P.D.V de Íris Então, se isso for verdade… eu sou a mãe de Stella. A realidade me atinge como um carro desgovernado. É por isso. Ela estava por trás de tudo. Ela foi a responsável por cada passo da minha queda. Pela minha decadência. Pelo meu sofrimento. Ela forjou a gravidez com o Alfa. Usou meu material genético e o de Lucian Langford Sinclair. Eu não os reconheci de imediato. Mudaram os nomes e Lucian está velho demais para um lobo, o que é estranho. Vivienne também mudou: o corte de cabelo, a cor… e, na verdade, eu nunca a vi de perto antes. Então Stella é minha filha. Algo dentro de mim, algo que pensei estar morto há muito tempo, pulsa — ainda que de forma fraca, quase imperceptível. Mas não. Não posso me deixar abalar por isso. E se ela sabia que eu estava naquela cabana, talvez tenha sido ela quem mandou aqueles homens. Talvez tenha sido ela quem orquestrou minha tortura. Meu estüpro. Eu vou a fundo nisso. Preciso descobrir mais. Como fui criada entre humanos, s

P.D.V de Ethan É hora do jantar, e estou contando os minutos para estar a sós com minha Ivy. A vontade de tê-la como minha companheira é quase incontrolável — mas fizemos um acordo: esperar até que a “missão” dela termine e também até que ela complete dezoito anos. Assim, além de nos unirmos espiritualmente na cerimônia de Luna, poderemos nos casar sob as leis dos homens. Quero um casamento católico também — afinal, fui criado com esses valores, e eles ainda significam muito para mim. Ela ficou radiante com a ideia. Kayla e Ivy ficaram conversando sozinhas após o treinamento. Hoje não tive aula. É sábado e a lanchonete tá lotada e por isso vim para cá ajudar. Eu estava no escritório pensando em minha amada e tudo que tínhamos aqui. Minutos depois, recebo uma mensagem dela dizendo que me ama — e avisando que está vindo com Kayla para conversarmos. Elas querem me ver. Intuo que algo importante está por vir. Prontamente envio um "Eu te amo mais!!" Sei que é bobo, mas eu gosto de fa

P.D.V de Ethan Depois de resolver as pendências na universidade, voltei para a alcateia. Ajustei os últimos detalhes com Torren e, em seguida, chamei as meninas para o escritório da Casa Principal. Kayla — minha amiga — e minha linda companheira, Ivy, estavam decididas a assumir essa investigação. E, é claro, eu faria o possível para ajudar. Por isso, decidi compartilhar alguns detalhes da minha própria história. Talvez, de alguma forma, isso pudesse ser útil para elas. Ajeitei-me atrás de Ivy, abraçando-a como quem busca abrigo. Precisava de força e de conforto para tudo o que estávamos prestes a discutir. Ela entendeu meu silêncio, repousou seus braços nos meus braços, que estavam ao redor da cintura dela, e se encostou em mim. Fechei os olhos por um segundo, respirando fundo, sentindo o cheiro do cabelo dela, o calor do corpo dela contra o meu. Eu amava aquilo. Era o único instante de paz antes da tempestade que viria. Sobre a mesa o diário da minha mãe. As páginas amareladas

P.D.V de Kaiden Saí cedo da Alcateia da Lua de Sangue. Quanto antes eu trancasse a matrícula, mais rápido poderia voltar e partir para Cambridge. A ansiedade estava me consumindo. Stella até insistiu em ir junto para pegar as coisas no apartamento, mas fui firme: disse que não. Avisei que depois mandaria despachar tudo. Além disso, ela tinha roupas suficientes para não ficar sem o que vestir. Chegamos à Universidade e finalizei todo o processo de trancamento. Quando terminamos, tanto eu quanto o John estávamos exaustos. Seguimos até o apartamento para fazer uma verdadeira limpa: roupas, comidas, bebidas e tudo que pudesse estragar com o tempo. Almoçamos por lá mesmo. No meio da refeição, meu telefone tocou. Era minha mãe. Atendi com um tom brincalhão: — Já com saudades? Mas ela nem se deu ao trabalho de responder à provocação. Foi direta: — Volte agora para a alcateia. Kayla está aqui, Stella a provocou e eu não vou mentir, você já sabe, Kayla está irritada. Ela nem precisou

P.D.V de Stella Eu queria ir até a cidade com o Kaiden, mas ele foi duro, bruto até. Dessa vez, senti de verdade a aura de comando Alfa dele. Foi impossível não obedecer. Mas o destino parece realmente sorrir para mim, porque, assim que virei a esquina, senti o cheiro dela. Da loba Kayla. Não pude acreditar. A deusa só pode estar me ajudando! Ela estava ali, parada, e o olhar dela? Fixado no meu ventre. Idïota! Mas, pelo jeito que me encara, aposto que ela sente que esse bebê tem algum tipo de vínculo com ela. Sinceramente, nesses últimos meses, eu tenho sofrido bastante para carregar essa criança. Talvez um dia ela me agradeça por isso. Só que, claro, eu quase me desfaço de rir por dentro com essa ideia. Sem perder tempo, me aproximei. Já aproveitei para destilar meu veneno e deixar claro o que eu e Kaiden temos. Ou o que ela acha que temos, na verdade o que quero que ela pense. Mas quem acabou me mostrando algo foi ela. Após ela ver o vídeo, senti sua aura mudar e do nada um