela do celular. A luz azulada projetava sombras duras em seu rosto, revelando a mandíbula travada e o cenho franzido. Quando notou que ela o observava, bloqueou a tela e virou-se, sorrindo com aquele olhar meio culpado, meio protetor.— Desculpa te acordar — murmurou, acariciando a coxa dela. — Volta a dormir, amor.— Você recebeu aquela mensagem, não foi? — Ela se sentou, puxando o lençol sobre os seios. — Do Adrian. O que ele descobriu?Dominic hesi

O céu de Chicago amanheceu cinzento, como se a cidade pressentisse que algo se aproximava. Isabella olhava pela grande janela de vidro da suíte enquanto o vapor da xícara de café subia lentamente entre seus dedos. O corpo ainda sentia o impacto da noite anterior — do jeito como Dominic a tocara, como se seu toque pudesse protegê-la do mundo lá fora. Como se, naquele momento, só existisse eles dois.Mas agora, com a cabeça mais fria e o coração batendo firme, ela sabia que era hora de agir.Atrás dela, Dominic se aproximou, já vestido com uma camisa branca impecável e os cabelos levemente úmidos. Passou os braços ao redor da cintura dela e a beijou no pescoço, devagar.— Você está tensa — murmurou.— É o que acontece quando você vai enfrentar um império corrupto, amor — respondeu, apoiando a nuca no ombro dele. — Estamos cutucando cobras, Dominic. E cobras mordem.— Mas nós sabemos onde elas se escondem agora. E a Rachel vai nos ajudar a queimá-las.Ela se virou, segurando o rosto dele