Capítulo 82 Ruan Narrando O salão ainda estava mergulhado em um silêncio carregado, a acusação que eu tinha feito ainda estava pairando no ar como uma nuvem negra. Melinda, com o rosto pálido e os olhos marejados, eu podia ver em seu olhar que ela sentia o peso do olhar de todos sobre ela. Pietro, estava ao seu lado, a segurava com firmeza, mas a confusão em seus olhos era palpável, meu primo será o primeiro a julgar ela, quero ver esse amor que ele diz sentir por ela.Com a voz firme, mas carregada de uma dor contida, dirigindo-se a mim, escutei a voz dele saindo feito trovão mais nao abaixei a cabeça._ Você acha que nos pegou de surpresa, Ruan? Acha que pode vir aqui e destruir tudo com suas mentiras?Ele fala me olhando em meus olhos Ja eu soltei outra gargalhada amarga. _ Mentiras? As provas estão aí, Pietro! Documentos! Assinaturas! O que mais você quer? Pergunto pra ele que nega Então ele dar um sorriso triste e logo compreensivo surge em seus lábios, enquanto ele olha para M

Agora o salão de festas, antes palco de celebração, agora ecoava com a verdade exposta. Eu com a minha voz firme e um olhar de determinação, continuei a explicar a situação, enquanto Taylor, ao meu lado, assentia com a cabeça, validando cada palavra, cada prova que eu mostrava desse talão, e eu podia ver a cara do meu primo, tentando se manter diferente com que eu mostrava a todos, também pode ver minha mãe abraçando minha tia e meu tio olhando pra ele com um olhar triste, não acreditando do que estava presenciando._ Como pudemos ver nas conversas, Ruan, com a ajuda de Laura, planejou desviar fundos da empresa. Ele usou a confiança que Melinda depositou nele para obter acesso a informações confidenciais e realizar as transações fraudulentas. Ruan é o verdadeiro ladrão aqui, mesmo o dinheiro estando da conta da minha esposa, ele é o único ladrão aqui junto com a minha secretária Laura, que está bem aí do meio de vocês- eu falo olhando todos aliUm alvoroço tomou conta do salão. A polí

Enquanto Taylor era levado para a coleta, eu fiquei ali, sentindo-me impotente. O desespero de não poder estar ao lado de Melinda, de não poder segurá-la, era quase insuportável. Logo escutei minha mãe, a Rayane e a minha sogra que chegaram logo depois, também estavam ali, o rosto marcado pela angústia. Abraçamos uns aos outros, compartilhando o medo e a fragilidade do momento.A espera lá fora era uma tortura. Cada minuto parecia uma hora, cada som no corredor era interpretado como uma notícia, boa ou ruim. O tempo se arrastava, e a incerteza era um veneno lento. Eu me perdia em pensamentos, imaginando Melinda, os pequenos corações batendo dentro dela, a força que ela precisaria naquele momento._ Cadê o Taylor, ele não chegou aqui- Minha irmã pergunta _ Chegou sim, ele foi doar sangue pra Mel, que estava precisando, logo ele volta- Falo e ela concorda, as três se sentam ali e começam a rezar.Ficamos por ali, até que o Taylor chegou com um enfermeiro acompanhando o mesmo, e falou q

A escuridão me engolia, um véu espesso e pesado que parecia sufocar qualquer sopro de vida. Mas, estranhamente, não era um vazio completo. Havia ecos, fragmentos de som que me arrastavam pelas bordas da minha consciência, como ondas distantes batendo em uma praia deserta. Eu estava presa em algum lugar entre o sono e o despertar, uma existência flutuante onde o corpo não respondia, mas a mente, ah, a mente corria solta, eu conseguia ouvir tudo._ Cuidado com a artéria...", uma voz grave e calma ecoou, distante, mas clara. Era um homem. Um homem que falava com autoridade, com a precisão de quem está no controle. Eu sabia que era um médico. Estava acontecendo. A cirurgia._Pressão caindo rápido!", outra voz, mais aguda, cheia de urgência. O pânico nessa voz me atingiu como um choque elétrico, mesmo sem eu poder reagir fisicamente. Eu sentia uma pressão estranha no meu abdômen, uma sensação de ser aberta, dissecada. Era um desconforto profundo, uma invasão que eu não podia impedir._ Pre

Capítulo 90 Pietro NarrandoHoje vai pra três dias que a Melinda segue em coma, e eu estou dormindo aqui todas as noites, ela não está ficando sozinha, agora mesmo estou indo pro hospital, tive que ir até a delegacia, e agora estou entrando do hospital pra ver minha mulher e meus filhos.O corredor parecia mais longo do que o normal. Cada passo em direção ao quarto da Melinda era um misto de apreensão e uma esperança teimosa que se recusava a morrer. O enterro do Ruan tinha sido um borrão de dor e formalidades, mas a minha mente só conseguia voltar para um lugar: o hospital. Onde ela estava. Onde nossos filhos estavam.A porta estava entreaberta. Um som suave, mas familiar, chegou aos meus ouvidos. Um choro delicado, quase um murmúrio de contentamento. Não era o choro de dor que eu temia. Era o som da vida, empurrei a porta com mais firmeza, o coração disparado no peito. E então, eu a vi minha sogra e minha mãe ali conversando com a minha mulher, logo vi o Taylor e a Rayane, então fui