IVY CARTER — Pai? — Dante perguntou novamente.Eu estava prestes a sair, mas ele segurou minha mão com firmeza.— Você não precisa ir embora por causa dele, Ivy. — disse, com a voz firme, ainda olhando para o homem à nossa frente. — Eu tenho uma família de verdade aqui, e é com ela que quero passar meu tempo. Não com alguém que entra e sai da minha vida como se fosse a porta do próprio escritório. Não. Eu não vou mais permitir isso. Ok... acho que fui pega no fogo cruzado. O velho não respondeu de imediato. Seus olhos se fixaram no filho, e após alguns segundos de silêncio desconfortável.— Senta. Quero falar sobre uma coisa, Dante. — Ele respirou fundo antes de continuar. — Você nem usa mais meu sobrenome. Foi difícil te encontrar, mas você conquistou tantas coisas notáveis em tão pouco tempo. Dante... estou orgulhoso de você.Senti como se estivesse interrompendo um momento íntimo. Pensei em sair discretamente, mas o aperto na minha mão só aumentava. Dante não queria que eu fosse

IVY CARTEREu estava dormindo no meu quarto, agora de volta ao antigo apartamento de Nora quando ouvi um barulho de passou, olhei ao redor, não havia nada fora do comum. Mas então, como se o ar tivesse mudado, senti... a presença de alguém no quarto.Acendi a luz num impulso, e fiquei boquiaberta.Dante, Daniel, Nora e alguns outros amigos estavam parados bem ali, me encarando com sorrisos e um bolo de aniversário enorme nas mãos. Ah, e Ethan também estava lá, claro.— Feliz aniversário, Ivy. — disse Dante, com aquele sorriso caloroso.Fiz uma careta para Nora, que respondeu com um sorriso travesso e me abraçou apertado.— Feliz aniversário, irmãzinha. — disse ela, me apertando.— É meia-noite, e amanhã cedo eu tenho que encarar um chefe mal-humorado. — reclamei, esfregando os olhos.— Sim, e ele não está muito feliz por você ter se mudado. — Ethan deu um sorriso provocador. — A propósito, feliz aniversário, Ivy.— acrescentou ele, com um tom mais suave.— Como você chegou aqui? — perg

IVY CARTER A palavra angústia nem começava a descrever o que eu sentia naquele momento. Aiden estava trancado no quarto desde que chegamos ao apartamento, e não deixava que eu saísse dali.Disse que precisava de mim. Que, sem mim, poderia fazer algo do qual se arrependeria. Andava de um lado para o outro na sala, desesperada, enquanto tentava explicar tudo para a Nora.— Onde diabos você está?! — Gritou assim que atendeu. — Era pra gente estar na balada a essa hora. É seu aniversário, Ivy! Você não pode sacrificar esse dia por uma pessoa que nem se importa com você. Qual é o seu nível de tolerância? Está começando a parecer infinito quando se trata desse homem.— Aiden não sabe que dia é hoje — respondi, tentando parecer indiferente. — E ele precisa de mim aqui. Ainda sou a namorada dele... Quer dizer, uma namorada de mentira, mas ainda assim... Tenho que garantir que ele não faça nenhuma besteira. Como secretária dele, é o mínimo.Ela soltou um suspiro pesado do outro lado da linha.

IVY CARTER Acordei dolorida. Cada músculo do meu corpo parecia ter sido usado e marcado por ele. Estava na cama dele, ainda envolta pelo cheiro de Aiden. Seu braço me envolvia com força, como se inconscientemente quisesse me manter ali, presa ao seu lado. Tentei me mover devagar, mas ele só resmungou, enterrando ainda mais o rosto em meu pescoço.— Bom dia. — murmurei, esperando algum sinal de reação.Ele apenas assentiu, com os olhos ainda fechados. Ok, eu só tinha servido ao meu “propósito” mais uma vez. Talvez palavras não fossem necessárias para ele.Suspirei e deslizei a mão até o braço que me prendia. Olhei os curativos. Os ferimentos estavam bem. Pelo menos isso.— Aiden, posso te pedir uma coisa? — Ele assentiu de novo, sem abrir os olhos. — Você conhece algum detetive particular?A pergunta o fez abrir os olhos lentamente. O olhar dele se fixou no meu rosto.— Por que precisa de um detetive particular? — perguntou com a voz rouca, a mão deslizando preguiçosamente pelo meu co

IVY CARTER Olhei ao redor, encontrando os rostos familiares das pessoas que trabalhavam comigo. Meus olhos encontraram os de Ícaro, que me encarava com tristeza. Não havia julgamento em seu olhar, apenas pena. E eu detestava esse olhar muito mais. Todos viram Aiden sair acompanhado da ex, esse provavelmente foi o motivo de me chamarem para beber.Ícaro abriu os braços, e eu corri para eles sem pensar. Seu abraço era caloroso, reconfortante, como se por um instante todo o peso nos meus ombros tivesse se dissipado.— Tudo bem. — disse ele, acariciando meus cabelos com delicadeza. — Eu sei que dói vê-lo assim. Mas o Aiden sempre foi obcecado por aquela mulher. Ele nunca percebe o quão tóxico isso é pra ele. Estávamos sentados em um clube reservado. A música tocava baixinho ao fundo, abafada pelas conversas e risadas dispersas. Ícaro sabia. Ele sabia o tempo todo que eu era namorada do Aiden. Sinto muito por ter me tornado “ex-namorada” dele. Mas, ao mesmo tempo, sinto alívio. Estou li