— Toda criança precisa de limites, Mel. Querendo ou não, ela vai me ouvir. E se não comer, vai ficar com fome. Guarde todos os potes de doces e biscoitos, ela não vai poder abrir a geladeira para pegar nenhuma guloseima. Ela não almoça para depois ficar querendo comer besteiras. Agora as coisas vão mudar nessa casa! — Estava decidido. — Okay, como quiser. Só não precisa brigar com ela por minha causa, eu não quero que ela pense que a culpa é minha. Que estou te colocando contra ela e... — Não se preocupe, linda. Vamos almoçar agora. Mais tarde entregaremos os presentes. — Pareceu se acalmar. — Vamos. Estou faminta. — Concordei. Nos servimos e nos sentamos para comer. Eu sabia que não seria fácil, Ally não aceitou a notícia sobre o nosso namoro. Paciência e tempo, era o que nos restavam. 1 semana depois... — Vamos levantar, Nonoh? Já está na hora. — Puxei sua coberta. — Não quero ir... — Se encolheu na cama. — Não pode faltar as aulas. Vem, levanta, rapazinho. — Tentei puxá-

Mel era linda por fora e por dentro. Tinha um bom coração. Sua personalidade se dividia em múltiplas facetas. Com o nosso tempo de convivência, notei que ela também era um tanto geniosa e teimosa. Não levava desaforo para casa. Enfrentou a professora do meu filho. Duas vezes pelo que fiquei sabendo. Ela também sabia opinar. Era sincera. Dizia o que achava. O que queria. Sem medo. Me fascinava. Todo o seu jeito de menina-mulher. Sabia ser delicada, desastrada na maior parte do tempo. Maluquinha. Dona de um sorriso travesso e risadas escandalosas. Era engraçada por natureza. Acho que por isso me apaixonei. Nunca conheci ninguém igual a ela. Com a sua personalidade. Seu jeito único. Com sua beleza. Como simplesmente ela... Com todos os defeitos e mesmo assim, encantadoramente incrível. Peguei o frasco de sua loção corporal. Maçã e pêssego... Era o seu aroma. Mistério desvendado. Por isso ela tinha um cheiro tão gostoso. Doce. Frutal. Inebriante. — Te peguei mexendo em minhas

- Você pode me ajudar com os docinhos. — Expliquei. — Também quero ajudar, tia. — Noah apareceu. — Você só vai atrapalhar! — Ela disse ao irmão. — Não vou não! Tia, eu também quero. — Fez cara de choro. — Está bem, não precisa chorar. — Parei de bater a massa que já estava no ponto. — Os dois podem me ajudar. — Despejei tudo numa grande fôrma redonda. — Uma vez o papai tentou fazer biscoitos com a gente. Ele acabou deixando queimar tudo. Não deu para comer nenhum pedacinho, o Noah abriu um berreiro e tivemos que ir comprar Cookies na padaria. — Ela contou enxugando as mãos. Comecei a rir imaginando o Douglas fazendo aquilo com eles. — Foi verdade. O papai não sabe fazer bolo gostoso. Ele fez um bolo de chocolate que deu dor de barriga na gente. — Ally continuou relatando as experiências desastrosas do pai na cozinha. — Meu Deus! — Comecei a gargalhar. Os pequenos riram comigo. — Ele foi tentar fazer gelatina de uva. A gelatina endureceu e na hora de comer, a colher quase ento

— Vou jogar água em você. — Estava perto da pia. Ele se afastou enquanto nós dois ríamos. — Não comprei cervejas, não bebo. E também tem as crianças, o Billy também não bebe, nem a Amanda. Acho que Shane e Wendy vão trazer as próprias latinhas, avise aos seus amigos que não tem problema se eles fizerem o mesmo. — Explicou. — Não se preocupe, nenhum de nós três bebemos. Carly nunca gostou, o Gabriel também não e eu costumava beber de vez em quando, mas hoje em dia não sinto mais vontade. — Avisei. — Nem eu, eu bebia socialmente. Mas já faz muito tempo que não coloco uma gota de álcool na boca. — Contou. Aquele homem era um sonho mesmo. [...] — Tia, o papai vai encher nossa piscina? — Noah apareceu só de sunga e com uma boia colorida. — Eu não sei, Nonoh. Pergunte a ele. — Falei achando o garotinho tão fofo usando trajes de banho. As crianças tinham uma piscina inflável. Não era tão pequena, cabia até adultos. — Mel, faz uma trança no meu cabelo? — Ally se aproximou, nossa re

Cheirava a amêndoas. — Quer descansar ou ver TV? — Ele virou para mim após trancar a porta. Fiquei calada... Tantas coisas se passavam em minha cabeça. A cena deles juntinhos e íntimos demais não saía da minha mente. — O que foi, linda? — O sorriso fofo se desfez. — Eu preciso... Preciso de descanso. De um tempo mesmo, só para mim... Vou pra casa de uma prima. Você vai precisar de uma babá substituta. — Falei e ele me olhou pasmo. — Você tá indo embora? — Se espantou. — Bom, só por uma ou duas semanas. Não sei... — Eu nem sabia direito o que estava sentindo e nem o que estava fazendo. — É por causa do Shane? Ele te ofendeu de novo? — Quis saber. — Não. Não é. — Neguei. — O que foi? Aconteceu alguma coisa, Mel? Ally te tratou mal novamente? — Se preocupou. — Não. Ela não fez nada. — Neguei. — É melhor darmos um tempo... Você pode pedir ajuda para sua amiga. Vou arrumar minhas coisas. — Passei por ele apressada. [...] — Tia, tô com fome. — Noah acordou quando eu preparava a