Ruslan de LucaAssim que deixo Paola no apartamento, observo por alguns segundos enquanto ela entra no prédio. Continuo em êxtase com a notícia dos gêmeos. Não me importo em estar com ela enquanto gestar as duas crianças que não são biologicamente minhas.Sou um filho que foi adotado e meus pais me deram o melhor que um casal poderia dar para uma criança cheia de medos e traumas.Eles me deram uma família que me encheu de amor e carinho, cresci cercado por essa dádiva que apenas algumas pessoas conseguem transmitir. Mas, ao mesmo tempo, havia algo que estava me corroendo por dentro.Precisava descobrir quem é a mulher que pode estar gerando um bebê meu e tentar entrar em um acordo com ela para ser presente na criação do meu filho.Paola e eu estamos construindo algo juntos. Algo real. Não posso deixar que tudo que quero construir com ela acabe desmoronando devido ao infeliz erro da clínica. Os farei pagar por isso, nem que seja necessário os falir.Sacudo a cabeça, afastando os pensam

Ruslan de LucaQuando nos afastamos, vejo que seu rosto continua repleto de incertezas, mas também há algo novo ali.Vi em seu olhar a esperança de que podemos fazer tudo isso dar certo.E, para mim, isso já é o suficiente.Hope, que havia assistido a tudo com um sorriso enorme, se aproxima no momento em que Paola e eu nos afastamos.— Isso foi lindo — ela diz, batendo palmas levemente. — Eu quase chorei, e olha que não sou tão emotiva assim.Paola ri baixinho, ainda parecendo um pouco atordoada com tudo que aconteceu.— Acho que eu mesma ainda não acredito… — Minha garota diz ao meu lado.— Pois deveria! — Hope diz animada. — Você não faz ideia do quanto esse homem aí é insuportável quando está apaixonado.— Ei! — protesto, fingindo indignação.— Estou falando sério — ela continua, ignorando meu protesto. — Quando Ruslan gosta de alguém, ele se entrega completamente. E, Paola, é nítido que ele está apaixonado por você.Paola me olha de soslaio, e eu levanto uma sobrancelha, desafiand

Paola VegaSaio caminhado em um passo acelerado do hospital, fugindo daquele cheiro e do silêncio que me cercava nesse momento. Olho pela rua e vejo o carro e alguns seguranças da família de Luca que olhavam em minha direção. Ignoro todos e meu olhar vai para um shopping que não deve ficar a mais de duzentos metros de onde estava e ando até ele.O shopping estava barulhento para o horário, e talvez fosse exatamente por isso que eu tenha escolhido vir para cá. Queria me perder no meio das lojas, das vitrines, das pessoas que seguiam suas vidas sem precisar carregar o peso do medo e da incerteza que me sufocavam nesse momento.Caminhei sem rumo por alguns minutos, até que uma vitrine colorida chamou minha atenção. Era uma loja de artigos infantis, repleta de pequenos sapatinhos, roupinhas delicadas e brinquedos espalhados em expositores.Meus pés me levaram para dentro sem que eu realmente planejasse isso. Talvez pensar apenas nos dois que estão dentro de mim amenize o desconforto que e

Ruslan de LucaCinco meses se passaram desde aquela noite no hospital, e, nesse tempo, muita coisa mudou.Paola já estava com sete meses de gestação a cada dia estava ficando mais linda o que me deixa enciumado. Vemos Henry e Alice crescendo a cada dia dentro dela e sempre me divirto ao ver os chutes deles dentro dela. Ela já sentia os movimentos dos dois, e eu passei a acompanhar cada chute, cada mudança em seu corpo, cada momento de ansiedade e de felicidade que essa gestação trouxe.Eles não são mais apenas os nomes bordados em roupas, agora os vemos agitados dentro da minha garota. Meus filhos já se tornaram uma parte importante da família. Não somente a de Paola, mas a minha também, meus pais e irmãos enviaram vários presentes para meus gêmeos.Giulia e minha mãe estão empenhadas com Paulina para decorar o quartinho deles de frente para o meu e Paola. Outra mudança que eu adorei nesses meses, foi a mudança de casa, elas aceitaram vir morar comigo na cobertura o que deu muito mais

Paola VegaUm sorriso nasceu em seus olhos e de repente estávamos abraçadas no meio do saguão do hospital. Sabia que era por gratidão além de medo e um terrível desespero.— Obrigada por amar o meu filho nessa proporção, por estar dando a ele a dádiva de ser pai nesse momento!Sussurra próximo ao meu ouvido.— Preciso fazer algumas ligações e dar um jeito de colocá-los em quartos próximos para facilitar as visitas! — Minha sogra toca em meu rosto com carinho.Alessa se afastou lentamente, ainda segurando meu rosto com as mãos quentes e firmes. Seus olhos estavam cheios de emoção, mas também de uma força que eu nunca havia visto tão de perto.— Vá até ele, Paola. Ele precisa de você agora.Assenti rapidamente e virei nos calcanhares, atravessando os corredores do hospital o mais rápido que minha barriga me permitia. Meus pés pareciam pesados, como se a gravidade tivesse dobrado seu peso, mas nada me faria parar agora.Cada passo ecoava no chão branco e brilhante, minha respiração estav