O medo se acumulava no meu estômago enquanto deixávamos os portões da academia, e um grande carro preto parava à nossa frente. Era semelhante a uma Hummer alongada, o tipo de veículo que costumávamos usar para ocasiões especiais no reino humano. No entanto, queria que esse carro nos levasse para uma celebração, não para dizer adeus à pessoa que me criou. Em seguida, seis de nós nos acomodamos no banco traseiro, com os assentos dispostos em formato retangular, todos de frente uns para os outros. Sentei-me entre Axel e Theo, segurando as mãos dos dois. Axel já estava totalmente recuperado desde que acordamos naquela manhã. Mason, com sua expressão habitual carrancuda, sentou-se com Luke, do outro lado. Sr. Collins ficou sozinho numa cadeira à nossa esquerda, enquanto Theo o observava com desconfiança. Luke me fitava preocupado, e partimos em silêncio. Parecia que íamos a um funeral, e, de certa forma, íamos. Hoje eu perderia minha mãe. Não fazia ideia de como faria aquilo, mas sabia que

Fechei os olhos, esperando pelas palavras que tirariam essa agonia de mim.— Não, Josie, não da forma como você pensa. Mas espero conseguir te oferecer algum conforto. Acho que seria bom para você nos acompanhar até o reino humano. Sei, por experiência, que provavelmente você vai reviver a última memória que teve com ela durante o luto. E não quero que essa seja a lembrança que você repita. — Ele explicou.— Sim, eu gostaria disso. Obrigada. — Assenti.— Então... Nós vamos todos? — Theo perguntou.— Se for isso que Josie quiser, então sim. — Respondeu o Sr. Collins.— Eu gostaria que todos fossem, se estiverem de acordo com isso.— Claro, o que você precisar. — Afirmou Luke.— Estou dentro. — Theo concordou, embora parecesse nervoso. — Mace, tudo certo para você? — Ele perguntou, e olhei para Mason. Ele acenou com a cabeça, discretamente.— Ok, mas... Não vamos precisar dos óculos? — Axel questionou.— Tenho o suficiente, embora duvide que vamos precisar deles. — Disse o Sr. Collins, p

Lancei um último olhar cheio de saudade para minha mãe, vendo que ela ria alto de algo que o Dr. Black dissera, e lágrimas felizes encheram meus olhos. Ela estava livre, e algo dentro de mim dizia com certeza que agora ficaria bem. Seguimos em grupo até o muro à beira-mar. Não era o lugar perfeito, mas era o mais protegido que conseguimos encontrar sem precisar entrar na vila. Em seguida, Luke me envolveu com os braços e cronometramos o teletransporte com precisão, enquanto os outros levantavam a toalha de piquenique, fingindo sacudi-la para nos proteger de olhares curiosos.Assim que chegamos de volta ao reino de Grey, a náusea me atingiu. Então, fechei os olhos e me agarrei a Luke até meu estômago se acalmar.— Quer esperar aqui fora ou no carro? — Luke perguntou, fazendo círculos suaves nas minhas costas.— Vamos esperar no carro. Quero terminar de ler esses jornais. — Respondi, ofegante. Luke abriu a porta para mim e subi. Em seguida, ele avisou ao motorista que estávamos aguardand

— Na verdade, vamos para o meu escritório. Prefiro não ter essa conversa num armário de arquivos. — A voz do Sr. Collins roncou, e eu evitei olhar para ele enquanto Luke me conduzia para fora da sala, com o braço envolvendo meus ombros.Chegamos até a porta do escritório e Luke apertou seu abraço por um instante breve, beijando o topo da minha cabeça antes de me soltar ao meu destino. Assim que entrei na sala, a porta se fechou com um clique atrás de mim, deixando o ar imediatamente pesado, quase sufocante de tanta tensão. No entanto, mantive os olhos grudados no chão, sentindo o calor da vergonha subindo até minhas bochechas.A aproximação do Sr. Collins fez meu corpo estremecer: sua presença irradiava um calor que me arrepiava da cabeça aos pés. Em seguida, ele ergueu meu queixo com suavidade, obrigando-me a encarar seu olhar penetrante. Meu coração disparou no mesmo instante, e tive dificuldade para engolir o nó que se formava na garganta.— Não há nada de errado com você. — Ele sus

— Providencie isso. — Concordou o Sr. Collins.— No próximo fim de semana é o aniversário da minha mãe, ela vai fazer uma festa. A gente vai conseguir entrar fácil nessa ocasião. — Mason suspirou.— Perfeito, seremos discretos para não chamar atenção nem estragar o aniversário dela. — Garantiu o Sr. Collins. Mason deu de ombros, como se não se importasse, mas percebi que provavelmente ele guardava certo desprezo pela mãe. Afinal, ela não o salvou. Quis me aproximar para confortá-lo, mas sabia que ele não gostaria, pelo menos não na frente de todos.— Posso acessar a internet humana agora? Tem algumas coisas sobre os desaparecimentos que quero verificar. — Perguntei, olhando para o Sr. Collins e tentando desviar a atenção de Mason.— Coma mais primeiro, você mal comeu. — Ele indicou a comida que restava na bandeja. Peguei mais uma fatia de pizza, revirei os olhos antes de dar a mordida e contornei a mesa para usar o notebook. Ele abriu uma nova página de busca na internet e deslizou o a